CORPORAÇÃO INFINITO: A HISTÓRIA DOS HERDEIROS DA SOCIEDADE DA JUSTIÇA!
As vezes precisamos fazer certas confissões públicas, mesmo que o conteúdo de uma delas seja óbvio: temos um inequívoco amor por equipes de super-heróis, principalmente quando elas são desconhecidas até mesmo pelos fãs de HQs! Dentro desse espírito falaremos de uma certa superequipe, cuja história possui vínculos com a Era de Ouro do Quadrinho Americano. Aqui e agora, neste exato momento celebraremos a Corporação Infinito, um time de jovens heróis formado por filhos e aparentados da Sociedade da Justiça da América que em 2023 comemora quarenta anos de sua estreia!
Mas antes… precisamos resgatar entre as décadas de quarenta e setenta algumas informações importantes…
Uma Breve História do Multiverso
No início da Era de Ouro do Quadrinho Americano — mais especificamente em 1940 — chegou nas bancas de jornal estadunidenses All-Star Comics #3, que apresentou ao mundo a Sociedade da Justiça da América, um grupo criado por Gardner Fox, Sheldon Mayer e Everett E. Hibbard que reunia os principais super-heróis da editora All-American Publications, no caso Flash, Lanterna Verde, Gavião Negro, Espectro, Senhor Destino, Átomo e muitos outros. A All-American era a “irmã gêmea” da DC Comics, com quem compartilhava recursos administrativos, editoriais e artísticos, e devido ao sucesso avassalador da Sociedade da Justiça não foi difícil que Superman e Batman (os principais personagens da DC) fossem graciosamente “emprestados” para a superequipe.
As aventuras da Sociedade da Justiça foram publicadas por toda a década de quarenta, porém a Vida é mudança, e muitas coisas ocorreram nesse ínterim: em 1944 a All-American foi anexada pela DC Comics, e logo após o fim da Segunda Guerra Mundial o gênero “super-herói” passou por um forte declínio, que teve como consequência o cancelamento de centenas de títulos de aventureiros fantasiados, inclusive de All-Star Comics, que chegou ao fim em 1951.
E assim chegamos na década de cinquenta, e em 1956 o editor Julius Schwartz e os quadrinistas Robert Kanigher e Carmine Infantino decidiram lançar no gibi Showcase #4 um novo Flash, que possuía identidade, uniforme e origem completamente diferentes da versão original. O advento desse personagem marcou o início da Era de Prata do Quadrinho Americano, e na sua esteira o Lanterna Verde, Gavião Negro e Átomo foram recriados, as aventuras de super-heróis foram revitalizadas perante o público, e por fim, uma versão fresquinha da Sociedade da Justiça da América — chamada agora de Liga da Justiça da América — integrada pelos novos personagens estreou na revista The Brave and The Bold #28 em 1960.
E então… além de aventureiros repaginados um certo tipo de “criatura” surgiu entre os anos cinquenta e sessenta: o adulto que compra e coleciona gibis de super-heróis! Muitas dessas “criaturas” enviaram cartas para a redação da DC Comics implorando pelo retorno dos velhos heróis da década de quarenta, entre elas um professor do Ensino Médio chamado Roy Thomas, Jerry Bails (um dos primeiros acadêmicos estadunidenses que levou as HQs a sério) e Larry Ivie (cujo amor pelas revistinhas o levou a se tornar um quadrinista de mão cheia). Aliás, em um contato com o corpo editorial da DC Comics o simpático Ivie sugeriu que a Sociedade da Justiça poderia voltar com uma nova alcunha — no caso “Legião Mundial da Justiça” — e devidamente reforçada com os filhos e filhas dos antigos heróis. Todavia, Julius Schwartz e Gardner Fox tinham outras ideias…
No segundo semestre de 1961 a revista The Flash #123 trouxe a aventura “Flash de Dois Mundos”, onde o velocista criado em meados da década de cinquenta acidentalmente foi parar numa versão da Terra muito semelhante a sua, mas que tinha um detalhe a mais: ela abrigava todos os integrantes da Sociedade da Justiça, inclusive o seu homônimo! Está certo que o Flash deste estranho mundo era um veterano de cabelos grisalhos, mas isso não impediu os dois heróis de se aliarem, e a partir desse encontro surgiu no Quadrinho Americano um conceito que passaria a nortear os gibis coloridos dos aventureiros mascarados: o Multiverso!
Infinitas Realidades Alternativas
A ideia do Multiverso parte do pressuposto que existem infinitas realidades alternativas, e quase todas elas teriam a sua própria Terra. O mundo que abrigava os heróis da DC Comics criados a partir dos anos cinquenta e a “Santíssima Trindade” (Superman, Batman e Mulher-Maravilha) foi denominado de Terra-1; por outro lado o planeta que servia de moradia para a turma dos anos trinta e quarenta ficou conhecido como Terra-2, e possuía versões maduras de Clark Kent, Bruce Wayne e Diana Prince. A medida que a DC Comics adquiria propriedades intelectuais de outras editoras novas Terras alternativas eram criadas (Terra-4, Terra-X, Terra-S, etc.), e em 1963 Gardner Fox e o desenhista Mike Sekowsky finalmente arquitetaram o primeiro encontro da Liga da Justiça com a Sociedade da Justiça nas edições #21 e #22 de Justice League of America.
