Entre curtidas e retweets: o peso das redes sociais para as Eleições 2018

Juliana Melguiso
singular&plural
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3 min readSep 20, 2018

Por Igor Néder Lopes e Juliana Melguiso

Mídias sociais vem se tornando um dos maiores aliados do jornalismo, principalmente pela rápida divulgação dos fatos (Foto: Pixabay/CC0 Creative Commons)

Em tempos de globalização acelerada e de uma inclusão digital cada vez mais abrangente, temos as redes sociais encabeçando a lista daquilo que boa parte das pessoas acompanha como relevantemente válida para se confiar e seguir.

Quem nunca compartilhou uma notícia do Twitter ou Facebook sem que buscasse a mesma informação em outro veículo? É natural ver milhares de grupos de WhatsApp repercutindo notícias como verdade absoluta, sem ao menos uma análise minimamente crítica por parte do público acerca do que realmente aconteceu.

De certa forma isso sinaliza algo que pode ser um problema futuro, principalmente em época de eleição. As matérias tendenciosas que muitos veículos insistam em escrever são um mau exemplo do jornalismo atual e de como o viés ideológico impera em vez da famigerada imparcialidade.

Tomemos um exemplo das redes sociais como primeira busca dos que querem se informar. O quão importante seria, pelo menos, um outro olhar (sobre a mesma informação) para fora dessas redes, com a intenção apenas de comparar o modo pelo qual foram escritas? Essa deve ser uma questão básica que, caso existente em boa parte do público, já mudaria a forma de pensar e agir em sociedade.

Hoje, com essa popularização cada vez maior das redes sociais, tanto o jornalismo como as campanhas políticas se unem a esse tipo de divulgação para atingir cada vez mais um número maior de público, nem que isso signifique divulgar informações que não são, necessariamente, a verdade.

Em matéria veiculada em 4 de janeiro de 2018 no Jornal da Cultura, da TV Cultura, diversos especialistas e comentaristas do telejornal discutem como as redes sociais vão interferir em 2018, com inúmeros prós e contras em relação ao seu uso. O jornal mostra, por meio da opinião de seus convidados, a potencialidade que as mídias sociais sobre o eleitor e também sob o próprio jornalismo, e assim, se tornando um produto de revolução digital. Se analisarmos a reportagem segundo o livro Breve roteiro introdutório ao campo de estudo da Comunicação Social no Brasil de Venicio A. de Lima (2004, p. 51), o diálogo apresentado na reportagem está em como as pessoas encontram essa informação com maior rapidez para ser discutida e como podem julgar por si próprios o que está certo ou errado de acordo com suas opiniões, democratizando suas escolhas.

Matéria do Jornal da Cultura, de janeiro de 2018, sobre as perspectivas para a política em ano de eleições (Vídeo: YouTube/TV Cultura)

Já na matéria do Nexo Jornal, publicada em 13 de julho de 2018, é analisado os impactos que as redes podem ter sobre as eleições, desde a criação de post patrocinados para atingir cada vez mais o público, como também o modelo de campanha de Trump que acabou colocando o empresário como o 45º presidente dos EUA. Com isso, redes sociais poderão se tornar cada vez mais relevantes para a disseminação de notícias dos candidatos, planos de governo, entre outros fatores.

Com isso, o diálogo se torna ainda mais rápido, e na teoria, mais significativo para que a sociedade não se torne algo unilateral, mas que veja e discuta os possíveis meios para se escolher os melhores representantes para o país. Como dito pelo jornalista Jamil Marques para matéria do Nexo Jornal, as redes alcançam muito mais status como formadora de opinião pública que é seu dever dialogar com o eleitor trazendo o real panorama da situação política.

Sendo assim, optar por publicar uma coisa e deixar de publicar outra já é, por si só, tomar partido a respeito, independente de tema e área. O papel das redes sociais nesse cenário é o de intermediador jornalístico mais rápido e eficaz, ainda que o conteúdo não seja o ideal, de fato.

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Juliana Melguiso
singular&plural

Futura jornalista, e apaixonada por cinema, que acredita que o mundo pode ser uma grande comédia romântica dos anos 80.