Pra gamer nenhum botar defeito: um barbudo que coleciona 365 videogames
Conversamos com o dono do recorde brasileiro para a maior coleção de consoles, o paulistano Alex Mamed
Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo até chegar a 365 videogames e retrocomputadores gamers, um recorde no Brasil. E quem diz isso é o próprio RankBrasil, que reconhece e homologa recordes no país e em abril concedeu o título a Alex Mamed, que quebrou o próprio recorde, de 2013.
"O primeiro game com que tive contato foi o Atari 2600, logo depois que meu irmão voltou do Paraguai, eu tinha uns 10 ou 12 anos. Foi um encanto imediato. Joguei mais que ele e acabei tomando pra mim."
Mais tarde, em Cedral, próximo a São José do Rio Preto, em SP, Alex abriu uma locadora de games, onde disponibilizava também duas estações de jogos, uma com Megadrive e outra com um Supernintendo, onde a galera jogava por hora.
"Em um mês tive que ampliar e comprar mais duas TV, depois mais duas… Cheguei a ter seis televisões com videogame pra jogar. Foi um sucesso.” Com o fim da locadora, Alex trocou os televisores por consoles. Quando viu, já estava com 10 equipamentos diferentes. Começava ali a coleção.
Depois de 25 anos colecionando, ele diz que hoje em dia joga muito pouco (umas três vezes no ano), tem planos de fazer um museu físico e quer alimentar seu canal no Youtube pra mostrar os aparelhos — 90% deles, diz, funcionam perfeitamente. "Como é uma coleção muito grande, eu teria que testar 1 aparelho por dia, então a cada 2 meses testo uns 20 ou 25, junto tudo e levo pra consertar. É um hobby."
Além dos consoles, atualmente Alex coleciona cerca de 5.000 acessórios para jogar, como guitarra, bateria, luva, colete, microfone, skate, pistolas, óculos, bonecos… Além de uns 3.500 jogos em si.
A maior raridade da coleção? Um Adventure Vision, que teve apenas 2.000 unidades fabricadas nos EUA pela Entex.
"Ele é de 1982, só tem o meu no Brasil. Além de ser único, custa muito caro. Vi num leilão na base de uns US$ 20 mil. No final, acabei comprando por US$ 2.000, em outro pregão. No pé da descrição, dizia que não estava funcionando. Levei num amigo que é técnico, ele arrumou, e o Adventure voltou a funcionar."
Alex, aliás, garimpa em tudo que é lugar: feiras livres, anúncios de jornal, classificados virtuais, OLX, Mercado Livre, eBay, além de contatos dentro e fora do Brasil. "Tem que ter sorte e amizade pra formar uma coleção como essa", acredita Alex, para quem a grande revolução veio quando passamos a poder jogar em rede, com pessoas do mundo inteiro.
"Isso de poder jogar a qualquer hora, de cada um poder jogar na rede com outras pessoas, com gente do Japão, criou um outro conceito de game."
Cultivador da barba ruiva há uns 4 anos, Alex volta e meia se depara com um personagem que se parece com ele. Mais recentemente, foi o Kratos, do "God of War".
"Nos primeiros jogos, ele tinha uma barbicha, mas agora já tá barbudo!"