A partir da primeira reunião da Liga da Justiça com a Sociedade da Justiça uma tradição que perdurou até 1985 se estabeleceu: quase sempre nas páginas de Justice League of America anualmente as duas equipes se encontravam e enfrentavam adversários comuns, em aventuras invariavelmente divertidas. Durante um bom tempo as aparições da Sociedade da Justiça se restringiram ao gibi da Liga da Justiça, até quem em meados dos anos setenta o corpo editorial da DC Comics decidiu mudar essa situação.
Em 1976 All-Star Comics foi relançada e trouxe aventuras inéditas da Sociedade da Justiça. Com o objetivo de “rejuvenescer” a vetusta equipe três jovens personagens foram agregados a ela: Sideral, um aventureiro adolescente dos anos quarenta que após um incidente temporal ficou preso em nossa época e que fazia uso da tecnologia criada pelo super-herói Starman para voar e emitir raios energéticos; Poderosa, a contraparte da Supergirl da Terra-2; e Caçadora, a filha do Batman com a Mulher-Gato da Terra-2.
Os talentos de Gerry Conway, Paul Levitz, Ric Estrada, Joe Staton, Bob Layton, Keith Giffen e outros garantiram aventuras razoavelmente interessantes para a Sociedade da Justiça nos gibis All-Star Comics e Adventure Comics, porém a Implosão DC — uma crise administrativa e editorial ocorrida em 1978 que redundou no cancelamento de 40% das publicações da DC Comics — extinguiu naquele momento toda e qualquer chance do velho time ter histórias próprias. Entretanto, nos anos oitenta a mitologia da Sociedade da Justiça seria enriquecida de uma forma inesperada.
Indiscutível Alegria
Lembram de Roy Thomas, o professor que mandava cartinhas entusiasmadas para editoras de quadrinhos? Em 1965 ele arrumou trabalho na DC Comics (onde ficou apenas por duas semanas devido a desavenças com Mort Weisinger, o responsável pelos títulos do Superman), e no mesmo ano se transferiu de mala e cuia para Marvel, onde iniciou uma longa carreira de escritor e editor, ganhando notoriedade pelo seu trabalho a frente dos gibis dos X-Men, Thor, Vingadores, Quarteto Fantástico e de um certo bárbaro da Era Hiboriana chamado Conan. Entre 1972 e 1974 Thomas substituiu Stan Lee como líder editorial da Casa das Ideias, mas no começo dos anos oitenta discordâncias graves com o editor-chefe Jim Shooter o fizeram abandonar a Marvel. Não restou outra opção para Thomas senão retornar a DC Comics.
Na sua volta para a DC Comics o jovial Roy Thomas foi incumbido de três tarefas: escrever roteiros para a “Santíssima Trindade” (ele assumiu a série mensal da Mulher-Maravilha e redigiu aventuras do Batman e Superman para os gibis World’s Finest e DC Comics Presents); criar um personagem similar ao Conan (no caso Arak, um nativo americano que no Século VIII lutou ao lado do Rei Carlos Magno); e para a sua indiscutível alegria conceber novas histórias da Sociedade da Justiça. Todavia, no último caso uma direção inesperada foi tomada por Thomas.
A série mensal All-Star Squadron aportou nas comic shops americanas no segundo semestre de 1981, e não se limitou a trazer a Sociedade da Justiça: ambientada na Terra-2 durante a Segunda Guerra Mundial, na prática ela apresentava histórias que reuniam todos os super-heróis da All-American, DC Comics e Quality Comics (editora cujo herói mais famoso era o Homem-Borracha) em um gigantesco supergrupo — geralmente chamado no Brasil de Comando Invencível — que se opunha as forças do Eixo. Roy Thomas fala para quem quiser ouvir que All-Star Squadron é o seu trabalho profissional favorito, e durante a produção dessa revista uma ideia parecida com aquela proposta por Larry Ivie em priscas eras (recordam-se dele?) fermentou na sua cachola, mas para entendê-la precisamos enxergar o panorama do mercado americano de comic books quatro décadas atrás.
Nos anos oitenta os títulos que mais vendiam nos EUA eram The Uncanny X-Men, Legion of Super-Heroes (Legião dos Super-Heróis) e The New Teen Titans (Novos Titãs), e esses três gibis tinham características em comum: eram estrelados por supergrupos constituídos por jovens heróis e apresentavam roteiros com forte investimento na caracterização desses personagens. Em 1982 Roy Thomas caminhava de forma solerte com Dann Thomas (sua esposa e parceira criativa) por Nova York, e em meio ao passeio o casal pensou em aplicar o conceito que norteava as revistas supracitadas a Sociedade da Justiça, criando um time de heróis formado pelos herdeiros da veterana equipe.
De forma rápida o casal Thomas produziu uma sinopse com a sua ideia e a enviou para Dick Giordano (principal editor da DC Comics na época), e de forma ainda mais rápida surgiu um problema: Roy e Dann Thomas propuseram o nome de “Centurions” para a nova equipe, mas ele já era usado por um desenho animado, que inclusive foi exibido no Brasil! Depois de muitas matutações Dann Thomas propôs a denominação “Corporação Infinito”, que fazia todo sentido se levarmos em consideração que estávamos na década de oitenta, uma época onde Wall Street era hipervalorizada e o sonho de todos era ganhar muito dinheiro trabalhando ou investindo em uma “corporação”.
