Ejaculação troglodita.

Ensaio sobre o machismo

Palhaço Diógenes
Sociedade dos Filósofos Bêbados
2 min readSep 12, 2017

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A peste escorre por dentre as pernas daquela que serve de objeto de desejo, as molham e lubrificam, as deixam lisas como cerâmica, reluzentes como jóia que destoam a realidade subversiva do delinquente que as fita e admira. Hipnotizado pela simetria das curvas e vislumbrado pela geometria que fascina, permite que sua imaginação lhe sirva de prancheta para elucidar os caminhos da euforia sexual que o atormenta. Sem ser capaz de empreender razão naquilo que vê e deseja, passa a não ser atormentado por pensamentos nulos, afinal, diante daquilo que lhe enche os olhos não há mais o que pôr juizo se não naquilo que lhe satisfaz. Assim, sem que tome ciência, o perturbado se vê debruçado diante do prazer que aflora de seus poros num êxtase carnal, se deleita em imaginar o odor das partes que o atrai, se arrepia com a euforia e com os gritos e solavancos de sua conquista, se retorce em pensar que o fim é nada mais do que pernas abertas após muita luta pela vida, por algo que não lhe tem valor nestes instantes. Juntos, enfim, o alienado, se vê como figura única, presa e predador unidos em uma só carne, prontos para copular mais uma aberração humana, que para ele, animal, será vista, falada, admirada e desejada por muitos. Em sua mente, alienada e predestinada ao prazer, corre o propósito de um ser sexuado, víl, um predador dos próprios desejos, que consome o mundo para não ser consumido por ele, que para não se desintegrar e passar a ser mundo se propõe a se adentrar onde não lhe convém, e sem titubear, subtrai a morte de outrem para poder gozar a propria vida. Afinal, quem liga para presa quando o predador sente fome? Não seria esse o jogo da vida? Relutar contra os instintos e os cosmos seria insanidade, o demente jamais se perdoaria por tamanha privação de si, ser unigênito de Deus único, assim jamais se negaria um pedido santo de penetração, uma troca de identidades, fluídos e características que marcam e demarcam locais, ditos cenas aos olhos daqueles que ouvem seus relatos. Contração muscular da vida em forma de orgasmo intermitente, assim, o desequilibrado se sente ao relatar seus troféus aqueles que lhe dá ouvidos, para ele, o lunático, relatar é se ver como sádico e ao mesmo tempo como vouyage, ator e plateia de uma parafilia em uma única mente sombria. Para ele, o êxtase vem antes do prazer, pensar em se deleitar é mais gratificante que a ejaculação sob pranto daquela que lhe serve de presa e vítima.

Pobres mulheres que aturam tamanha demência a troco de um homem.

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Palhaço Diógenes
Sociedade dos Filósofos Bêbados

Não quero ser introjetado em outrem, não me importo para que outros não me importem. Prefiro ser único: sujo, devasso, errante, eloquente, vil, ímpar, negado.