Lições em 30 anos de Olimpíada Estadual do Sesi

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4 min readJan 5, 2016

Competição, que completa três décadas em 2015, reuniu 1,3 mil trabalhadores da indústria na etapa de Caxias do Sul

Os vencedores da 30ª Olimpíada Estadual do Sesi não são apenas aqueles que ganharam as competições, mas os 23 mil trabalhadores-atletas que desde o começo do ano participaram dos Jogos do Sesi, em 68 municípios gaúchos. Um final de semana de novembro, em Caxias do Sul, apenas coroou o evento. Durante três dias, 1.322 participantes de 140 indústrias do Estado disputaram 14 modalidades esportivas. A competição, porém, foi coadjuvante neste evento que tem a integração, a amizade, a superação, o espírito de equipe, a liderança, a cooperação e a saúde como principais valores.

Um dos participantes mais antigos é o administrador da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), João Côrte Real, de 58 anos. Atualmente na coordenação esportiva da associação de funcionários da empresa, Real está nas competições do Sesi desde 1987, quando começou no futebol. “O esporte agrega, estreita relações”, diz ele. “Além da sua principal função que é a saúde. Tivemos dois casos de trabalhadores com problemas envolvendo drogas que o esporte os ajudou como parte do tratamento”.

O diretor-superintendente do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), Juliano Colombo, lembra que a prática esportiva favorece um estilo de vida saudável com reflexos amplamente positivos no ambiente pessoal, familiar, profissional e no convívio em sociedade. “Nosso objetivo é promover a melhora da qualidade de vida”, destaca. Os jogos foram realizados no Centro Esportivo do Sesi, na Universidade de Caxias do Sul, na Fundação Marcopolo, no Clube Recreativo Fras-le e no Bohrer Tênis Indoor. Controlador de produção da Marcopolo, Ronaldo Colombo Deon diz que passou a praticar atletismo por incentivo dos colegas. “Desde que comecei a treinar, há seis anos, nunca mais tive lesão ou fiquei gripado”, ressalta.

De mãe para filha. Este é o grande lema da equipe de futsal feminino da Heinrich/Calçados Carrano. Íria Schaab, de 51 anos, goleira, é um modelo para a filha Mônica Schaab, de 24 anos. Íria trabalha há 31 anos na modelagem da empresa e Mônica já está há oito na programação. O exemplo da mãe que jogava futebol no Círculo de Pais e Mestres da escola, em Campo Bom, também chamou a atenção da filha, que resolveu organizar uma equipe no trabalho. Há três anos, começaram a competir nos Jogos do Sesi e pela primeira vez foram para a Olimpíada. “A gente se xinga, mas a gente se diverte muito”, conta Mônica. Conforme ela, a partir do momento que entraram nas competições, mudou a vinculação com a empresa, pois elas a representam. “A relação entre os setores e até das chefias com a gente é diferente agora”, comenta Mônica. “Esporte é bom pra tudo e faz bem para a saúde”, complementa Íria.

Duas gerações: a mãe, Iria, e a filha, Mônica, estrearam na competição, juntas, pela equipe de futsal da empresa na qual trabalham / Crédito: Dudu Leal

Famílias também estiveram presentes na Olimpíada por pai e filho. Os tenistas Agenor Liotto, dono da AMW, de Santo Ângelo; e seu filho William Liotto, da Graniart, de Erechim, dividiram as quadras em Caxias do Sul. Agenor conta que há 25 anos sofreu um acidente e foi o tênis que o ajudou a se recuperar. “O tênis além da saúde me deu oportunidades”, ressalta ele, que na semana seguinte à Olimpíada atuou em Palmas, no Tocantins. Ele conta que o filho teve várias sondagens de outras empresas por causa do tênis.

A relevância que as empresas dão à prática esportiva entre seus funcionários é atestada por Julio César Affeldt, gerente de Qualidade da GM, de Gravataí. Ele liderou um grupo de 10 trabalhadores que participaram do atletismo. Conforme Affeldt, dentro da política da companhia está sendo usado o esporte como incentivo para promoção da saúde e qualidade de vida. “Montamos um grupo de corrida e de funcional. Isto foi um incentivo para que eles participassem dos Jogos e da Olimpíada”, conta. “Agora pretendemos sempre fazer mais”.

Já Gilberto Brocco participou do time de bocha da Mercobor, indústria de São Leopoldo de sua propriedade. “A importância maior deste evento é a integração”, afirma. “È um momento de orgulho para o trabalhador, além de ele ser valorizado”, comenta.

A união entre colegas de trabalho, que formam equipes esportivas, é uma das características marcantes na disputa / Crédito: Dudu Leal

O início em Passo Fundo

Tudo começou em 1986, com a ideia de unificar os Jogos de Confraternização Operária do Sesi, que eram disputados com cada modalidade em uma cidade. A intenção era realmente a de integrar os atletas. Passo Fundo sediou o primeiro evento, que teve o Juramento do Atleta feito pelo medalhista de ouro no salto triplo João Carlos de Oliveira, o João do Pulo. A Olimpíada Estadual do Sesi alcançou sua meta e vem sendo realizada por 30 anos consecutivos. Com o evento, os valores do esporte aparecem e são passados para o dia-a-dia das indústrias. Liderança, união, trabalho de equipe, superação, cooperação, integração, saúde e persistência são algumas das lições incrementadas.

Além de Passo Fundo, Canoas, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Rio Grande, Bento Gonçalves, Lajeado, Estrela, São Leopoldo, Santa Maria, Porto Alegre, Canela, Pelotas, Santana do Livramento, Novo Hamburgo, Santa Rosa e Sapiranga também sediaram a Olimpíada neste período de três décadas. Mais de 700 empresas de cerca de 100 municípios já estiveram na etapa estadual, assim como 20 mil trabalhadores.

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