Os Heróis da Corporação Infinito
Definido o nome da superequipe, os desenhistas Jerry Ordway e Mike Machlan (que trabalhavam com Roy Thomas em All-Star Squadron) foram escalados para o projeto, e durante quase um ano rascunhos e propostas foram produzidos de forma febril pelo casal Thomas e pelos artistas. Durante o processo criativo os envolvidos enviaram para a lata de lixo (pelo menos temporariamente!) potenciais herdeiros para o Espectro, Doutor Meia-Noite, Homem-Hora e Pantera, e quase “saiu do papel” o Arlequim, que seria filho de uma adversária do Lanterna Verde da Terra-2 — chamada Arlequina e que não tem nenhuma relação com a ex-namorada do Coringa! — e potencialmente o primeiro super-herói homossexual da DC Comics.
O Arlequim foi descartado porque o casal Thomas priorizou outros personagens vinculados ao Lanterna Verde, e já que falamos deles… vamos finalmente conhecer os heróis da Corporação Infinito:
● Escaravelho de Prata: Hector Hall era filho do Gavião Negro e da Mulher-Gavião, e ao invés de se tornar um aventureiro alado ele decidiu explorar outro aspecto da sua herança: o Antigo Egito, período histórico onde os espíritos dos seus pais viveram. Assim, Hector criou uma armadura de metal enésimo (substância que dava o poder de voo para os Gaviões) com motivos de escaravelho (um animal sagrado para os antigos egípcios) que o permitia levitar e emitir raios energéticos. Um detalhe importante: a aparência do personagem era uma homenagem a primeira versão do Besouro Azul, que surgiu nos anos quarenta.
● Fúria: filha do General Steve Trevor e da Mulher-Maravilha da Terra-2 e estreante em Wonder Woman #300 (1983), Hippolyta “Lyta” Trevor tinha poderes semelhantes ao da sua mãe e de lambuja foi treinada em todas as formas de combate das Amazonas. Ah, ela também era namorada de Hector Hall.
● Nuklon: Albert Rothstein era afilhado do Átomo e neto do Cyclotron, um relutante adversário da Sociedade da Justiça de quem ele herdou mutações genéticas que o permitiam alterar a densidade do seu corpo, adquirir superforça e eventualmente aumentar sua estatura. Duas curiosidades: com o objetivo de gerar contraste com o Átomo (um super-herói notoriamente baixinho) o seu aparentado foi desenhado como um grandalhão com mais de dois metros de altura, e além disso Nuklon foi um dos primeiros super-heróis explicitamente judeus do Quadrinho Americano.
● Jade: Jennifer-Lynn Hayden foi criada num amoroso lar adotivo, e no final da sua adolescência uma marca de nascença verde localizada na palma da sua mão esquerda passou a emitir uma estranha energia. Como consequência desse fato a moça ficou com a pele esverdeada e descobriu que poderia criar construtos com a luz emanada do seu corpo, e não demorou muito para ela descobrir que Alan Scott (o Lanterna Verde da Terra-2) era seu pai biológico. Ah, devemos citar um aspecto interessante da sua criação: com o objetivo de evitar confusões com a Mulher-Hulk (heroína da Marvel famosa tanto pela epiderme verde quanto pela estatura avantajada) os desenhistas Jerry Ordway e Mike Machlan intencionalmente conceberam Jade com o cabelo curto e altura mediana.
● Manto Negro: Todd James Rice sofreu horrores nas mãos de seu pai adotivo alcoólatra, e no início da sua vida adulta descobriu que poderia converter seu corpo numa espécie de energia sombria, além de manipular sombras e emergir o lado obscuro das pessoas ao seu redor através de uma restrita telepatia. Com o tempo Rice tomou conhecimento de que Jade era a sua irmã gêmea e que o Lanterna Verde da Terra-2 era seu progenitor, e juntos os dois jovens descobriram que sua mãe biológica era Espinho, uma vilã acometida de Transtorno Dissociativo de Identidade que teve uma breve relação com Alan Scott, e que entregou seus filhos para a adoção por temer que a sua personalidade maligna pudesse fazer mal a eles.
● Bóreas: No revista Flash Comics #71 (1946) o Gavião Negro conheceu Feithera, um reino oculto na Groenlândia habitado por uma exótica raça de homens-pássaros. Posteriormente o herói alado levou o antropólogo Fred Cantrell para uma visita de estudos a Feithera, e então o seu amigo conheceu Osoro, a princesa local. Depois desse encontro Osoro e o antropólogo tiveram Norda Cantrell, um jovem nascido com asas naturais e com um “sentido aviário” que o permitia voar longas distâncias sem se perder e lhe conferia o dom de se comunicar de forma limitada com aves. Dadas as circunstâncias do seu nascimento obviamente Norda Cantrell era afilhado do Gavião Negro.
● Onda Mental Jr.: Henry King Jr. era filho do Onda Mental — um dos mais perigosos inimigos da Sociedade da Justiça — e de Merry Pemberton, uma ex-heroína juvenil dos anos quarenta que era irmã do Sideral. King Jr. herdou os dons telepáticos e telecinéticos do seu pai, e com o objetivo de limpar o nome da sua família e de honrar o legado da sua mãe ele decidiu se tornar um super-herói.
