Pra gamer nenhum botar defeito: um barbudo que coleciona 365 videogames

Conversamos com o dono do recorde brasileiro para a maior coleção de consoles, o paulistano Alex Mamed

Flavia Martin
Sobrebarba
3 min readMay 28, 2017

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Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo até chegar a 365 videogames e retrocomputadores gamers, um recorde no Brasil. E quem diz isso é o próprio RankBrasil, que reconhece e homologa recordes no país e em abril concedeu o título a Alex Mamed, que quebrou o próprio recorde, de 2013.

"O primeiro game com que tive contato foi o Atari 2600, logo depois que meu irmão voltou do Paraguai, eu tinha uns 10 ou 12 anos. Foi um encanto imediato. Joguei mais que ele e acabei tomando pra mim."

Mais tarde, em Cedral, próximo a São José do Rio Preto, em SP, Alex abriu uma locadora de games, onde disponibilizava também duas estações de jogos, uma com Megadrive e outra com um Supernintendo, onde a galera jogava por hora.

"Em um mês tive que ampliar e comprar mais duas TV, depois mais duas… Cheguei a ter seis televisões com videogame pra jogar. Foi um sucesso.” Com o fim da locadora, Alex trocou os televisores por consoles. Quando viu, já estava com 10 equipamentos diferentes. Começava ali a coleção.

Depois de 25 anos colecionando, ele diz que hoje em dia joga muito pouco (umas três vezes no ano), tem planos de fazer um museu físico e quer alimentar seu canal no Youtube pra mostrar os aparelhos — 90% deles, diz, funcionam perfeitamente. "Como é uma coleção muito grande, eu teria que testar 1 aparelho por dia, então a cada 2 meses testo uns 20 ou 25, junto tudo e levo pra consertar. É um hobby."

Além dos consoles, atualmente Alex coleciona cerca de 5.000 acessórios para jogar, como guitarra, bateria, luva, colete, microfone, skate, pistolas, óculos, bonecos… Além de uns 3.500 jogos em si.

A maior raridade da coleção? Um Adventure Vision, que teve apenas 2.000 unidades fabricadas nos EUA pela Entex.

"Ele é de 1982, só tem o meu no Brasil. Além de ser único, custa muito caro. Vi num leilão na base de uns US$ 20 mil. No final, acabei comprando por US$ 2.000, em outro pregão. No pé da descrição, dizia que não estava funcionando. Levei num amigo que é técnico, ele arrumou, e o Adventure voltou a funcionar."

Alex, aliás, garimpa em tudo que é lugar: feiras livres, anúncios de jornal, classificados virtuais, OLX, Mercado Livre, eBay, além de contatos dentro e fora do Brasil. "Tem que ter sorte e amizade pra formar uma coleção como essa", acredita Alex, para quem a grande revolução veio quando passamos a poder jogar em rede, com pessoas do mundo inteiro.

"Isso de poder jogar a qualquer hora, de cada um poder jogar na rede com outras pessoas, com gente do Japão, criou um outro conceito de game."

Kratos, personagem barbudão do "God of War"

Cultivador da barba ruiva há uns 4 anos, Alex volta e meia se depara com um personagem que se parece com ele. Mais recentemente, foi o Kratos, do "God of War".

"Nos primeiros jogos, ele tinha uma barbicha, mas agora já tá barbudo!"

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