Quando o filho mais tradicional da comunicação cedeu ao marketing digital

Giovanna Dagnino
singular&plural
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2 min readMay 30, 2018

Por Giovanna Dagnino, Júlia Mello e Letícia Marques

Não é mais nenhuma novidade, a importância dos influenciadores digitais nos dias atuais. A força de serem formadores de opinião, influenciando tantas crianças, jovens e até mesmo adultos, foge do que estamos acostumados a ver. O branding comum de grandes marcas deixou de ser a principal fonte de renda de publicidade para as marcas e a aposta em influenciadores digitais não para de crescer a cada ano. A mídia passou a enxergar essas celebridades da internet também como grandes produtores de vídeos e de propagandas, e muito além disso, como concorrentes também. Muitas blogueiras, principalmente, passaram a conquistar o público dos tradicionais veículos divulgando conteúdos de formas diferenciadas e que chamam a atenção dos jovens.

Hoje, podemos dizer que a profissão de jornalista e influenciador digital se confunde um pouco. Principalmente na produção de conteúdo, mas também no uso das redes sociais ao seu favor. O jornalismo precisou de adaptar a nova era das mídias e por isso, para se igualar ao que hoje na sociedade é mais visto, precisou aprender novas regras para continuar em alta no mercado de trabalho e também na vida das pessoas. Um exemplo disso foi o início do uso das histórias do Instagram pelo tradicional jornal Estadão. Com uma contratação apenas destinada à esse trabalho, o jornalista Murilo Busolin atualmente é responsável apenas pela criação de histórias na rede social com as principais notícias do dia, utilizando vídeos, imagens, gifs animados e músicas.

Um dos pontos que mais diferem essa “nova” forma de produzir conteúdo é a liberdade de criação que os influenciadores possuem para abordar os temas atuais. Na maioria das vezes os jornalistas não possuem essa liberdade de expressão para a criação do conteúdo e até mesmo o tema a ser noticiado. O influencer conhece a linguagem e o modo de abordagem que ele poderá usar com o seu público-alvo principal, trazendo maior credibilidade nas informações.

Sabendo disso, a maioria dos veículos hoje, assim como anteriormente exemplificado no caso do jornal Estadão, estão produzindo conteúdo interativo para as redes sociais. A Folha de São Paulo criou um manual próprio com regras para a abordagem de notícias por Social Medias. Inclusive, a profissionalização de blogueiros tem expandido ao ramo do jornalismo. Um exemplo disso é a abertura de postos de trabalho para jornalistas em empresas, mas para a realização de propagandas nas redes sociais. Enquanto as redações ficam cada vez mais enxutas, o marketing digital tem aberto portas aos jovens jornalistas conectados 24 horas por dia.

Mesmo assim, o jornalismo tradicional tem se levantado e parece estar cada vez mais aberto ao novo. Atendendo às demandas e modificando a forma com que são compartilhadas as notícias, os veículos de mídia têm adaptado técnicas de comunicação vindas da publicidade. Hoje nenhum veículo sobrevive sem divulgação online e nenhum jornalista que pretende estar inserido no futuro da profissão deve subestimar a capacidade das redes sociais.

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