#EleNao: manifestação política de âmbito global demonstra forte rejeição ao candidato Jair Bolsonaro

Opositores de Bolsonaro criam uma campanha de repercussão internacional em defesa do movimento antifascista

Thais Miraldo
singular&plural
3 min readSep 21, 2018

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Por Maria Melo e Thais Miraldo

Bandeira símbolo do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) (Foto: Reprodução / Pixabay)

"A minha liberdade termina quando começa a do outro".

Essa frase de Herbert Spencer cairia como uma luva diante do atual cenário político conturbado, no qual nos encontramos.

A pouco menos de um mês das eleições presidenciais, as redes sociais estão divididas entre a direita, a esquerda e o centro. Atualmente o indivíduo tem, cada vez mais, sobreposto suas visões e pensamentos sobre de outros e isso, consequentemente, gera um sentimento de intolerância e radicalismo.

Entre os candidatos à presidência, Jair Bolsonaro, PSL, se destaca quando o assunto é polêmica midiática. Tem ganho gradativamente o desprezo de simpatizantes da esquerda, mulheres e grupos lgbtq+ por seus discursos de cunho machista, misógino, racista e outros. Em diversas aparições aos principais canais de comunicação como tv aberta, tv paga e mídias sociais, demonstrou repúdio e ódio às minorias sociais.

Não satisfeitas com as declarações do candidato e de seus eleitores, milhares de mulheres se reuniram e criaram no Facebook o grupo intitulado “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, que gerou repercussão internacional, após atingir a marca de aproximadamente 1 milhão de componentes em pouco mais de 1 semana e que vira a ser derrubada por hackers após atingir a marca de 2 milhões de membros.

As administradoras do grupo relataram que além das ameaças para apagar o grupo, tiveram suas contas pessoais invadidas e hackeadas.

A #Elenão foi a hashtag mais comentada da semana e ainda contou com o apoio de influenciadores da mídia como: Alessandra Negrini, Deborah Secco, Bruna Marquezine, Claúdia Raia, Patricia Pilar, a polêmica jornalista Rachel Sherazade, que surpreendeu seus seguidores do twitter ao apoiar o movimento contra o candidato e diversos outros. Tendo em vista que Sherazade é conhecida por ter um ponto de vista conservador, seu apoio ao movimento causou estranheza de muitas pessoas.

A jornalista manifestou-se após o comentário de cunho preconceituoso e machista do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, do PRTB, que declarou que famílias ‘sem pai e avô, mas com mãe e avó’ são ‘fábricas de desajustados’ que ‘tendem a ingressar em narco-quadrilhas’. Sherazade foi atacada por seguidores de visões políticas contrárias às suas em relação ao candidato.

Como os veículos de comunicação se comportam diante da #Elenao?

Representação de um veículo de comunicação (Foto: Reprodução / Pixabay)

Em ambos os veículos de comunicação “Folha de São Paulo” e “Isto É”, a construção de imagem do candidato se faz nítida a partir de falas do juiz Sérgio Moro a construção de um “personagem do mal”. Para isso utilizam a técnica da função, manipulação e informação para passar a ideia defendida.

O jornal “Folha de São Paulo”, por exemplo, no decorrer de seu texto, expõe o candidato através de conceitos relacionados a movimentos, “seu argumento é análogo ao utilizar pelos críticos da união homossexual”, “crise de costume”. Na mesma ideia, a “Isto É”, faz um apelo para a liberdade de “ser”.

Os dois veículos tem objetivos semelhantes ao usar a técnica da função e manipulação, na qual a questão principal não é o efeito daquela informação e sim a função de expor um candidato, e em contra partida utiliza a técnica da informação, na qual se preocupa com a transmissão e eficácia do conteúdo.

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