Dia dos namorados: data comemorativa ou comercial?

Beatriz Guimarães
singular&plural
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2 min readJun 12, 2018

Datas comemorativas como o Dia das Mães, Dia dos Namorados e Natal ganharam o nome de “feriados comerciais”, já que o consumo está acima do verdadeiro motivo da comemoração

Por Beatriz Rubio

O dia dos namorados no Brasil foi instituído como uma jogada de marketing para aumentar o consumo do mês de Junho, que era um mês com estatísticas baixas no número de vendas. A data foi criada em 1948 por um publicitário, ninguém menos que João Dória, pai do ex-prefeito de São Paulo e hoje é a terceira melhor data para o comércio do país. Segundo o portal G1, a média de faturamento da data é de 1,5 bilhão de reais e tende a crescer com o passar do tempo.

Como todas as épocas festivas do ano, repletas de divulgação e publicidade, o dia dos namorados não é diferente. Algumas semanas antes vemos as lojas decoradas, as milhares de promoções e descontos, os shoppings lotados e as lojas com filas. Por isso a maioria das empresas gastam uma boa parte de seu tempo e dinheiro planejando como atrair cada vez mais usuários através das datas comemorativas, o resultado é sempre certo e o número de vendas aumentando cada vez nessas épocas do ano. Podemos observar que com o passar dos anos, as estratégias de marketing estão cada vez mais bem executadas.

Com a grande concorrência no mercado nessa época comercial, a competição entre as marcas e as lojas se instaura para conquistar uma maior quantidade de consumidores. Brindes e descontos são umas das grandes jogadas de marketing que funcionam muito bem para ganhar o cliente.

Todas as marcas tiram proveito deste dia e dessas datas, e o poder do marketing e da publicidade entra em ação, colocando na cabeça dos consumidores que a felicidade está nos bens materiais e não em simples gestos de carinho. Afinal, vender é o que interessa e nós vivemos numa bolha consumista que nos faz ir atrás disso. Este é só mais um dia para vender, uma data comercial, como o dia das crianças, dias das mães e dos pais e até mesmo o natal.

Com o grande número de campanhas voltadas para o mesmo tema, alguns apelos emocionais ganham força, já que as marcas trabalham mensagens iguais ou parecidas, mesmo que de forma indireta. No dia dos namorados, por exemplo, é gerada por diversas empresas a ideia de que “se você ama seu/sua parceiro(a), você deve presenteá-lo(a)”.

Existe uma certa manipulação da mídia, implantando a ideia de que é necessário dar um bom presente para seu namorado(a) para provar seu amor, ou seja, presentear alguém se tornou sinônimo de reciprocidade na sociedade capitalista na qual estamos inseridos. O consumo está muito ligado com a afetividade nesse tipo de data. No final das contas, estamos sempre sujeitos a alimentar essa indústria do consumo. É um ciclo vicioso. E sem fim.

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