leonilson: arquivos e memórias vivos
centro cultural fiesp até 19 de maio
Ao observar os trabalhos da exposição “Leonilson: arquivo e memória vivos”, fica claro que o artista Leonilson Jr. era um homem movido pela paixão, que ele deixou registrada em texto dentro da própria obra.
"você pode quebrar minha perna e fazer minha boca sangrar / Está não é a última canção quando está ao meu lado / Não tenha medo meu rapaz"
Teve vezes, porém, que a palavra não foi suficiente, noutras a imagem também não foi. Então, ele misturou, rasgou a tela, criou códigos narrativos à la Torres Garcia. E teve momentos em que uma única sílaba disse tudo. “Zé”. E silêncio tomou conta da obra, do espectador e tornou o vazio cheio.
Os trabalhos de Leonilson têm algo de visceral. De quem sabia que viveria pouco, que precisaria dar conta de uma ânsia de viver uma vida toda em poucos anos e ser o suficiente. Aquela história de viver por completo.
E conseguiu.
Quando passeamos pela exposição vemos um artista completo. Dedicado a uma estética própria e a uma poética singular, que marcaram a história da arte e mantêm esse artista sempre vivo. Porque basta olhar o trabalho de muitos artistas jovens e perceber uma vontade de ser Leonilson — sem conseguir muitas vezes.
Porque como disse Leminski: “um homem com uma dor é muito mais elegante” .