Clickbait: o jornalismo da desinformação

Entenda o que é esse fenômeno e a desestruturação das raízes do jornalismo mundial

Vito Santos
singular&plural
4 min readSep 20, 2018

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Por Alan Mendes, Nicholas Montini e Vito Santos

O que é?

O termo clickbait, na tradução literal, significa “isca de cliques”. A principal função desse tipo de conteúdo é despertar a atenção do maior número de pessoas para que elas cliquem nele, que pode acontecer por um título extravagante com um teor sensacionalista. Com esses fatores, a vontade dos internautas de ter o conhecimento do que realmente aconteceu aumenta consideravelmente, só que na maioria das vezes a postagem não é profunda suficiente para o consumidor se sentir satisfeito com o que foi publicado.

Os textos divulgados não apresentam qualquer tipo de informação que foi realmente investigada com esforço. Todos os conceitos que são expostos não agregam em nada no conhecimento dos indivíduos que clicarem na matéria, já que sua única função é apelar pelo interesse dos internautas, e não para noticiar algo relevante.

O Clickbait acaba manipulando o usuário (Reprodução / DepositPhotos)

É nítido que a postagem terá um grande número de visualizações por determinado período. Mas a partir do momento que as pessoas perceberem que foram enganadas e usadas como isca, é de se esperar que a matéria não seja acessada em grande quantidade. Com as redes sociais em alta nos dias de hoje, a perda de credibilidade e relevância de um tema sem nexo é muito veloz.

Mas as vezes, as redes sociais ajudam a propagar esse tipo de notícia. O principal alvo de clickbait é o Facebook, já que os usuários querem compartilhar o quanto antes o que eles encontram em seu “feed”, podendo cair nessa ‘’armadilha’’ e atingindo um número maior de pessoas. Foram tantos casos que o Facebook foi a primeira rede social que se empenhou em combater esse tipo de notícia, penalizando quem pública o conteúdo enganoso.

Crítica

O jornalismo mundial, inegavelmente, perdeu espaço nos últimos tempos, principalmente com a chegada da era digital e suas tecnologias, que praticamente acabaram com os jornais impressos. Hoje em dia, tudo é online, rápido e exige um diferencial para a atrair a atenção do público, já imergido em tanta informação.

Por este motivo, as empresas jornalísticas vêm se movimentando e se reinventando em busca de reverter a crise na qual vivemos há alguns anos. Entretanto, essa procura por novas ideias pode ocasionar na fragmentação da essência da profissão e as bases que levaram o jornalismo a ser o que é: Informar.

Um exemplo claro disso são os caça-cliques, que por muitas vezes ignoram a base do jornalismo clássico para se encaixar em uma realidade que foge dos seus princípios, vendendo meias-verdades com sensacionalismo barato.

Chamada que não revela nada e apelativa (Divulgação/ Folha de São Paulo)

Hoje em dia, é muito comum acharmos os “Clickbaits” nas diferentes plataformas da internet. A mais popular para a divulgação de notícias é o Facebook e é exatamente nele que os caça-cliques aparecem mais frequentemente.

O jornalismo nasceu para levar informação bem apurada, tendo em seu título um contexto da reportagem em questão. Já os títulos caça-cliques se distanciam dos princípios do jornalismo ao instigar leitores com informações preliminares, incompletas ou fora do real contexto.

Com isso, devido à velocidade da informação, a busca pela exclusividade e a incessante tentativa de conseguir a atenção do público, o jornalismo vem deixando de levar a informação correta, apurada e necessária em troca de um de uma manchete sensacionalista, com omissão de informações, para buscar um “click” do internauta.

Isso vai de encontro a todos os princípios e valores já atribuídos ao Jornal e sua capacidade de levar ao leitor um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto discutido, rebaixando o jornalismo e sua real função com a sociedade.

Representação desta prática no YouTube (5 alguma coisa)

Consequência

O reflexo dessa busca desesperada por “clics” em matérias que muita vezes enganam o usuário é o desinteresse e um jornalismo sem credibilidade. Chega ao ponto que as pessoas não querem mais entrar em páginas que apenas pareça um Clickbait.

O jornalismo acaba sofrendo resquícios desse fenômeno, a duvida gerada pela notícia sensacionalista ou até algumas vezes falsa, afasta o grande publico que classifica tudo como jornalismo e não atribui a frustração a quem publicou e gerou o Clickbait acessado.

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