Jornalismo: a chave para o consumo da moda

Marcelle Dutra
singular&plural
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3 min readNov 23, 2018

Por Beatriz Medeiros, Danielle Leite e Marcelle Dutra

As tendências mudam a todo instante, a moda está constantemente se reinventando. Seja um acessório novo, uma peça de roupa específica que começa a ficar na moda ou também um determinado estilo que há 30 anos atrás fazia sucesso e é trazido de volta por conta de um movimento político ou econômico. A moda é, antes de tudo, um fenômeno completamente social e cultural.

No campo da comunicação, a informação de moda vem tendo cada vez mais destaque na imprensa tradicional e nas novas mídias, como a internet. Antes limitada às revistas impressas, hoje a moda é difundida por incontáveis meios ao redor do mundo. O que era limitado e restrito agora não encontra barreiras.

Desde que surgiu a primeira revista feminina nacional, A Cigarra, a imprensa de moda no Brasil buscava traduzir as multiplicidades e tendências. Obviamente, o ritmo era menos intenso, até mesmo porque a informação não circulava de forma tão rápida como hoje circula.

Foto: Pixabay

A moda aparecia através de fotos de agências internacionais, em croquis de ilustradores ou então em fotografias não produzidas, quase instantâneos, com forte carga da chamada foto-reportagem. Uma entrevista ali, outra aqui. Um desfile da Casa Canadá, a inauguração de alguma butique, alguém que chegava do exterior com novidades de moda etc. (CHATAIGNIER, 1996, p.1)

Antigamente quem ditava a moda eram as marcas famosas e as revistas de moda, quem não seguia o “padrão” automaticamente se tornava “brega”, a pessoa que não tinha estilo.

Em escala internacional, a internet tem penetração cada vez maior na vida dos indivíduos. Alterou a forma como as pessoas se relacionam entre si e com a moda, uma vez que é possível acessar qualquer informação, a qualquer momento, de qualquer lugar.

A relação do consumidor, de informação ou produto de moda, também foi alterada. Em uma sociedade comandada pelo consumo rápido, as “tendências” mudam de forma tão repentina que as revistas impressas vêm se tornando ultrapassadas.

Com o jornalismo de moda feito através das mídias sociais, as tendências são vistas e mostradas instantaneamente, as redes sociais estão a todo o momento se atualizando com a nova moda do momento. São milhares de modos de usar determinada peça de roupa, uma roupa customizada começa a fazer parte do guarda roupa, os estilos vão ficando variados e o papel do jornalista para acrescentar a credibilidade é essencial.

Foto: Pixabay

O papel do jornalismo, nesse caso, é publicar as mais novas tendências e contar a história delas. Isso pode acabar interferindo? Em parte sim, pois as pessoas podem pensar que se o jornal, revista, televisão ou mídias sociais estão postando ou publicando, só essa tendência será aceita pela sociedade, mas também pode ser um “start” para outros criarem outra moda com essa tendência.

Tais reordenamentos nos meios de comunicação, dos profissionais, sociais e culturais, deixam claro o novo cenário que se formou com o crescimento da internet e os que agora se concretizam. “A febre dos blogs, alavancada em 2003, é um fenômeno consolidado, cujo sucesso é quantitativamente comprovado na rede mundial” como cita Hinerasky (2010, p.6). A todo momento, novos blogs são criados e os já existentes, só ganham mais visualizações. A média de novos acessos e a expressividade desses veículos, começou a crescer em 2008 e até hoje (2015) não parou.

Em um mundo tão globalizado é possível imaginar que, em algum momento, poderá haver a convivência de ambos os veículos: internet/redes sociais e revista impressa, pois mesmo que timidamente, existe público para ambos.

Referências

CHATAIGNIER, Gilda. Todos os caminhos da moda. São Paulo: Editora Rocco, 1996.

HINERASKY, Daniela Aline. Jornalismo de moda no Brasil: da especialização à moda dos blogs. 2010. 16 f. Monografia (Especialização) — Curso de Comunicação Social, Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, 2010.

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