Onde vai este touch panel?

Willian Stigliani
Smart Home Insights
5 min readMay 23, 2019

--

Ao lado do recém-chegado controle por voz, touch panels são o elemento mais representativo de uma casa automatizada. Com um simples toque, os usuários podem diminuir as luzes, reproduzir música, ajustar a temperatura, trancar as portas, visualizar câmeras, armar o sistema de segurança e muito mais. Mas além do hype tecnológico, existem benefícios funcionais e arquitetônicos no uso de touch panels para o controle de residências e escritórios.

Um pouco de história

Desde a introdução do iPhone em 2007, telas sensíveis ao toque têm nos acompanhado em grande parte das atividades do dia-a-dia. Mas embora a tecnologia já existisse anteriormente, o uso de touch panels em casas e escritórios automatizados ganhou força apenas com a introdução do iPad, em 2010, no que pode ser considerado um verdadeiro divisor de águas na história da automação.

Oferecendo um experiência melhor a um custo mais acessível, o iPad serviu como base para a criação de um novo nível de interatividade com os sistemas, permitindo controles nunca antes possíveis (quem não se lembra da reação da platéia quando Steve Jobs introduziu o gesto de pinch na apresentação do iPhone?). E por um bom tempo, o uso de iPads (e iPods Touch, em ambientes para onde os iPads eram exageradamente grandes) foi a voga dos entusiastas da tecnologia domótica.

E embora smartphones e tablets em geral tenham se tornado insubstituíveis como touch panels pessoais, seu uso como painéis de parede se revelou com os anos longe do ideal, dando aos fabricantes de sistemas de automação uma nova chance de desenvolverem produtos mais apreciáveis com novas gerações de touch panels, e devolvendo uma parte do seu mercado.

Hoje, já fora do nicho da automação residencial, touch panels são a aposta dos gigantes da tecnolgia como forma de expansão da experiência proposta por suas plataformas de asisstentes pessoais, Echo e Home, atingindo lacunas onde a voz sozinha é insuficiente como interface de controle. Assim é relativamente fácil ter uma telinha sobre a mesa de trabalho, ou na cabeceira da cama. Mas será que você precisa de uma?

Onde usar um touch panel

Além do uso “nativo” como interface pessoal — afinal, boa parte das pessoas passa diariamente mais tempo com o smartphone do que com o parceiro — alguns cenários favorecem o uso das telas de toque para controle de dispositivos:

  • Serviços com controles elaborados — Enquanto um keypad com3 botões pode ser suficiente para ligar, aumentar ou diminuir o volume do som, ele pode não ser tão intuitivo para navegar na sua biblioteca do Spotify. Da mesma maneira, um keypad é pode ser prático para chamar cenas pré-programadas, mas definitivamente deixa a desejar se você deseja controlar com precisão os níveis de intensidade de cada luminária. Touch panels oferecem uma experiência muito mais rica para serviços complexos , evitando que várias funções sejam programadas e um conjunto limitado de botões físicos.
  • Ambientes com múltiplos serviços — Do conceito à criação, muito tempo é gasto desenvolvendo a decoração de um ambiente. E você não quer estragar isso preenchendo a sua parede com uma fileira de 5 teclados de acabamentos ligeiramentes diferentes. Luzes, áudio e vídeo, câmeras, alarme… todos os controles podem ser concentrados em um único touch panel, colaborando com a estética e adicionando um ar de modernidade ao ambiente.

Onde não usar um touch panel

Embora sempre agradáveis em uma primeira vista, o uso de touch panels pode se revelar um inconveniente em certas situações, onde interfaces mais tradicionais performariam melhores resultados:

  • Quando luz for um problemaTouch panels emitem luz. E embora essa luminosidade possa ser controlada, existem algumas situações em que essa característica pode ser um inconveniente. Pense, pode exemplo, no seu quarto: ainda que o equipamento fique apagado enquanto em standby, a tela será acionada para a operação, o que pode ser um inconveniente no meio da noite. E se ela estiver ao lado da cama.
  • Feedback táctil é necessário —Você pode nunca ter notado, mas muitas vezes nem é preciso olhar o controle remoto para aumentar o volume ou mudar de canal. O hábito treina o seu corpo à posição das teclas, tornando a operação quase natural. Mas isso não é possível com touch panels. No mesmo exemplo acima, se imagine acendendo as luzes do corredor para ir ao banheiro no meio da noite? É muito mais fácil com um botão (físico) para ser pressionado.
  • Condições naturais desfavoráveis — Embora seu custo venha reduzindo constantemente, touch panels não são necessariamente baratos, e você definitivamente não vai querer ver o seu novo brinquedo apagando depois de alguns respingos d’água da piscina. E mesmo em modelos preparados para a exposição aos intempéries climáticos, algumas condições podem defavorecer o seu uso, como por exemplo a incidência direta de sol, que podem gerar reflexos que tornam a operação bastante desconfortável.

Dica: altura de instalação

Se você está pensando em instalar um touch panel na sua parede, aqui vai uma dica valiosa: diferente dos interruptores convencionais, posicionados em média a 1,25m do piso, a instalação de touch panels deve levar em consideração não apenas a ergonomia física, mas também as condições apropriadas para se visualizar a operação. Em geral, a altura de 1,50m do centro do painel em relação ao piso atende à maioria dos casos de aplicação (a não ser que você seja o LeBron James). Também é importante levar em consideração a incidência de iluminação de maneira direta, evitando reflexos que podem ofuscar o usuário.

Para se ter uma visualização ideal, o centro da tela deve estar posicionado a cerca de 1.5m do chão.

Você gostou deste post? Não deixe de deixar o seu aplauso e compartilhar em suas redes sociais.

--

--

Willian Stigliani
Smart Home Insights

Fanático por tecnologia e qualidade de vida — e pelas relações entre ambas.