O poder dos influenciadores digitais e o consumismo

Raissa Andrade
singular&plural
Published in
4 min readJun 13, 2018

Os influenciadores digitais lançaram um novo método de vendas e empreendedorismo por meio das redes sociais afetando diretamente o consumismo

Por Raissa Andrade

2018. Passaram-se três anos do ano em que o filme “De volta para o futuro” previu que estaríamos andando de skates voadores. Mas, isso não quer dizer que a tecnologia não avançou. A mídia digital e as redes sociais estão em crescimento constante, e, cada vez mais, dominam o mundo na era tecnológica atual.

Na era da mídia digital, os dominantes são os influenciadores digitais nas redes sociais. Mas, quem são eles? O que fazem de diferente? Matheus Hugolini, 18 anos, é um influenciador digital e conta que sua vida mudou completamente após se tornar popular na internet. Começou pelo Instagram, e depois no YouTube: neste momento viu seus fãs florescerem, e não paravam mais. A partir do instante em que seus seguidores começaram a crescer rapidamente, as marcas o procuraram para fazer campanhas e divulgação de seus produtos, nascendo assim, um novo meio de propagandas e trocas de informação, o mais novo (e famoso já) marketing de influência.

Já não é novidade que cada vez mais as empresas estão optando pela contratação de influenciadores digitais ao invés de uma estratégias publicitárias antigas, como as propagandas invasivas. Mas não vem do acaso isso, é porque o resultado é um conteúdo relevante que gera mais engajamento com o público certo. Isso chama-se marketing de influência, e, no momento, é o queridinho das marcas pelo resultado rápido e certeiro que ele trás.

Influenciadores, marcas e redes sociais

E, por quê as marcas começaram a procurar Matheus? Atualmente, o público teen e adulto se encontram em sua maior porcentagem na internet. São eles os públicos que os influenciadores digitais atingem, pelo fato de terem idades parecidas e se identificarem com eles. A partir do momento em que ocorre a identificação com alguém, a pessoa vive em torno dessa figura/pessoa, sempre a acompanhando nas redes sociais e querendo saber o que faz parte da vida dela, o que ela usa, os lugares os quais frequenta, entre outras coisas.

A economista, Waleksa Ferreira, 40 anos, disse que os influenciadores digitais podem promover expansão de alguns mercados pelo fato de incentivar a demanda de diversos produtos. Essa se tornou uma oportunidade para as marcas atingirem o público jovem e adulto, de maneira fácil e rápida.

Os jovens querem ser iguais aos seus ídolos. Em alguns casos, gastam até o que não têm para que isso aconteça, mesmo em tempos de recuperação de crise. A economia já é afetada pelo consumismo (alto) dos jovens. Em meio ao momento de superação de crise econômica enfrentada pelo país, a venda de produtos e pagamento pelo marketing de influência feito pelos influenciadores não são afetados e estão longe disso. “O consumismo é caracterizado pelo consumo ilimitado de bens semi e duráveis, especialmente, artigos supérfluos”, explicou a economista.

O vício

Os jovens estão ligados com a moda, mais do que qualquer outra geração, ou seja, uma tendência é acompanhada constantemente. É o que consta Matheus, ao perceber o engajamento que seus fãs têm com ele. “Sempre que peço algo ou proponho uma campanha, elas ficam loucas e vão atrás. Seja como pedir para seguir uma marca, comentar algo ou coisas do tipo”, destaca sobre o envolvimento com marcas e os resultados atingidos. A estudante de design gráfico, 20 anos, Larissa Raposo, se identifica como uma fã que segue tendências de um influenciador. Contou que acompanha assiduamente as redes sociais, e, a cada foto postada, já procura onde encontrar aquele produto e o valor. Entretanto, tem que ser igual ao publicado pelo influenciador digital. Até onde irá o poder das redes sociais?

As redes sociais estão ultrapassando a barreira de entretenimento e chegando a um patamar de vício, levando as pessoas a consumirem cada vez mais coisas que não necessitam, só por mera “propaganda” de pessoas que elas acompanham? A resposta é sim, mas não é uma resposta geral. Por exemplo, pare e pense: você compraria um artigo apenas porque a pessoa que você acompanha o divulgou e falou que ele é maravilhoso, que isso e aquilo, mesmo sem a necessidade do uso de tal? Alguns dirão não, outros dirão sim, como o caso citado acima. Isso mostra o alto poder desses influenciadores unidos às redes sociais atualmente.

Porém, se não manuseada adequadamente, as redes sociais podem se tornar uma arma para fins pessoais, políticos, econômicos, e entre outros. Se as palavras e um post de um influenciador são tão fortes, imagine a catástrofe se utilizados para fins errôneos. O patamar do vício pode levar a pessoa a fazer qualquer coisa em prol do seu ídolo. Ou até coisa pior. As redes sociais são a ferramenta do século, por isso, todo cuidado é pouco.

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