Mídia e (anti) liberdade: desafios e aprimoramentos

Pedro Romanos
singular&plural
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3 min readDec 17, 2018

Por Pedro Romanos

A liberdade do ser humano é algo que foi de difícil conquista. Ao longo do tempo, enfrentamos diversos leis e posicionamentos que remaram contra os direitos do povo.

Com isso, foram criadas diversas leis de incentivo à liberdade e colocadas em uma espécie de carta, na qual nos baseamos: a constituição. Ela é fundamental em diversos na maioria dos governos no mundo e essencial para manter a ordem.

Mesmo assim, muito do que está presente na constituição não é aplicado na prática. Muito do que está escrito ali também se mostra relativo. No primeiro capítulo, no artigo cinco, é onde está uma das principais propostas da constituição em relação ao direito de sermos livres.

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Só de lermos estes primeiros termos já nos deparamos com a grande disparidade na qual encontramos nosso país.

Assegurar todos estes direitos ao povo é uma tarefa realmente muito difícil. Vivemos em um país muito grande, com uma diversidade cultural gigantesca, o que nos leva a algumas dificuldades nas aplicações da lei. Entretanto, a sociedade, apesar de ter consciência sobre como deve agir para melhorar o seu papel para com o outro, as diferenças pessoais muitas vezes são um grande problema.

Outro direito que é algo extremamente discutido e relativo é o da liberdade de expressão. Com a ascensão dos meios digitais as pessoas obtiveram uma grande facilidade para expressar suas ideias. Por outro lado, isso culminou em algo fora do controle, em que as informações fluem muito rápido e não se possui controle sobre o que se escreve.

Com essa facilidade, muitas pessoas passaram a escrever o que bem entendem sem sofrer julgamento perante à lei. No jornalismo isso também é presente, só que a liberdade de expressão, neste meio, age como uma faca de dois gumes.

O jornalista dificilmente expressará sua opinião em uma matéria de cunho noticioso. Isso por conta de dois pontos: a objetividade do jornalismo, que prega que devemos aplicar a neutralidade as matérias e que o público deve decidir o que é certo e o que é errado. A segunda é: muitos jornalistas tem seu ritmo ditado pelo local onde trabalham e pelas ideologias aplicadas por este. Com isso, a liberdade expressiva é totalmente anulada.

A mídia possui uma força imensa quando o assunto é liberdade constitucional. Analisemos as manifestações que ocorrem pró e contra o Impeachment da ex presidenta Dilma: naquela ocasião, eram divulgados pelas grandes mídias em diversos meios de comunicação (rádio, televisão, internet), diversos momentos das manifestações. O que ocorria ali eram manifestações de liberdade de expressão. Cada emissora possuía um posicionamento em relação ao Impeachment, então, ao invés de aplicar o conceito de fairness, que consiste em expor os dois lados de maneira igual, as emissoras decidiam noticiar de maneira mais elusiva aquilo que era de seu posicionamento. Isso, de certa forma, é influenciador em toda uma sociedade que é extremamente fomentada pela realidade midiática.

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