A consultora Patrícia Schneider explica como você pode pensar em metas de forma otimizada
Todo início de ano é a mesma coisa: buscamos estabelecer metas pessoais e profissionais para o próximo ano. Mas como estabelecer a meta correta? O que fazer para alcançá-la?
Muito mais do que desejos, as metas fazem parte do processo estratégico que levam pessoas e empresas a alcançar resultados. As histórias dos grandes atletas, principalmente dos mais recentes, como o nadador Michael Phelps, mostram como cada dia de treinamento é orientado para a melhoria de performance em campeonatos.
Muitos dos esforços que empreendemos no dia a dia não geram resultados simplesmente porque não estão ligados a um objetivo maior. Meta é a quantificação desse objetivo, que vai nortear todos os esforços diários.
Para sair do subjetivismo e do sentimento de mudança que somos imbuídos no início ano (e rapidamente se vai), existem técnicas de gestão para tornar a meta tangível. A técnica SMART, por exemplo, é uma eficiente maneira de fazer isso.
Quando pensamos no principal resultado que esperamos como, por exemplo, o objetivo maior de uma empresa pode ser o lucro, temos que:
1.
Ser específicos, o que significa ser claro. Não que a empresa não queira também ser sustentável ou promover o desenvolvimento dos funcionários, mas estamos tratando de uma meta: ter lucro. Criar foco na construção do enunciado traz a clareza necessária.
2.
Tornar mensurável, ou seja, atribuir um número referência como balizador. No caso do lucro, criar um número referência não é um problema, mas quando tratamos do intangível isso talvez seja mais difícil. Como é possível, por exemplo, para a área de RH mostrar o retorno do investimento realizado em um treinamento?
3.
Garantir que seja atingível. O que se busca deve ser possível, viável de se realizar.
4.
Trazer relevância, o que se desdobra na necessidade progressiva de aumentar o esforço. Não podemos estabelecer metas que sejam cumpridas sem esforços. Isso é o default, e já fazemos. Metas devem ser desafiadoras e provocar melhora de performance. Por isso, criar um número referência para o lucro não é simplesmente olhar para uma série histórica e atribuir inflação.
5.
Ter prazos estabelecidos para que a meta (ou seus estágios) seja cumprida.
A meta precisa ser desdobrada em um ou mais objetivos específicos.
Na busca do lucro, a empresa: manter saudável o fluxo de caixa, ser produtivo, ter retorno sobre os investimentos realizados, dentre outros. Por conseguinte, realizar o objetivo de manter o fluxo de caixa saudável desdobra-se em um plano de ações a ser realizado, como elaborar e analisar semanalmente o fluxo de caixa, incluir juros decorrentes de operações de concessão de prazos a clientes na formação do preço de venda. Nesse momento, se definem os esforços do dia a dia que devem alinhados para chegar ao resultado esperado.
Por fim, é preciso medir o lucro, criar indicadores. Acompanhar sistematicamente se os esforços estão sendo suficientes para criar o resultado.
Caso não estejam de acordo com o esperado, é preciso mudar ou acrescentar ações, empreender mais esforços. Esse processo estratégico deve ser dinâmico, visto que o mercado, os concorrentes, novos entrantes, fornecedores, funcionários podem mudar a qualquer momento, sendo necessário ajustar os planos.
Claro que não basta ter um processo estratégico bem desenhado para se conseguir atingir a meta. É preciso determinação. Mas a estratégia ajuda as pessoas determinadas. O atingimento de metas dá um gosto muito bom para quem cumpriu os objetivos e aumenta a autoestima, fazendo com que sintamos que somos capazes de mais.
Vamos experimentar?