Com a natural adição de Sideral, Poderosa e Caçadora o time de herdeiros da Sociedade da Justiça estava formado, e faltava definir apenas uma coisa: quando e onde a Corporação Infinito faria a sua estreia!
Gerações
No início do segundo semestre de 1983 a Corporação Infinito foi apresentada aos leitores em All-Star Squadron #25 e #26 e All-Star Squadron Annual #2, gibis que mostraram uma história onde a jovem equipe viajou no tempo para os anos quarenta e se envolveu em um conflito do Comando Invencível com o Ultra-Humanoide, cientista que graças a procedimentos cirúrgicos radicais trocava de corpo como quem troca de roupa e que foi um dos primeiros antagonistas do Superman da Terra-2.
Com o objetivo de instigar a curiosidade dos fãs poucas informações sobre a Corporação Infinito foram disponibilizadas em sua primeira aparição em All-Star Squadron. Os leitores saberiam quem era de fato a Corporação Infinito a partir do lançamento no começo de 1984 de Infinity Inc., série mensal dedicada aos jovens super-heróis.
As dez primeiras edições de Infinity Inc. trouxeram “Gerações”, uma saga onde os herdeiros da Sociedade da Justiça solicitaram a sua admissão na veterana superequipe e foram rejeitados devido a sua inexperiência. Aborrecidos, os aventureiros principiantes voltaram para suas casas e foram consolados por Sideral, Poderosa e Caçadora, que se identificaram com sua situação, porém um fato inesperado os fez entrarem em ação: fazendo uso de um dispositivo chamado “Fluxo da Crueldade” (que nome!) o Ultra-Humanoide assumiu o controle mental dos integrantes da Sociedade da Justiça. Não restou aos jovens heróis outra opção senão enfrentar seus predecessores, e após várias escaramuças — entremeadas pela viagem no tempo mostrada em 1983 na série All-Star Squadron — os veteranos da Sociedade da Justiça foram libertados do jugo do Ultra-Humanoide.
Seria natural que após a derrota do Ultra-Humanoide os aparentados da Sociedade da Justiça fossem admitidos na superequipe, mas Sylvester Pemberton — o verdadeiro nome do Sideral — tinha outras ideias: herdeiro de uma fortuna e da empresa cinematográfica Stellar Studios, o herói estrelado propôs aos seus jovens colegas a criação de um novo time, que seria sediado em Los Angeles. E assim, com a liderança inconteste de Sideral nasceu a Corporação Infinito!
Crise
Em Infinity Inc. #12 Poderosa e Caçadora saíram da Corporação Infinito, e a partir da edição #14 por indicação de Dann Thomas um artista canadense iniciante e ambicioso chamado Todd McFarlane assumiu o lápis da série mensal da equipe. McFarlane recheou as aventuras da Corporação Infinito de diagramações e recursos narrativos incomuns, e as coisas estavam indo bem para os herdeiros da Sociedade da Justiça, até o momento em que eles se depararam com uma crise, ou sendo mais específico: a DC Comics lançou Crise nas Infinitas Terras!
O Multiverso da DC Comics era uma barafunda formada por uma infinidade de Terras, e não era fácil para os fãs entenderem o que se passava nas revistas da editora. Com o objetivo de unificar todas as realidades alternativas da DC Comics num único universo ficcional coerente e acessível a novos leitores em 1985 o roteirista Marv Wolfman e o desenhista George Pérez produziram Crise nas Infinitas Terras, minissérie dividida em doze partes que rapidamente se tornou um dos maiores clássicos da editora e abriu as portas para o reboot dos seus principais personagens.
Roy Thomas não ficou muito feliz com Crise nas Infinitas Terras porque na conclusão da minissérie a sua amada Terra-2 seria extinta e os velhos heróis da Era de Ouro seriam anexados a “Nova Terra” que abrigaria quase todos os personagens da DC Comics, com a eliminação de eventuais redundâncias como o Superman, Batman e Mulher-Maravilha. Todavia, como profissional dedicado que era Thomas se incumbiu de recontar a origem de boa parte dos antigos aventureiros mascarados entre os números #1 e #42 da revista Secret Origins, além de ser o responsável pelo roteiro de Last Days of the Justice Society of America, edição especial lançada em 1986 onde após o término de Crise nas Infinitas Terras a maioria dos membros da Sociedade da Justiça ganhou uma passagem só de ida para um limbo interdimensional, onde eles travariam uma batalha eterna contra as forças do Ragnarok da Mitologia Nórdica.
E, diante de tudo isso uma pergunta fica no ar: como ficou a Corporação Infinito?
Novos Membros
No transcorrer de Crise nas Infinitas Terras a Corporação Infinito ganhou quatro novos membros, que no caso eram:
● Sr. Bones: nascido a partir de experimentos genéticos conduzidos pelo cientista Benjamin Love com mulheres grávidas, o adorável Robert Todd era um inveterado fumante que possuía superforça e tinha a pele, sangue, musculatura e órgãos internos completamente invisíveis, o que deixava a sua estrutura óssea a mostra, fato que deu origem ao seu codinome (a tradução de “bones” para Português é “ossos”). A epiderme transparente de Todd emitia uma substância tóxica que podia entorpecer ou mesmo matar outras pessoas ao menor contato, e na sua estreia em Infinity Inc. #16 ele se apresentou como um adversário da Corporação Infinito. Mais tarde o Sr. Bones foi admitido como membro da superequipe, e nos cabe citar duas curiosidades sobre ele: o seu traje era um tributo ao Terror Negro — um super-herói de domínio público que surgiu nos anos quarenta — e no Brasil o personagem já foi chamado de Sr. Ossos e Tanatos.
