Rapidez na informação: vantagem ou desvantagem?

Maria Fernanda Mantovani
singular&plural
Published in
2 min readMar 27, 2018

Por Amanda Gonzalez e Maria Fernanda Mantovani

Antigamente, andávamos na rua e víamos pessoas com jornais na mão, lendo notícias a caminho do trabalho ou escola. Hoje, uma cena dessas é muito rara. Os smartphones dominaram— prova disso são as centenas de jornais e revistas desistindo de suas versões impressas e utilizando apenas a comunicação digital. E com toda essa tecnologia, vieram as mídias digitais: plataformas nas quais podemos nos conectar com pessoas de todo o mundo e compartilhar qualquer tipo de informação. A febre chegou com tanta força no Brasil que, segundo o site Folha de São Paulo, o Brasil, em 2017, ocupou o segundo lugar no ranking mundial do Instagram, com o impressionante número de 50 milhões de usuários.

Com toda essa popularidade, veio a exposição e, claro, muitas críticas. Esse meio de comunicação facilitou algumas coisas, mas dificultou muitas outras. Por exemplo: antes, as informações levavam um tempo considerável para chegar ao leitor. Hoje, se acontece algo na China, nós, do Brasil, recebemos a notícias em cinco minutos. Mas essa rapidez e facilidade na transmissão de informação pode não ser tão boa quanto pensamos: muitos veículos, na pressa de “dar o furo”, ou seja, transmitir a notícia em primeira mão, acaba divulgando notícias falsas por falta de tempo para apuração. E, uma vez que a matéria é publicada, em minutos ela já foi lida e curtida por milhares de pessoas, que, consequentemente, também compartilham a informação. Com isso, surgem as Fake News, notícias falsas que são propagadas na internet. Isso nos leva a pensar: de quem é a culpa disso? Do consumidor, que exige rapidez na transmissão da informação, ou do veículo, que peca na apuração?

Não é possível chegar a uma resposta certa: se um veículo parar para apurar a matéria corretamente, será o última a dar a notícia e ela, consequentemente, não será compartilhada, pois já será considerada uma pauta “fria”. É uma eterna guerra de curtidas e compartilhamentos e ganha quem é o mais rápido. E quem perde é a população, que, ao mesmo tempo que é quem exige a rapidez, é também condenada a viver na ignorância das matérias não apuradas.

--

--