Fake news: o mal da modernidade

Amanda Gonzalez
singular&plural
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2 min readJun 13, 2018

Apesar de todas as facilidades que ela nos proporciona, a modernidade tem sua maldição

Por Amanda Gonzalez

Não dá para negar: a tecnologia facilitou — e muito — nossas vidas. Hoje, com um simples clique, podemos comprar qualquer coisa pela internet. Ou enviar uma pessoa que está do outro lado do mundo em questão de segundos. Hoje em dia, se alguma tragédia acontece no Japão, nós, aqui do Brasil, ficamos sabendo em cerca de 3 a 5 minutos. É claro que podemos considerar isso como uma coisa boa: há muito mais facilidade na informação. Mas a tecnologia também tem a sua maldição: as famosas fake news.

Você provavelmente já recebeu uma mensagem no WhatsAppcom uma notícia bombástica, extremamente sensacionalista e… falsa. E essas notícias se tornam ainda mais comuns quando falamos de poítica.

Segundo um levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai) da USP, cerca de 12 milhões de pessoas difundem notícias falsas sobre política no Brasil. Isso acontece porque os brasileiros têm um alto grau de confiança nas redes sociais como fonte de informação — muitos, até mesmo, as têm como sua única fonte de informação. E em redes sociais não tem esse negócio de apurar direitinho, não: as páginas estão preocupadas com números, não com conhecimento. Veja bem: uma notícia escandalosa sobre um político corrupto dá muito mais likesque um perfil de um político ou uma análise da situação política atual do país. E para ter muitas curtidas não precisa apenas de algo chamativo: é necessário rapidez. E, como toda essa rapidez na troca de informação, fica a dúvida: como fica a apuração? Não fica. Não há tempo para isso. E se os veículos já têm tempo de apurar a informação antes de divulga-la, o leitor tem menos ainda.

Com a modernidade, veio também a pressa. É comum ver gente correndo para lá e para cá, atrasados para seus compromissos, na correria do dia a dia. Essa correria faz, então, com que as pessoas queiram que cheguem informações mastigadas. Elas não querem textos longos, querem textos curtos e diretos. E confiam neles: é muito raro achar alguém que tenha como fonte de informação dois ou mais veículos, ninguém tem tempo para isso. Nem o jornalista, que tem centenas de matérias para publicar em um único dia, nem o leitor, que está sempre na correria.

E, infelizmente, enquanto houve essa correria, essa necessidade de rapidez de informação e falta de vontade de apurar em outros veículos do leitor, as fake news existirão.

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