● Pantera: nascida com agilidade felina e garras retráteis, a jornalista Yolanda Montez era afilhada do primeiro Pantera, que ficou gravemente durante Crise nas Infinitas Terras. Com o objetivo de honrar o legado do seu padrinho Montez assumiu o seu uniforme e nome, e posteriormente os leitores descobriram que os poderes da super-heroína eram originários dos mesmos experimentos que redundaram no nascimento do Sr. Bones. Uma informação relevante: a personagem estava nas proto-versões da Corporação Infinito elaboradas pelo casal Thomas e por Jerry Ordway e Mike Machlan — onde recebeu os nomes provisórios de Lynx e La Garro — e de forma equivocada ela foi mostrada nos primeiros materiais de divulgação da superequipe publicados nas revistas da DC Comics entre 1983 e 1984.
● Homem-Hora: Rick Tyler era o filho do Homem-Hora original, e assim como o seu pai ele adquiria por sessenta minutos força, agilidade e reflexo sobre-humanos ao consumir a pílula Miraclo, uma substância criada pelo seu progenitor na década de quarenta.
● Doutora Meia-Noite: a médica Elizabeth Chapel trabalhava com o Dr. Charles McNider (o Doutor Meia-Noite original), e um acidente a tornou cega. Condoído com a situação da sua colega, o Dr. Mcnider fez uso de um procedimento radical para operar seus olhos, e concedeu a Chapel a habilidade de enxergar o espectro infravermelho.
Os novos personagens foram aquisições interessantes a Corporação Infinito, mas a pergunta que foi feita aqui ainda não foi respondida: como ficou a situação dos herdeiros da Sociedade da Justiça na “Nova Terra” que surgiu após Crise nas Infinitas Terras? E outro questionamento crucial deve ser feito: como ficou Fúria, que era filha da Mulher-Maravilha da Terra-2, uma personagem que foi extinta?
Vingança Divina
Para a tristeza de muitos em 1987 All-Star Squadron foi cancelada. No mesmo ano a DC Comics incumbiu Roy e Dann Thomas da série mensal Young All-Stars, onde em suas trinta e umas edições um punhado de super-heróis inéditos que atuavam na Segunda Guerra Mundial “adaptariam” a mitologia outrora desenvolvida em All-Star Squadron para a “Nova Terra” que surgiu após Crise nas Infinitas Terras. E entre os novos aventureiros criados pelo casal Thomas havia uma moça chamada… Fúria!
Após algumas conversas com Dick Giordano e George Pérez (que conduziu o reboot da Mulher-Maravilha em 1987) o casal Thomas criou Helena Kosmatos, uma jovem grega que descobriu que seu irmão colaborava com fascistas italianos, que foram responsáveis diretos pela morte de seu pai. Sequiosa de vingança, Kosmatos foi contatada pelas Fúrias — entidades da mitologia greco-romana também conhecidas como Eríneas, e que eram responsáveis pela vingança divina –, que lhe deram uma armadura que potencializava sua força, agilidade e velocidade, especialmente quando ela estava raivosa.
De forma muito óbvia Helena Kosmatos assumiu o codinome de Fúria e passou a combater as forças do Eixo, e de forma ainda mais óbvia ela substituiu a Mulher-Maravilha da Terra-2 como a mãe da Fúria que atuava na Corporação Infinito. O pai da namorada do Escaravelho de Prata é desconhecido, mas é sabido que ela foi adotada e criada pelo Almirante Derek Trevor e Miss América, uma antiga aventureira mascarada da Quality Comics. Um detalhe interessante: a intenção original de Roy Thomas era usar a Moon Girl — um plágio da Mulher-Maravilha lançado pela EC Comics em 1947 — como mãe adotiva de Lyta Trevor, mas a DC Comics não conseguiu obter os direitos autorais dessa personagem.
A adequação dos demais personagens da Corporação Infinito para a “Nova Terra” foi relativamente suave e não foram necessárias grandes adaptações nas suas origens, porém nos meses seguintes Roy e Dann Thomas fariam os herdeiros da Sociedade da Justiça passarem por poucas e boas…
Morte, Renascimento e Cancelamento
Em Infinity Inc. #31 o Escaravelho de Prata abandonou a Corporação Infinito sem maiores explicações, e em Infinity Inc. #41 Fúria descobriu que estava grávida do seu namorado. Mais tarde os jovens heróis descobriram que Hector Hall era vítima de maquinações orquestradas pelo mago Hath-Set — o maior inimigo do Gavião Negro –, que pretendia usá-lo como avatar de Seketh, o deus egípcio da morte. Em Infinity Inc. #44 a Corporação Infinito confrontou Hall e Hath-Set, e no final dessa edição o filho do lendário herói alado faleceu. Mas todos nós sabemos que no Mundo dos Quadrinhos poucas coisas são mais relativas do que a Morte, não é mesmo?
