Mídia digital: o camaleão que nos empurra vampiros
Por André Fonseca e Thais Genovese
Precisamos falar sobre a página de conteúdo da UOL e seus adjacentes. Foram tantas tardes, tantas noites, tantos dias, textos mil foram publicados com uma única função: falar mal das políticas que Dilma estava implementando no Brasil. Salvo me engano, cheguei a abrir a página da UOL e do site da Folha para comparar. Era uma chuva de textos sobre a então presidente, parecia que estava vendo um dia inteiro de erros de uma Chefe de Estado atrapalhada em sua administração e sua vida pessoal sendo exposta e ridicularizada.
A presidente caiu e com isso todos os sites continuaram a falar mal dela. Era descarado o quanto queriam derrubá-la. Não sabíamos ao certo por que e continuamos sem ter uma noção definida sobre isso. Com a queda da esquerdista ascendeu ao poder uma figura vinda das catacumbas dos castelos da Transilvânia, o PMDBista sanguessuga, vice decorativo, Michel Temer.
Essa mudança dividiu ainda mais um país que não tem mais nem o futebol para lhe dar alegria. Prato cheio para então transformar uma criatura diabólica em um santo salvador de uma pátria afundada em uma crise imposta pela camada elitista empresarial. Foi então que a mídia atuou para mostrar o lado bom de Temer no poder.
Desde que Drácula está no poder no Brasil, cometeu inúmeras atrocidades ao povo brasileiro, como por exemplo comprar os deputados inúmeras vezes em jantares para livrarem a sua cara e passarem todos os seus projetos. O engraçado é ver que UOL e coleguinhas tratam como se nada de ruim estivesse acontecendo no país e, então, às vezes, nem sequer noticiam esses grandiosos eventos na casa do presidente.
Algo mais assustador é que, quando citam Temer, explicam de maneira deturpada que uma reforma trabalhista, na qual todos trabalharão praticamente como escravos, é algo aceitável e que ele está fazendo um bem enorme para a sociedade que passará a trabalhar e não verá seus filhos crescerem, ou melhor nem terão filhos, porque deve trabalhar e não folgar.
A mídia atuante na internet é a maior influenciadora nos tempos de hoje. E deveria ela ser uma alternativa aos jornais conservadores que são vendidos nas bancas. Porém, parecem ter feito um pacto com o demônio e adotado a “Ponte para o Futuro”, que mais parece a ponte para o passado, visto que temos uma figura milenar no poder e que ela é conservadora.
Fico caçando jornais que falem o que realmente está acontecendo, falem das falcatruas que estão sendo feitas, mas parece uma procura em vão. A grande mídia quando fala de uma propina e vincula ao nome de Temer logo tenta abafar o caso colocando uma notícia falsa de que um ex-presidente teria um sítio e um triplex, enquanto esquecem que aquele que está no poder tem dois prédios em nome de seu filho, Drácula Junior. Ah!, desculpe, foi mal, chamei pelo apelido, Sanguessuga filho… Ah, não!, esse é o outro apelido, é Michel Temer Junior, ou carinhosamente apelidado pela mídia de Michelzinho.
Se o futuro depende daqueles que chamam o filho do presidente pelo último nome que escrevi, estamos encrencados, pode ter certeza que essa imprensa suja estará declarando mil amores a um e amanhã a outro, pois ela é pior que o nosso querido, ou melhor, o amorzão deles. Por que pior ? Simples. Já foram a favor de Aécio, de Cunha, Japonês da Federal; pasmem, daquele juiz de quinta que mora em Curitiba e já se organizam para financiar a campanha de um mito brasileiro que acredita em ser presidente e não precisar saber o mínimo de economia, se diz a salvação, mas no fundo é pior que o que está no trono.
O cenário do Brasil para as eleições de 2018 é um grande Game of Thrones. Um querendo passar a perna no outro. E ao invés de se ter uma mídia de qualidade, que busca o plural, temos uma retrógrada, controversa, manipuladora e vira-casaca. Um dia elogia quem está no poder, no outro quer derrubá-lo. Parecem viver em uma crise infinita de dupla identidade, ou um transtorno incrível de bipolaridade que não parece ter fim.
A solução não nos parece palpável ou visível. Precisa-se mudar antes quem faz o jornalismo. E não adianta ser o filho do cara que já está lá. E quase sempre vem com a mesma visão do pai. E não se deixe enganar pela mídia que está hoje ditando regras e mais regras para uma sociedade doente. Podemos fazer um paralelo dela com um camaleão que está sempre se camuflando para atacar a presa, e nesse caso a presa somos nós.