Fake News: o futuro da informação?

Louise Hardy
singular&plural
Published in
2 min readMar 27, 2018

Na era Trump, notícias e mentiras se confundem

Por Louise Hardy e Maria Luiza de Freitas

Primeiro passo: abra o navegador Google Chrome. Segundo passo: digite na barra de busca “Fake News”. Terceiro passo: acesse a aba “notícias”. Quarto passo: surpreenda-se com o número de veículos midiáticos mencionaram o assunto nas últimas 24 horas. O New York Magazine, o Telegraph, o Washington Post, o Correio Braziliense, todos esses têm algo em comum, o assunto do dia é Fake News.

A expressão entrou no vocabulário de todos nos últimos tempos, e ao que parece, ninguém pode dizer exatamente de onde surgiu. Por que usar um termo em inglês para discutir algo que também acontece dentro do próprio Brasil, sendo que a língua portuguesa é perfeitamente capaz de descrever o fenômeno? Aparenta ter se enraizado dentro de nossa cultura a partir de 2016, dentro de um contexto deplorável, a campanha presidencial de Donald Trump.

O presidente americano é conhecido por gritar “Fake News” a cada menção de seu nome que não o fazia parecer brilhante, também por qualquer artigo que apresentasse uma imagem positiva de sua adversária nas eleições, Hillary Clinton. Tais gritos levaram a população a uma desconfiança dos veículos informativos, quaisquer que sejam, e o jornalismo teve de reunir suas forças e propor novos enfoques.

É uma luta permanente dos comunicadores, que se propõem informativos e verdadeiros na sua essência, e da credibilidade, que se dá por uma combinação de fatores, incluindo a verificabilidade dos fatos e a transparência na apuração da notícia. Porém, alguns fatos descritos podem não ser tão facilmente verificáveis por pessoas comuns que não andam com crachá de grandes veículos. Por exemplo, o que foi dito em uma entrevista exclusiva entre a Rainha Elizabeth II e o jornal The Guardian nunca poderá ser verificado pelo público-alvo desse veículo, simplesmente por não ter acesso a informação.

A luta pela credibilidade se torna então uma batalha pela confiança do leitor. Porém com o crescimento das redes sociais e por consequência, a facilidade com que as pessoas expõem seus pontos de vista ou espalham notícias que julgam verdadeiras (ou não), aumentam consideravelmente a possibilidade da não apuração de todas ou maior parte das notícias. Portanto, esta acessibilidade torna a notícia semelhante a um “post”, no lugar de trazer algo informativo e realmente verdadeiro, apenas pulveriza informação sem nenhuma forma de comprová-la. Dessa forma, criaram-se alguns mecanismos para que a credibilidade fosse assegurada não só pelos veículos como também pelos leitores, como: analisar o veículo, as fontes e até se há recorrência na notícia.

Sendo assim, podemos concluir que o futuro da comunicação não está apenas nas mãos do famoso quarto poder, e sim de todas as áreas correlacionadas como publicidade, assessoria, mídias sociais e também de todos que consomem notícias virtualmente, principalmente aqueles que conseguem, de alguma maneira, contribuir para a veracidade das informações distribuídas — seja banindo estas das redes sociais, avisando em comentários que existe algo errado ou até entrando em contato com o veículo para a publicação de uma errata.

--

--