O jornalismo e conspiração do século XXI

A disputa entre a imprensa e a conspiração política

Vgranediniz
singular&plural
3 min readJun 13, 2021

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Por Vitor Diniz

Desde a criação do jornalismo, os conflitos são precursores dos interesses de conspiração. A prova de que ainda vivemos em uma sociedade onde o jornalismo e a mídia são constantemente observados e perseguidos é a história recente de um vôo comercial que foi impedido de decolar por transportar um jornalista dissidente, acusado de ir contra um regime ditatorial. Infelizmente, a nossa sociedade ainda tenta silenciar a pequena parcela de jornalistas que ainda tem pouca representatividade e, em países como os que têm um regime ditatorial, essa situação fica ainda pior.

Com isso, na medida em que o jornalista começou a exercer sua forma de pensar em seu jornal, e foi preso por isso, sua prisão atraiu a atenção de todos pela forma usada pelo governo bielorrusso para realizar essa prisão. Fingir que um vôo de emergência era necessário, mesmo sendo totalmente mentira, essa foi a última tentativa de suprimir a voz influente de Protasevich, o jornalista. Que o jornalismo é uma forte influência sobre a sociedade, não temos dúvida. Os governos, muitos passaram a denominá-lo como o “quarto poder” por isso.

Protasevich é cofundador e ex-editor do NEXTA, iniciativa de informação na plataforma de mídia social Telegram, que se tornou um canal popular para os inimigos de Lukashenko compartilharem informações e organizarem manifestações contra o governo. Ao levarmos em consideração a evolução da comunicação, perante ao cenário do passado, em que silenciavam aqueles contrários às suas ordens, percebemos um fato: a ditadura continua. As vozes dos jornalistas continuam sendo abafadas.

Nos deparamos ainda hoje com um grupo pequeno de jornalistas que luta pela sua liberdade de expressão. A discussão acerca do papel do jornalista e do jornalismo também está representado pelas grandes perseguições que sofremos, que têm a capacidade de dar voz para situações como essa de injustiça e de total censura.

Uma reportagem divulgada pelo Estado de Minas, em maio de 2021, e intitulada “Quem é Roman Protasevich, o jornalista preso em voo interceptado por Belarus”, demonstrou a censura terrível que o jornalista sofreu por causa de seus posicionamentos espontâneos e que agrediam a sociedade. “A principal agência de segurança do governo, chamada KGB, colocou o nome do jornalista em uma lista de terroristas. Se ele for acusado e condenado por terrorismo, pode enfrentar a pena de morte. As acusações de incitar a desordem pública e o ódio social acarretam uma pena de mais de 12 anos de prisão”, diz a reportagem.

Quando os jornalistas tentam abordar assuntos que vão de frente ao esquema político, são atacados de forma violenta e têm os seus direitos negados, inclusive o direto à vida. E o que seria o real esclarecimento para a parcela da sociedade que ainda acredita no poder do jornalismo, se não um grito, um protesto? O quarto poder grita pela sociedade, contra aqueles que o utilizam para benefício próprio.

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