O primeiro Sandman da DC Comics era Wesley Dodds, um justiceiro mascarado criado por Gardner Fox e Bert Christman em 1940 que fez parte da primeira formação da Sociedade da Justiça. Em 1974 Joe Simon e Jack Kirby criaram uma segunda versão do Sandman, no caso Garrett Sanford, um aventureiro que atuava numa dimensão que supostamente era a materialização do reino para onde todos nós vamos quando dormimos e sonhamos. Roy Thomas tinha um fraco pela criação de Simon e Kirby e fez uso dela em uma aventura da Mulher-Maravilha publicada em Wonder Woman #300 (1983), e não perdeu a oportunidade de utilizá-lo novamente na Corporação Infinito.
Nas edições #49 e #50 de Infinity Inc. foi revelado Garrett Sanford cometeu suicídio, e com o objetivo de substituí-lo Brute e Glob — habitantes do Reino dos Sonhos e auxiliares de Sanford — resgataram o espírito de Hector Hall, o ressuscitaram e o transformaram no novo Sandman. Em Infinity Inc. #51 Hall e Lyta Trevor finalmente juntaram os trapinhos e se mudaram para o Reino dos Sonhos, porém durante as bodas uma tragédia atingiu em cheio a Corporação Infinito.
Arlequina — no caso a ex-namorada do Manto Negro e sem vínculos com a anti-heroína espevitada de Gotham City — induziu o monstruoso Solomon Grundy a capturar o Sr. Bones e forçá-lo a envenenar Sideral com seu toque tóxico. O líder da Corporação Infinito morreu, e depois de um confronto com a Injustiça Ilimitada (uma equipe que reunia inimigos da Sociedade da Justiça e seus herdeiros) a revista Infinity Inc. foi cancelada em 1988 após a publicação da edição #53.
Reino dos Sonhos
Os membros da Corporação Infinito se esparramaram pela DC Comics após o cancelamento de Infinity Inc., e agora nos cabe falar o que aconteceu com alguns deles.
Em 1989 o autor britânico Neil Gaiman iniciou Sandman, série mensal protagonizada por Morpheus (ou Lorde Moldador, ou Príncipe das Histórias, ou Oneiros, ou Kai’ckul, ou simplesmente Sonho, dependendo da ocasião!), o incontestável soberano do Reino dos Sonhos. Uma das missões de Gaiman a frente desse título era unificar a mitologia de todos os Sandmen da DC Comics, e isso o obrigou a lidar com Hector Hall e Lyta Trevor.
Em Sandman #12 foi revelado que Brute e Glob tiraram proveito de uma forçada ausência prolongada de Morpheus para “brincarem” de líderes do Reino dos Sonhos através do uso de simples mortais. Garrett Sanford foi o primeiro a ser usado nessa função, e com o seu suicídio as duas entidades preferiram usar um homem já morto — no caso Hector Hall — para evitar o mesmo tipo de problema. Morpheus não poderia admitir esse tipo de situação, e sem maiores delongas despachou Hall para o Mundo dos Mortos, e vaticinou de forma misteriosa que o bebê que Lyta Trevor abrigava em seu ventre (e cuja maior parte da gestação ocorreu no Reino dos Sonhos) pertencia a ele.
Lyta Trevor foi devolvida por Morpheus a Terra e teve o seu filho, batizado com o nome de Daniel. No transcorrer de Sandman o bebê de Lyta foi sequestrado pelo deus nórdico Loki e por Puck, um personagem da peça teatral Sonho de Uma Noite de Verão, de Willian Shakespeare. Acreditando que Morpheus era o responsável pelo rapto do seu filho Lyta invocou as Fúrias (a fonte dos poderes dela e de sua mãe), e as entidades mitológicas mataram o soberano do Reino dos Sonhos em Sandman #69. E então inesperadamente Daniel assumiu o lugar de Morpheus e se tornou o novo monarca do Sonhar, cumprindo de certa forma o vaticínio feito em Sandman #12.
A busca de Lyta Trevor por redenção após os tristes fatos que ocorreram na sua vida foram mostrados na minissérie Sandman Presents: The Furies, produzida por Mike Carey e John Bolton e lançada originalmente em 2002. Mas… como ficaram os demais integrantes da Corporação Infinito?
Saindo do Limbo
Para o júbilo de muitos em 1992 a Sociedade da Justiça saiu do limbo onde se encontrava no final da saga Armageddon: Inferno. Na sequência eles ganharam uma simpática série mensal escrita por Len Strazewski e desenhada por Mike Parobeck que explorava a situação de aventureiros idosos em mundo não necessariamente afeito a eles, e que para a tristeza de vários fãs durou apenas dez edições.
Entre 1994 e 1996 Nuklon e Manto Negro se tornaram integrantes da Liga da Justiça. As aventuras que traziam os dois herdeiros da Sociedade da Justiça na principal superequipe da DC Comics foram absolutamente esquecíveis, mas nelas o escritor Gerard Jones aventou de forma discreta a possibilidade do filho de Alan Scott ser homossexual. Em 2006 o roteirista Marc Andreyko confirmou essa “possibilidade” na série mensal Manhunter, protagonizada por Kate Spencer, a herdeira do legado do Caçador, um aventureiro da Era de Ouro. E enquanto isso a irmã de Manto Negro encontrou abrigo em outro título da DC Comics.
