Lugar da mulher na construção civil | por @viverdecasa

Time Fora da Caixa
Somos Fora da Caixa
3 min readAug 7, 2020

A Rede de Apoio Fora da Caixa apresenta a Viverde Casa, uma plataforma que promove a qualificação profissional e conexão entre quem presta serviço de reparo, reforma e construção a potenciais clientes. Surgiu com o propósito de transformar a vida das pessoas a partir de relações de trabalho mais sustentáveis e alcançar a igualdade de gênero no setor da construção civil.

………………………………………………………………………….

Meu nome é Camila Viegas, sou Arquiteta e Empreendedora Social, fundadora da Startup Viverde Casa; a convite da Equipe Fora da Caixa escreverei um pouco sobre este tema tão relevante, muitas vezes ignorado: mulheres na construção civil.

“O trabalho está na base da produção do viver em sociedade e é um mediador das relações das pessoas, também é por meio dele que se organiza o exercício do poder e a dominação na sociedade”. — Nexo Jornal | abril de 2020

Olhando para a “Indústria da construção” os dados tornam-se ainda mais alarmantes, desde antes da pandemia.

Em 2015 chegamos a ocupar 26,9% das vagas na Engenharia Civil; no entanto, apesar da aceleração e das projeções de crescimento esperados para este ano, houve uma redução gritante de profissionais mulheres ativas.

Segundo dados da PNAD — Pesquisa nacional por Amostra de Domicílios, os homens chegam a ganhar mais até 33% a mais que as mulheres na construção, ocupando a mesma função.

Este é um ponto crucial de atenção. Retrata principalmente a existência de um censo comum da fragilidade feminina, e revela o quanto ainda precisamos avançar para ocupar nossos lugares.

Afinal, se as mulheres são comprovadamente mais instruídas e bem preparadas tecnicamente do que os homens, isso se reflete diretamente no aumento de produtividade e na qualidade dos produtos desenvolvidos por mulheres. Por que então continuar ganhando menos? Por que não assumir posições de liderança?

Mulheres não são estimuladas a reconhecer seu próprio valor. Muitas sequer são capazes de admitir que não estão recebendo o suficiente pelo trabalho desempenhado, deixando inúmeras oportunidades passarem sem se impor.

É extremamente necessário despertar o interesse da sociedade para inclusão feminina em todas as esferas de atuação. No dia 24 de março de 2020 a ONU lançou um apelo para que os países da América Latina dessem atenção especial as mulheres. A nível nacional somos mais de 50% da população. Isso significa que oferecer acesso e oportunidades as mulheres é também dar ao país a chance de se desenvolver melhor economicamente.

Se somos maioria e estamos conquistando mais e mais espaço então por que o preconceito continua?

Nas primeiras semanas da pandemia recebemos muitas mensagens de mulheres com elevado nível de conhecimento e experiência profissional sendo demitidas ou remanejadas de função, pressionadas a receber rendimentos menores ou aceitar condições de subemprego. Lembro-me da sensação de impotência descrita por uma Engenheira que disse:

“…estou com muito medo de perder meu emprego, tenho mais experiência e recebo mais elogios que meus colegas pela qualidade do trabalho, mas eles têm mais voz simplesmente porquê são homens; e meu chefe é homem. Não importa o quanto me esforce meu trabalho não é reconhecido.”

Ao ouvir isso relacionei o cenário atual de desigualdade de gênero a baixa ocupação feminina nos espaços de decisão, e a necessidade urgente de romper com os ensinamentos antigos do: seja boazinha, gentil e subserviente; espere que alguém lhe proteja e traga flores.

A partir daí intensificamos nossos esforços para dar as mulheres as melhores ferramentas possíveis para se inserir no mercado da construção e ocupar lugares de crescimento e empoderamento.

Acredito que a melhor maneira de prever o futuro seja criá-lo.

Por isso, criamos a campanha Viverde Casa Mulher para atrair recursos e conseguir capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social a atuar como prestadoras de serviço profissionais da construção em obras de empresas parceiras da Viverde.

Muito mais que uma qualificação técnica, estas mulheres vão receber apoio da nossa rede para crescer profissionalmente e mudar de vida.

Nós agradecemos muito a Equipe Fora da Caixa, especialmente a Giovana Brito pelo convite e pela oportunidade de conversar com mais mulheres sobre este assunto.

Aproveito para convidar vocês leitoras a acompanharem nossas redes sociais para saber mais sobre este e outros projetos. Siga: @Viverdecasa

Se você quer ver uma mulher ocupar o lugar que lhe é devido, ajude!

Podemos contar com você?

--

--

Time Fora da Caixa
Somos Fora da Caixa

Prazer: Gika e Lalá ❤ Somos o primeiro clube de assinatura voltado para o empoderamento feminino do Brasil.