Um novo capítulo

Grupo Solum
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3 min readDec 19, 2018

Depois de anos de mercado, em especial na XP Investimentos, um dos maiores grupos financeiros do país, deixei a sociedade em meados de 2016 para investir e empreender por conta própria.

As conversas com famílias e empresários em quase todos os Estados do Brasil, contatos da grande rede de escritórios afiliados do grupo, mostraram um mundo de oportunidades fora do eixo Rio/São Paulo[1], despertando em mim uma vontade muito grande de criar soluções para ajudar no fomento de empresas de pequeno e médio porte.

Olhando para números, 57,3% do PIB é representado por 25 Estados e 30% do PIB é gerado por pequenas e médias empresas[2], um segmento de mercado que não conta com canais institucionais estruturados e com capilaridade para atender suas demandas financeiras. E o que poucos sabem é que a média da taxa de mortalidade das empresas médias fica abaixo de 3%[3].

Em um momento crítico para o país, economia em recessão, pós impeachment, minha visão estava pautada em algumas premissas importantes mirando no horizonte dos próximos 5 anos.

O Brasil ocupa a 95ª posição no ranking que estima Disponibilidade de Venture Capital, e figurando como 85º colocado em termos de facilidade de acesso a empréstimos segundo o World Economic Forum Report. Ou seja, temos uma imensa dificuldade para financiamento das empresas, seja por meio de equity ou dívida.

Em paralelo a isso vimos um crescimento de 207% (2017/2016) nos investimentos realizados em “StartUps, atingindo um montante de U$860 milhões[4] no final de 2017, sendo 40% desse valor direcionado para apenas 2 empresas (99 e Ifood). O restante foi destinado exclusivamente às empresas classificadas como startups, techs e/ou empresas da Nova Economia.

Observamos nos últimos 3 anos uma euforia, em especial neste último nicho, no qual inúmeras pessoas físicas vêm se interessando por investir seu capital em “negócios promissores”, almejando lucros exponenciais, inspiradas por cases de sucesso do Vale do Silício.

A questão é que StartUps ou empresas da Nova Economia são investimentos de risco, afinal muitas delas são instuições sem faturamento, produto e/ou clientes. Além disso, sempre existe o risco dos melhores negócios não chegarem primeiro para os investidores iniciantes.

Já o segmento de pequenas e médias, empresas mais maduras na cadeia, não estão no radar dos VCs ou investidores curiosos por serem mais “tradicionais” e não sexies, e também não são alvo de investidores institucionais pelo tamanho ainda relativamente pequeno, o que configura uma grande oportunidade.

Comecei investindo em empresas menores, pouco a pouco formando time, atraindo profissionais muito capazes e sócios que admiro muito à medida que ia compondo o portfólio. Foi assim que nasceu a Solum, uma empresa de venture capital que investe capital próprio — e muito em breve também de terceiros — em participações de pequenas e médias empresas, modelos de negócio diferenciados e com grande potencial de crescimento.

Acreditamos que grandes companhias são reflexo de empreendedores talentosos, e buscamos gestores com mindset aberto para inovações e mudanças, mas que, acima de tudo, amam e entendem do que fazem para construir histórias de sucesso no mercado brasileiro.

Nossa missão, enquanto sócios minoritários e estratégicos, é gerar valor para as empresas investidas, assessorando-as de forma proativa e contribuindo com melhores práticas de gestão e operacionais, preparando-as para mudar de patamar e chegar ao radar dos investidores institucionais.

Em 2019, abrindo um novo capítulo da Solum, daremos acesso para pessoas físicas alinhadas com essa visão começarem a investir conosco, buscando juntos gerar impacto relevante para nosso país, sociedade e seus respectivos setores.

[1] IBGE 2016

[2] SEBRAE Mato Grosso — 2014

[3] Relatório do SEBRAE 2016 sobre mortalidades das empresas

[4] Estudo realizado pela LAVCA (associação Latino Americana de Fundos de Risco)

Escrito por: Rodrigo Fiszman

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