Para brasileiro ver
Por João Pedro Granado
O caso de racismo envolvendo o jornalista William Waack levantou diversas discussões, não somente sobre o profissional, que claramente praticou um ato racista, mas principalmente sobre a Rede Globo de televisão, que teve de esperar o vazamento do vídeo do acontecido para tomar uma atitude com relação ao assunto.
Esse fato trouxe à tona um questionamento sobre a emissora, afinal, o correto não teria sido afastar o jornalista à época do ato racista praticado? Ou realmente foi certo esperar o vazamento do vídeo para que tal atitude fosse tomada? A impressão que fica é que as únicas coisas que motivaram a ação da Globo foram a necessidade de dar uma satisfação para o público e manter sua reputação diante da sociedade.
A (falta de) ética do jornalista não é o que entra em questão no momento, pois sobre a mesma não existe discussão, ele agiu de forma preconceituosa e isso é inaceitável, mesmo que algo fosse dito em off ou em uma conversa entre amigos. Porém, a (falta de) ética da Globo deve sim ser discutida, o repúdio à atos racistas deve ser um valor fundamental para qualquer empresa e isso tem que ser seguido à risca mesmo que internamente, e não apenas perante o resto da sociedade.
Apesar de a atitude de afastar o jornalista ter sido acertada, não é possível garantir que ela tenha sido aplicada no momento correto, pois sem sombra de dúvidas outros funcionários da emissora sabiam sobre o ocorrido e muito possivelmente isso já era de conhecimento dos diretores da empresa; portanto, a ação deveria ter sido imediata e não apenas após o conhecimento público do caso.