Sobre Arquivo X

Marcio Sampayo
Sobre
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3 min readSep 14, 2016

Chris Carter criou Arquivo X em 1993, talvez sem imaginar que em pouquíssimo tempo os detetives do FBI Mulder e Scully logo se tornariam ícones da cultura pop no mundo todo, sendo assistidos por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Exceto por mim. Eu nunca assisti a um episódio sequer dos X Files.

Não sou exatamente um novato no que hoje é chamado de cultura pop ou mundo geek (na minha época era “nerdice” mesmo) e no auge dos meus 18 anos, deveria ter sido o público-alvo perfeito para a série. Por motivos que minha já não tão confiável memória é incapaz de lembrar, não sei dizer exatamente porque a série não me chamou a atenção logo de cara, e muito menos justificar porque durante as nove temporadas seguintes, nunca tive tempo (ou vontade) de parar para acompanhar a saga do detetive que acreditava em aliens e da sua parceria cética, mesmo diante da aparição do ET de Varginha.

Quando comentei com minha esposa que teria que escrever sobre uma série que nunca tinha visto, ela ficou espantada e disse “Mas você nunca assistiu Arquivo X? Você assistiu True Blood!”, o que apenas reforça o argumento de que, de alguma forma, eu deveria ter assistido a série, mas nunca o fiz.

Adoro estórias policiais. Adoro estórias sobre o FBI. Adoro estórias de investigação. Adoro conspirações. Adoro aliens.

A pergunta que fica realmente é “Por que, cáspita? Por que raios você nunca assistiu uma série que tem tantos elementos que você gosta?”

E a resposta, vejam só, não é fácil. Porque nem eu mesmo sei. Refleti muito sobre isso e, no momento, minha teoria preferida é a de que, inconscientemente, eu não assisto séries muito “adoradas” pelo público.

Não assisti Game of Thrones. Não assisti Breaking Bad. Não assisti Dexter. Não assisti Narcos, Dr. Who, House of Cards e muito menos coisas como Supernatural e afins. Mas assisti a referida True Blood (algo que realmente depõe contra meu bom-senso e instinto de autopreservação), assisti Wayward Pines, assisti Black Mirror e sou completamente alucinado por Sherlock da BBC.

Em contrapartida, assisti as 10 temporadas de Friends, mais de uma vez, e rio como um retardado cada vez que volto a assistir com minha esposa (temos muito de Ross e Rachel, então a identificação ajuda).

No fundo, tenho trauma de começar a assistir uma série e vê-la cancelada alguns episódios depois (Terra Nova, alguém?)… Mas depois que a série se consolida e tem um monte de temporadas, tenho receio (ou seria preguiça), de começar a assistir do zero, o que claramente demonstra um círculo vicioso.

A verdade é que entre trabalho, família e uma filhota com quase três anos, meu tempo está escasso e precisa ser preenchido com material muito mais selecionado. Então entre acompanhar a busca de Mulder por sua irmã abduzida ou as aventuras da Patrulha Canina, fico com a última… Pois a companhia é bem melhor.

The truth is out there.

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