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O show da vida comemora 47 anos, de muitas críticas, furos e desastres

Luísa Pichini Garcia
singular&plural
3 min readOct 13, 2020

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Por Luísa Garcia, Nathalia Luz e Rafaela Waishaupt

O Fantástico, programa da Rede Globo, tem um formato de revista eletrônica e é exibido aos domingos. Mistura pautas jornalísticas, denúncias, esportes, humor, música e cinema, um pouco de tudo presente na televisão e cultura brasileiras.

O programa tem 47 anos e foi indicado ao Prêmio Esso de Jornalismo em 2002, quando ganhou pela reportagem sobre Raynara, de Manaus, que teve a guarda entregue a uma juíza. Indicado também ao Troféu Imprensa de Melhor Programa Jornalístico e Prêmio Emmy Internacional de Notícias.

Fonte: Facebook (2020)

O canal tende a buscar bons índices de audiência e o programa, mesmo sendo um dos mais antigos da televisão brasileira, ainda conta com grande respeito e audiência do telespectador. Este trabalho busca analisar até que ponto essas grandes questões pautadas semanalmente nos programas contribuem de maneira eficaz para popularizar o conhecimento de seus telespectadores.

Usando como exemplo programa exibido no domingo, 20 de setembro, escolhemos algumas pautas para serem analisadas. A exibição que aborda assuntos extremamente importantes, como por exemplo o escândalo das queimadas no Pantanal, como reportado, mostrando o caminho do fogo pelo matagal; casos de racismo que acontecem constantemente no Brasil, como o vídeo em que um filho filma sua mãe preta sendo agredida por policiais; atualizações constantes sobre o país em período de pandemia e o processo de desenvolvimento da vacina; o programa também se preocupa com assuntos mais diversificados, como a matéria sobre “Porque eu engordo?”, ou a entrevista com a apresentadora Angélica Huck, que voltará para as telinhas da Rede Globo.

É de conhecimento geral, pelo menos razoavelmente, que a emissora tem conflitos políticos, econômicos e particularmente, conflitos morais. O Fantástico, por ser um dos maiores programas da rede, reflete isso indo ao ar, por mais que de uma forma mascarada. Tendencioso e parcial, o jornal consegue ser transparente com o receptor em suas matérias ao mesmo tempo em que manipula-o para acreditar e seguir as informações reportadas, sem consultar outros programas de notícia posteriormente.

Mesmo com esse lado, consideravelmente, negativo, o Fantástico tem e demonstra enorme responsabilidade e delicadeza ao retratar assuntos que carecem dessas qualidades. Em reportagens que podem se tornar invasivas, os repórteres do programa são preparados para que tudo aconteça de forma leve e, ainda assim, proveitosa.

O quadro de humor “Isso a Globo não mostra”, por exemplo, se tornou um dos maiores críticos ao atual governo e deixa claro que é oposição, assim como nos governos anteriores. O quadro, que estreou em 2019, é um compilado de acontecimentos da semana e memes, cenas de novelas e piadas. Inicialmente o programa teria apenas quatro episódios, mas o sucesso foi tão grande que virou atração fixa para o brasileiro aos domingos. A ideia do programa era, literalmente, fazer um compilado de notícias que passaram despercebidas, fazem humor e criam reflexões políticas que não se limitam apenas ao presidente, e sim aos políticos em geral.

As mudanças que cercam a atualidade são inevitáveis e por isso é importante descobrir novas formas de informar o público, e assim o programa se manteve e ainda se mantém de maneira positiva há 47 anos no ar, por se tratar de um espaço de lançamentos e priorizar o jornalismo de qualidade, com assuntos relevantes e ainda assim sem perder o entretenimento de vista. Ou seja, adaptou seus elementos clássicos e os readaptou com os tempos de hoje, recebendo um resultado positivo por isso.

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