As 5 principais perguntas dos investidores

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5 min readJul 22, 2019

Saiba quais são as principais perguntas feitas pelos grandes investidores ao selecionar uma startup. Nesse artigo, queremos ajudar tanto empreendedores quanto investidores da nossa plataforma. Os empreendedores podem usar o conteúdo para melhorar seus pitchs de captação. Os investidores saberão melhor o que procurar quando estiverem analisando uma captação de equity crowdfunding.

1.Qual o problema que sua startup resolve?

Muitos empreendedores vão afirmar que nem sempre é possível saber exatamente a ideia em que vão trabalhar, já que são precisos vários testes antes de saber qual o modelo de negócios ideal. De fato, temos exemplos práticos. A Twitch começou como uma plataforma de vídeo em que o fundador transmitia a própria vida online. Depois de várias mudanças, virou uma plataforma de transmissão de jogos online que foi vendida por US$970 milhões.

Contudo, existe um estágio em que as startups idealmente realizam uma campanha de equity crowdfunding. Dificilmente realizamos a campanha que uma empresa que está no estágio de ideia. Nossas captações, como Zaply ou Apptite, já contam com uma grande base de usuários, e estão crescendo rapidamente. Eles já encontraram seu modelo de negócios.

Por isso a análise do problema é tão importante. Vai orientar muitas outras perguntas que também devem ser feitas. É um problema que muitas pessoas têm, ou o mercado é pequeno demais? Como as pessoas resolvem esse problema atualmente?

Aliás, antes que você diga “eu não tenho concorrentes”, cuidado! Essa frase é um red flag para a maior parte dos investidores que conhecemos, e mesmo no processo seletivo da SMU. Todas as empresas tem concorrentes, não importa o nível da inovação. O telefone teve que concorrer com o telégrafo. O carro teve que concorrer com o cavalo. O smartphone teve que concorrer com o telefone. Eles dominaram por que eram superiores, mas tiveram que concorrer mesmo assim.

2. Quanto dinheiro é necessário e para que?

A resposta a essa pergunta mostra o nível de conhecimento do empreendedor sobre seu negócio. O primeiro valor a que se deve chegar é o valor da empresa. Isso pode ser feito usando o método de múltiplos, fluxo de caixa descontado, transações similares… A melhor forma é combinar vários, como fazemos na SMU. Para entender o valor da startup, o empreendedor deve conhecer suas formas de receita, crescimento esperado, planilha de custos e despesas, entre outros. Por isso os empreendedores e investidores devem ter muito cuidado com essa avaliação.

Uma vez que o valor da empresa tenha sido definido, a % que será oferecida também é uma decisão importante. Por um lado, pode ser tentador abrir mão de muito controle em troca de uma rodada mais robusta. Por outro, o empreendedor pode errar ao oferecer uma participação muito baixa. Na primeira situação, o empreendedor se verá em dificuldades para levantar recursos em rodadas futuras (pode acreditar, já vimos isso). Na segunda, ninguém se interessará pela oferta. Então é preciso encontrar uma média aceitável. No caso do equity crowdfunding, de 5% a 33%, dependendo do tamanho da empresa, é realista.

Essa pergunta nos remete à próxima, que é:

3. Qual a receita estimada e qual o modelo de monetização da empresa?

Como a empresa ganha dinheiro é definitivamente uma das perguntas mais importantes. Alguns modelos são mais interessantes do que outros. Por exemplo, Lady Driver e Zaply, que ganham com base em transações são interessantes. Quanto mais a empresa cresce, naturalmente maior sua receita, que é uma % fixa do número e valor das transações.

Sunset, uma cervejaria, tem um modelo de negócios mais tradicional, baseado em venda física. Também é um bom negócio, com potencial de escalabilidade.

Os investidores não gostam de ver respostas como “ganharemos dinheiro construindo um grande tráfego, e colocando anúncios nas páginas”. Isso pode dar certo, muitos blogs e YouTubers estão ganhando fortunas. Mas dificilmente um negócio assim é uma boa base para financiamento coletivo, ou uma rodada profissional de investimento. Esse tipo de negócio é baseado mais em financiamento próprio, crescendo à medida que os usuários entram.

4. Qual a situação jurídica da empresa?

Com certeza não é uma das partes favoritas nem do empreendedor nem do investidor. Contudo, é tão importante quanto todas as outras etapas. Aqui, devemos procurar mais sinais de algo errado do que certo.

A empresa tem um sócio com quem os outros brigaram, mas ainda detém 30% da empresa, e vão “resolver isso depois”? Péssimo sinal. A empresa tem ações tributárias ou trabalhistas em seu nome? Mau sinal. A empresa já tirou as patentes ou licenças necessárias para o seu negócio?

Enfim, a empresa deve ter seu jurídico e governança bem organizado se quiser captar investimentos. Muitas optam por terceirizar essa parte, para que não sobrecarregue a empresa no início, mas cada empreendedor decide como proceder. Não é um aspecto que vai chamar a atenção dos investidores positivamente, mas com certeza problemas nessa área vão levar a um “não”.

ATENÇÃO: empreendedor, se tiver problemas nessa área, seja transparente. Se o investidor gostar do negócio, pode até ajudar a resolver, ou esperar para investir quando estiver resolvido. Contudo, se você esconder, e depois descobrirem, dificilmente conseguirá levantar investimentos com qualquer pessoa no mercado.

5. Como é composto o time da empresa?

Com certeza uma das principais perguntas que qualquer investidor faz. Paul Graham, fundador da Y Combinator, já disse que é um dos critérios mais importantes para seleção na lendária aceleradora. Também publicou um artigo com as principais características que ele procura.

Na SMU, damos tanta importância quanto ele à composição do time. Um bom time pode pegar uma ideia “perdedora” e transformar em vencedora, enquanto um time ruim tem o potencial de fazer o oposto. Para conhecer o time, nos comunicamos sempre com potenciais candidatos, e vemos o histórico da pessoa. Trata-se de um aspecto mais subjetivo, é verdade. Para conhecer os fundadores das empresas que a SMU capta, é só participar de nossos eventos presenciais ou webinars. São uma ótima chance de conhecer os fundadores. Além disso, toda oferta conta com um grupo de WhatsApp com todas as pessoas chave da empresa, que estão sempre tirando dúvidas sobre a captação e a empresa.

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