Fake News não entra em greve

Matheus Henrique Veloso
singular&plural
Published in
3 min readMay 30, 2018

Paralisação dos caminheiros é marcada por disseminação de notícias falsas

Por Henrique Toth e Matheus Veloso

Uma simples mensagem, foi com isso que diversas notícias falsas se propagaram durante a greve dos caminhoneiros que parou o Brasil. Seja você a favor ou contra a paralisação, as chamadas “fake news” têm um poder surpreendente em casos como esse.

Uma das mensagens mais difundidas no período da greve é que com sete dias 6 horas de paralisação, os militares poderiam tomar o governo. Além de outro recado onde dizia que Temer iria renunciar à presidência.

A disseminação dessas informações influenciaram até mesmo as pessoas que estavam na greve. Segundo o Estadão, em grupos de whatsapp alguns manifestantes criticaram aqueles que saíram após concessões do governo. Ainda disseram que fazem isso por um Brasil melhor e reivindicavam coisas que não estavam no pedido original, como redução do preço da gasolina (além do diesel) e até intervenção militar.

Na segunda-feira 28/05, a apresentadora do programa “Me poupe 89”, Nathalia Arcuri, solicitou aos ouvintes caminhoneiros que enviassem mensagens sobre a atual situação da greve. Chegaram duas mensagens, uma de um suposto caminhoneiro de Mogi que já havia saído e disse que vários caminhões já estavam se retirando da greve. Enquanto outro dizia que o que a mídia dizia sobre o acordo era mentira, os caminhões continuavam parados.

A apresentadora disse no programa que alguns caminhoneiros autônomos podem ter saído enquanto outros deveriam estar decidindo em conjunto o que seria feito. O programa não iria disseminar informações dessa importância sem checar antes. Porém os próprios caminhoneiros que desejam conseguir mais coisas com a greve poderiam enviar para a sua rede de contatos as informações que eles quisessem e isso poderia ser repassado para todo o país praticamente.

E é dentro de toda essa questão da “fake news” que entra o principal meio em que elas se difundem: as redes sociais. Nos últimos meses, o Facebook entrou em uma profunda discussão sobre o poder, mesmo que indireto, que a plataforma tem sob as pessoas e as notícias falsas.

Diretores e desenvolvedores do Facebook já afirmaram que estão fazendo mudanças para que a disseminação das notícias falsas diminua. A vice-presidente do Facebook, Alex Hardiman, afirmou que mudanças no algoritmo estão sendo feitas para amplificar notícias com fontes confiáveis.

Algumas ações pontuais já puderam ser vistas, como foi no caso do assassinato da deputada Marielle Franco. Na época do crime, o site Ceticismo Político divulgou notícias mentirosas contra a vereadora. Páginas gigantescas e com grande influência na população, como o Movimento Brasil Livre, compartilharam e ajudaram na divulgação de mentiras.

Mas com denúncias feitas sobre o conteúdo destas matérias, o Facebook detectou e tirou do ar as páginas e perfis associados a essas notícias.

São ações pequenas, claro, mas é um começo para que a praga chamada “fake news” comece a diminuir. O papel principal é das redes sociais, como o Facebook, mas a mídia em si também tem sua importância nesta batalha.

A Veja, por exemplo, possui em seu site o blog “me engana que eu posto” , onde eles alertam sobre essas informações conflitantes com a realidade que saem nas redes sociais. A rádio 89 possui, no programa “jornal 89”, um quadro sobre fake News, onde apresentam uma notícia que foi recentemente compartilhada na rede e dizem os pontos falsos ou verdadeiros da mensagem.

Além disso, existem os sites já conhecidos por desmentir fake News, como o e-farsas, lançado em 2002, muito antes das notícias falsas chegarem ao seu auge. Ou então o boatos.org, criado em 2013. A internet permite que qualquer pessoa seja criadora de conteúdo, então precisamos ficar atentos às informações divulgadas e sempre desmentir quando vemos que alguém compartilhou algo falso.

Além disso, existem os sites já conhecidos por desmentir fake News, como o e-farsas, lançado em 2002, muito antes das notícias falsas chegarem ao seu auge. Ou então o boatos.org, criado em 2013. A internet permite que qualquer pessoa seja criadora de conteúdo, então precisamos ficar atentos às informações divulgadas e sempre desmentir quando vemos que alguém compartilhou algo falso.

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