Em 1997 Jade se tornou personagem recorrente do título mensal do Lanterna Verde Kyle Rayner, com quem engatou um relacionamento romântico. Na minissérie Green Lantern/Sentinel: Heart of Darkness a heroína perdeu seu poderes após um confronto com o Coração Estelar (fonte dos seus poderes e de Alan Scott), mas ela não ficaria desamparada por muito tempo nesse sentido: em Green Lantern #107 Rayner foi obrigado a deixar temporariamente nosso planeta, e escolheu Jennifer-Lynn Hayden como a sua substituta no cargo de Lanterna Verde, função que ela exerceu até a edição #113 da revista.
Em 1994 o roteirista britânico James Robinson e o artista Tony Harris deram início a Starman, série mensal onde o relutante Jack Knight deu continuidade ao legado do seu pai, o Starman que serviu na Sociedade da Justiça. Em suas oitenta edições Starman celebrou de forma brilhante a mitologia da dos gibis da Era de Ouro da DC Comics, e em um certo sentido após o seu término outra série mensal continuaria a lidar com os mesmos temas.
Uma Nova Formação da Sociedade da Justiça
A revista mensal Stars and S.T.R.I.P.E. estreou no primeiro semestre de 1999, onde a dupla Geoff Johns e Lee Moder (com o auxílio luxuoso de James Robinson) apresentou a adolescente Courtney Whitmore, a enteada de Listrado, parceiro heroico de Sideral nos anos quarenta. Com jeitinho a menina (cuja criação foi inspirada na irmã de Johns, que faleceu num acidente aéreo) achou os apetrechos de Sylverster Pemberton em meio as tralhas do seu padastro, e sem muita cerimônia decidiu entrar no ramo dos super-heróis e assumiu a alcunha de Sideral. A série durou catorze edições, mas a nova Sideral não ficaria desabrigada por muito tempo.
Ainda em 1999 os escritores James Robinson, David S.Goyer (hoje mais conhecido como roteirista e diretor de cinema) e Geoff Johns arquitetaram JSA: Justice Society of America, gibi mensal que traria uma nova formação da Sociedade da Justiça que mesclava super-heróis veteranos com alguns dos seus jovens parentes, na prática materializando o conceito proposto por Larry Ivie lá no início dos sessenta. Os herdeiros escolhidos em um primeiro momento por Robinson, Goyer e Johns foram: Canário Negro, heroína atuante na Liga da Justiça e que era filha da aventureira homônima dos anos quarenta; Homem-Hora, um androide do futuro construído a partir do DNA de Rex Tyler, o Homem-Hora original; Sandy, parceiro juvenil do primeiro Sandman; o Starman Jack Knigth; Nuklon, que passou a usar o codinome heroico de Esmaga-Átomo em homenagem explícita ao Átomo, o seu padrinho; Courtney Whitmore, que com o tempo assumiu a alcunha de Stargirl e se tornou simultaneamente herdeira de Sideral e do Starman; e o ressuscitado Hector Hall, que agora era hospedeiro do Senhor Destino, o mais poderoso mago da DC Comics.
JSA: Justice Society of America foi um retumbante sucesso de crítica e público, e lentamente outros membros da extinta Corporação Infinito foram agregados as suas fileiras, como Manto Negro, Rick Tyler (o filho primeiro Homem-Hora, se lembram?) e Poderosa. Até mesmo o Sr. Bones — que desde os anos noventa era usado em títulos de espionagem como Chase e Checkmate — eventualmente deu o ar da sua graça no gibi da renovada Sociedade da Justiça, e Bóreas e Onda Mental Jr. foram reaproveitados como adversários do time. E já que citamos Poderosa vale a pena relembrarmos aqui uma história muito interessante.
No rastro da saga Crise Infinita em 2008 nas revistas Justice Society Annual #1 e Justice Society #18 a #20 Geoff Johns e Jerry Ordway levaram Poderosa para uma realidade alternativa protegida pela Sociedade da Justiça Infinita, uma versão da Sociedade da Justiça constituída majoritariamente por integrantes da Corporação Infinito. Naturalmente a heroína voltou para a “realidade normal”, e de certa forma essa aventura foi uma pequena homenagem a equipe criada pelo casal Thomas e por Ordway em meados dos anos oitenta. Mas ainda assim houve espaço para outras “versões” da Corporação Infinito.
No transcorrer da longa minissérie 52 (que tem esse nome porque foi dividida em cinquenta e dois capítulos!) Lex Luthor adquiriu o espólio do falecido Sylvester Pemberton, e fazendo uso de terapias genéticas criou a sua própria versão da Corporação Infinito, que inclusive tinha membros que imitavam os nomes e habilidades dos integrantes da versão original. Alguns desses personagens foram reunidos no final de 2007 sobre a liderança do super-herói Aço e de sua sobrinha Natasha Irons na série mensal Infinity Inc., escrita por Peter Milligan e que durou apenas doze edições.
Em 2015 o evento editorial Convergência prestou tributo a miríade de realidades alternativas que constituíram a longa história da DC Comics. Dentro deste contexto com o roteiro de Jerry Ordway e arte de Ben Caldwell e June Brigman a minissérie em dois capítulos Convergence: Infinity Inc. foi lançada, trazendo a equipe criada pelo casal Thomas num confronto direto com aventureiros de outras dimensões, entre eles o caubói Jonah Hex.
