5 palavras sobre a criatividade que você precisa

Thiago Bizarro
Sistema Dez
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3 min readDec 9, 2015

Criatividade não pode soar como um problema ou mera intenção de sofisticar um processo. É meio triste e até contraditório que, mesmo nos tempos mutantes que vivemos, a burocracia, muitas vezes, tenha vencido a novidade, a oportunidade de fazer diferente.

Para que a criatividade esteja a serviço dos seus objetivos, certifique-se de que os desafios que você lança diariamente aos seus parceiros estratégicos estejam nas mãos certas.

E quais as mãos certas, afinal? Como uma empresa de comunicação hoje pode impulsionar o seu negócio? Pra mim, tem uma receita simples: com foco, método, colaboração, convergência e compromisso.

Simples pra caramba, não? Como todas as boas soluções devem ser. Aliás, essa palavra até poderia ser uma sexta: simplicidade. Mas, pra não desvirtuar do assunto, foquemos nas cinco:

Foco
Essa não carece de muita explicação. Talvez baste dizer que as campanhas mais memoráveis e que, garanto, mais ajudaram a construir marcas robustas e consistentes foram aquelas que tinham as mensagens mais bem definidas e melhor traduzidas.

As mudanças dos meios e dos hábitos do consumidor tornaram as suas decisões e as decisões da sua agência muito mais complexas. Mas, no final das contas, as mudanças dos meios e das pessoas não podem te fazer perder o foco sobre as suas reais necessidades. O ambiente está mais complexo, as mensagens não precisam estar. Pelo contrário, em momentos de excesso, ser simples pode ser grandioso. As soluções mudam junto com as premissas. Os briefings devem seguir sendo os briefings.

Método
A relação que você tem com seus parceiros de comunicação hoje deve (ou pelo menos deveria) estar pautada em objetivos muito mais desafiadores do que anos atrás. E não falo aqui apenas de metas de vendas ou de números. Falo de responder à imensa dificuldade que uma marca tem hoje para fazer parte da vida dos seus consumidores. Quais são os seus indicadores?

Cabeça e gôndola não são mais os únicos lugares que a sua marca deve frequentar hoje em dia e você e seu parceiro de comunicação devem estar abertos a repensar a maneira de trabalhar. Hoje, desenhamos projetos taylormade. Para cada objetivo, para cada público, para cada momento, uma solução diferente. E isso faz com que tanto os processos desencadeados quanto as métricas sejam muito variadas.

Colaboração
Ninguém faz o novo sozinho. A teoria do gênio coletivo já deu lugar ao futuro em rede, que já deu lugar ao simplesmente-é-assim-não-tem-outro-jeito. Ou seja, além de ser muito mais difícil para você pensar sozinho em algo inédito, as pessoas do século vinte um, pasme, estão vindo com um chip muito mais legal do que as do século passado: elas preferem trabalhar em conjunto. Então, a questão já deixou de ser de ego, autoria ou vaidade para ser uma questão de sobrevivência e adequação ao meio e aos novos tempos. Santa seleção natural. E, convenhamos: é muito mais legal pensar em algo memorável a vinte mãos do que ter um resultado “ok” sozinho.

Convergência
Os novos meios, as novas celebridades, as novas modinhas que surgem hoje em dia são um prato cheio para nos perdermos na curva e nos desviarmos da já naturalmente difícil construção de um posicionamento. Você precisa ser uníssono. Fiel a sua identidade e ao seu discurso. Fiel ao seu público.

Já é sabido que adequação e relevância são dois predicados que toda e qualquer peça ou ação de comunicação deve ter hoje. Mas, além disso, você deve saber também o que é bom, ruim, coerente ou descartável para sua marca antes de fazer qualquer coisa. As opções hoje são infinitas, mas não perca de vista o fio condutor. Não dissipe sua energia.

Compromisso
Criatividade deve ser algo como uma longa guia atada aos objetivos do cliente. A sensação de liberdade deve existir. Sem liberdade, sem um ambiente fértil, não há inovação. Seu parceiro de comunicação deve ter a sua confiança. Outro dia li, uma frase que me chamou a atenção: 70% dos comportamentos, em especial “iniciativa criativa”, são orientados pelo ambiente em que estamos. Apenas 30% tem a ver com a personalidade individual.

Isso quer dizer que tudo depende do ambiente no qual as coisas irão acontecer para sua marca. E esse ambiente é construído por dois sujeitos: você (e/ou sua equipe) e sua agência. Para que todas as potencialidades de ambos os lados sejam aproveitadas ao máximo, contribua (você agência ou você cliente) para que o terreno seja fértil. Faça sua parte. E exija da outra parte. Como em toda relação, existem deveres e direitos. Mas, acima de tudo, existe o respeito e o comprometimento. Se houver isso tudo, inevitavelmente, sua relação vai dar certo.

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Thiago Bizarro
Sistema Dez

“I’m not afraid of failure. I’m afraid of succeeding at things that don’t matter.”