Dia novo, nova polêmica
O mito da caverna digital
Por Laís Lacerda Divieso de Souza
Nesse tempo de eleição, foram compartilhadas muitas fake news bolsonaristas em relação ao outro candidato e, infelizmente, alguns eleitores acreditaram e repassaram essas notícias. E, quando desmentidas, eles preferiram defender que aquelas notícias eram verdadeiras. Até que ponto vale defender o seu candidato? Mesmo que haja escândalos o envolvendo.
Além disso, é possível notar que, no tempo da pós-verdade, é mais preferível acreditar na realidade que mais convém e mais agrada. Parecido com os sintomas da esquizofrenia. Seu primeiro sinal é não conseguir distinguir o que é real ou não. E, assim, aceitar aquilo que mais convém.
Por outro lado, com a rapidez e a facilidade da internet, aparece a cada dia um assunto para ser falado nas redes sociais. E, rapidamente, exigem uma opinião dos outros no mesmo instante. Senão, você é um mal informado. Então, o que costuma acontecer é que há muitos faladores, que comentam sobre um tal acontecimento, mesmo sem saber todos os fatos. O jornalista e escritor Julián Fuks já fazia esse questionamento: “Reféns do presente: por que nos submetemos tanto ao assunto da vez?”
Logo, o mal da internet, além da fluidez (que também pode ser uma dádiva) e do excesso de informação, é que cada vez que você entra numa rede social, tem uma nova polêmica para comentar, resultando numa argumentação mal-formada. E, assim, pode gerar uma desinformação em vários usuários, dando voz a muitos ignorantes. Isso recebe o nome de infodemia.
É notável que infelizmente isso fica cada vez maior, principalmente e recentemente na pandemia. E não parece que vai diminuir. Vivemos ultimamente no filme “Matrix”, no qual todos tomaram a pílula azul, diferentemente do personagem chamado Neo. E quando cai numa realidade paralela dessas, é difícil sair. Em alguns aspectos, pode ter uma consequência, não só para ela mesma, mas para todos ao seu redor.