Longa Caminhada
Hoje são raras as chances da DC Comics conferir para a Corporação Infinito uma nova minissérie ou série mensal, já que nos últimos tempos os seus integrantes estão fortemente integrados a Sociedade da Justiça. Todavia, isso não significa que eles estão esquecidos: em 2018 Geoff Johns se tornou o produtor executivo de Stargirl, série televisiva protagonizada por Brec Bassinger que adaptou as aventuras de Courtney Whitmore para a telinha. No transcorrer das suas três temporadas personagens oriundos de Infinity Inc. como Sideral/Starman (Joel McHale), Onda Mental Jr. (Jake Austin Walker), Pantera (Yvette Monreal), Doutora Meia-Noite (Anjelika Washington), Jade (Ysa Penarejos), Homem-Hora (Lou Ferrigno Jr.), Manto Negro (Tim Gabriel) e Sr. Bones (Keith David) apareceram aos poucos, tanto que no seu derradeiro ano de exibição ela apresentou um episódio duplo batizado com o proverbial nome de… “Corporação Infinito”!
E assim chegamos ao final de uma longa caminhada, que começou nos anos quarenta, passou pela década de cinquenta esbarrando em marmanjos apaixonados por velhos super-heróis e que ao ultrapassar 1980 gerou uma nova leva de aventureiros mascarados. A nossa expectativa é que essa caminhada continue por muito e muito tempo… e que de preferência tenhamos nela a companhia dos herdeiros da Sociedade da Justiça!
E antes de finalizarmos o nosso extenso bate-papo precisamos repassar informações que são do interesse direto dos colecionadores de HQS:
● As aventuras do Comando Invencível permanecem inéditas no Brasil. Nos EUA parte delas foram reunidas uma única vez no encadernado impresso em P&B Showcase Presents: All-Star Squadron, que hoje se encontra fora de catálogo, o que nos leva a fazer um pedido público para a DC Comics: tomem vergonha na cara e republiquem esse material em um formato bacana!
● A maioria das histórias da Corporação Infinita não foi lançada em nosso país. Em 1987 aventuras da equipe relacionadas a Crise nas Infinitas Terras foram publicadas pela Editora Abril entre as edições #32 e #36 de Super-Homem, e a mesma editora trouxe no gibi Os Novos Titãs #42 (1989) a participação dos herdeiros da Sociedade da Justiça na saga Milênio. Em 2021 coube a Panini nos apresentar no encadernado Lendas do Universo DC: Os Novos Titãs #19 o encontro da Corporação Infinito com os Novos Titãs, que de certa foram eram os seus “equivalentes” em relação a Liga da Justiça.
● “Gerações” foi revista nos EUA em dois encadernados publicados entre 2011 e 2012, e de lá para cá a DC Comics não demonstrou interesse em relançar as demais aventuras da Corporação Infinito. Aí somos obrigados a repetir um certo recado para a DC Comics: tomem vergonha na cara e republiquem esse material em um formato bacana!
● Em 2023 Sandman Presents: The Furies foi republicada no Brasil pela Panini no encadernado Sandman Apresenta Vol. 5: As Fúrias e Petrefax.
● A minissérie Convergence: Infinity Inc. foi disponibilizada para os fãs brasileiros na edição especial Convergência: Sociedade da Justiça da América, publicada pela Panini em 2016.
● Nos últimos tempos finalmente a série Starman está sendo publicada integralmente no Brasil pela Panini em seis luxuosas edições, que são itens obrigatórios na coleção de qualquer colecionador que se preze!
● Todas as aventuras de Courtney Whitmore foram colecionadas por aqui no encadernado Stargirl por Geoff Johns, lançado pela Panini no início de 2023.
● Desde 2003 a versão moderna da Sociedade da Justiça é publicada em várias séries mensais da Panini, e nos últimos tempos o material escrito por James Robinson, David S. Goyer e Geoff Johns está sendo reunido em encadernados no formato omnibus.
E então… gostosamente falamos para quem quiser ouvir:
E TENHO DITO!
Para saber mais:
∞ Wikipedia: Corporação Infinito
∞ DK Publishing: The DC Comics Encyclopedia
∞ Twomorrows: All-Star Companion Vol. 2
∞ Twomorrows: All-Star Companion Vol. 3
∞ Twomorrows: All-Star Companion Vol. 4
∞ 13th Dimension: a criação da Corporação Infinito
∞ 13th Dimension: treze capas da Corporação Infinito desenhadas por Todd McFarlane
∞ 13th Dimension: um olhar sobre All-Star Squadron
∞ DCU Guide: lista de Aparições da Corporação Infinito
∞ Comic Book Resources: dez fatos sobre a Corporação Infinito
∞ Comic Book Resources: a história da Corporação Infinito
∞ Comic Book Resources: cinco personagens criados dentro da Corporação Infinito
∞ Comic Book Resources: como a Corporação Infinito quase teve um herói homossexual
∞ Comic Book Resources: a Corporação Infinito de Peter Milligan
∞ Grand Comics Database: All-Star Comics (1940)
∞ Grand Comics Database: All-Star Comics (1976)
∞ Grand Comics Database: All-Star Squadron (1981)
∞ Grand Comics Database: Infinity Inc. (1984)
∞ Grand Comics Database: Young All-Stars (1987)
∞ Grand Comics Database: Justice Society of America (1992)
∞ Grand Comics Database: Starman (1994)
∞ Grand Comics Database: Stars and S.T.R.I.P.E.S (1999)
∞ Grand Comics Database: JSA: Justice Society of America (1999)