Veja a bondade no coração
Eu sei quem eu sou.
Eu ainda tenho muito a aprender. Sobre mim mesmo, sobre aqueles que estão ao meu redor e sobre o mundo. Há ainda muito a descobrir sobre o que ocorre em minha mente. Aspectos positivos e negativos do meu ser que precisam ser encarados, vistos como são e aceitos. Um imperceptível sorriso no canto da minha boca se forma toda vez que alguém afirma me conhecer, pois, ironicamente, todos os que fizeram tal afirmação jamais estiveram perto de compreender. Eu sei quem sou. Aqueles que estão do lado de fora apenas me imaginam e me percebem da maneira que lhes é mais conveniente. No máximo, são apenas bons observadores. No entanto, conhecer-me de fato exige infinitamente mais. Requer atravessar a barreira do que eu apenas desejo que saibam. Uma pessoa pode passar uma vida inteira sendo mal compreendida, mesmo por amigos próximos, mas aprendi há muito tempo que o que pensam a meu respeito não é da minha conta. Reconheço que muitas vezes imaginei erroneamente muitas pessoas. Pensei mal, julguei duramente dentro dos meus pensamentos, mesmo tentando fortemente evitar tal prática abjeta. Presumi o que muitas vezes só existia na minha mente. Mesmo quando estive certo, a surpresa é que nunca foi da minha conta (pois o que penso das pessoas também não é da conta delas!). Pelo menos não enquanto não interfira diretamente em minha vida. Pergunto-me quantas vezes errei ou me neguei terminantemente a dar uma nova oportunidade. Intimamente me envergonhei ao me ver enganado, cego por algo superficial. Ignorei o que realmente importava e deixei-me levar pela pior das conselheiras: a raiva. Sei que cresci. E entre tantas coisas que aprendi, uma delas é que o valor da vida não está apenas em viver, mas em conviver. E não considero que isso seja algo descomplicado na maioria das vezes, mas posso tentar. Desde que eu mantenha vigilância constante sobre minha mente e veja a bondade no coração, não terei nada a temer. Mas eu ainda tenho muito a aprender.
