Coisas boas também terminam
Uma hora novas prioridades substituem as antigas.
Não há muito tempo, encontrei-me lidando com términos que não havia processado de maneira adequada. Relacionamentos que tanto me enriqueceram, contribuíram para moldar quem eu sou e que, por diversos motivos, precisavam chegar ao fim. E chegaram. Assim como é necessário cumprir as obrigações diárias, as partes envolvidas se afastaram e foram cuidar de suas próprias vidas. Não é novidade e não é exclusivo de ninguém, mas, dependendo de quem está envolvido, pode ser peculiar aceitar essa ideia. Embora não imediatamente, em determinado momento… ela não está mais presente. Será que é assim que funciona, e algumas pessoas desempenham papéis em nossas vidas e simplesmente se afastam? Quantas vezes eu mesmo desempenhei esse papel? É verdade que relacionamentos sem troca, cumplicidade e, sobretudo, respeito, idealmente nem deveriam existir. No entanto, recentemente aprendi que até as coisas boas chegam ao fim. Refletir sobre isso e internalizar esse pensamento trouxe-me uma paz que eu nem sabia que existia. E nem sempre é necessário haver um grande drama em torno disso; o afastamento natural ocorre. Mesmo que uma das partes, ou até mesmo ambas, insistam em ocasionalmente verificar se está tudo bem (e está tudo bem!), o clímax da relação já foi alcançado. Houve momentos inesquecíveis, para o bem e para o mal, a vontade de estar juntos e, sobretudo, o aprendizado. A percepção de um período vivido por duas ou mais pessoas pode ser individual, mas nem sempre estamos atentos a isso. De repente, uma fase que para mim foi maravilhosa ao lado de alguém pode não despertar as mesmas boas lembranças para essa pessoa. Mesmo que, quando estivemos juntos no passado remoto, tudo fosse mágico, e recordar aqueles momentos no presente faça parecer que ocorreram apenas há alguns meses. Mas uma hora chega ao fim. Uma hora novas prioridades substituem as antigas. E interferir em algo que acontece tão naturalmente pode trazer resultados indesejados. Agora, pelo menos, consigo assimilar melhor o término, compreender a importância de tudo o que aconteceu, de todas as pessoas que passaram por mim e valorizar aqueles que estão aqui agora. O que já foi… quem já foi… obrigado por tudo.
