Mulheres, sejam grandes

Time Fora da Caixa
Somos Fora da Caixa
5 min readApr 6, 2020

Sempre fui apaixonada por números, mas em algum momento da minha vida me permiti acreditar que “não era pra mim”. Consequentemente, a independência financeira passou a ser muito mais distante do que, de fato, é. Ler mais sobre esse assunto e fazer um curso de investimentos foi uma das melhores decisões que tomei por mim mesma em muito tempo, e tudo isso aconteceu graças à Fora da Caixa.

Por isso resolvi convidar 4 assinantes da edição de janeiro — que teve como tema a Educação Financeira — para trocarem uma ideia sobre como isso pode ser uma virada de chave na nossa vida!

Obrigada Duda Moura, Ju Sâmara, Cami Cabral e Alana Rosa por toparem trocar uma ideia ❤

A importância da representatividade

Muitas de nós não foram encorajadas a estudar sobre esse assunto, e a falta de representatividade pode ser um grande desestímulo para que meninas cresçam trazendo tal assunto para rodas de conversa.

“Meus amigos homens conversavam disso entre si, mas nunca foi um tópico que via em nenhuma conversa entre minhas amigas. Além disso não via nenhuma mulher falando sobre isso, consequentemente acabei associando que investimentos era um assunto relacionado ao mundo masculino, e acabei não desenvolvendo um interesse em aprender!” — Júlia Sâmara.

Graças a internet, temas relacionados a educação financeira estão muito mais disseminados dentre os mais diversos canais, e há mulheres referências no assunto que são verdadeiras inspirações, como Ana do @explicaana, Nath do @nathfinancas e Nathalia do @mepoupenaweb.

Independência financeira e emancipação feminina?

Por muito tempo na história existiu em nossa cultura a ideia de que mulheres deveriam se preocupar em cuidar do lar e arrumar um marido rico. Parece absurdo para algumas, mas ainda é a realidade de outras. Sendo assim, a ideia de que mulheres não deveriam se preocupar em criar um patrimônio próprio prevaleceu, e quando digo “deveriam” não entendam como “não precisavam”, mas sim como não deveriam mesmo, esse era um papel exclusivamente masculino.

E não precisa ir muito longe para achar exemplos disso: basta conversar com suas avós e perguntar como era na época em que eram jovens, quando conheceram seus avôs. Minha avó, por exemplo, foi encorajada a largar seu emprego como professora e cuidar da casa. Para muitos homens daquela época (e ainda nos dias atuais), era inconcebível a ideia de uma mulher colaborar com “as contas de casa”.

“Algumas décadas atrás, a mulher basicamente não tinha renda e era totalmente dependente dos seus pais e, posteriormente, do seu marido. O acesso da mulher às mais diversas formações profissionais e ao mercado de trabalho, o direito ao voto e até mesmo a celebração de contratos sem o consentimento do cônjuge eram atividades vedadas. Com a emancipação, as mulheres começaram a se profissionalizar, ocupar espaço e ter autonomia para decidir os rumos da sua vida (morar sozinha? Ser mãe ou não? Aceitar uma proposta de emprego, ainda que signifique mudar de cidade? — São apenas exemplos das muitas escolhas que agora nós, mulheres, podemos fazer, antes inimagináveis).” — Camilla Cabral.

Tudo isso nos mostra o quanto dinheiro está relacionado a essa ideia de poder, logo o movimento de educar mulheres a buscarem esse tipo de conteúdo está diretamente ligado à tirá-las de um cenário de subordinação, mudando toda uma configuração social histórica.

Já existem estudos que apontam que mulheres dependentes financeiramente estão muito mais propensas a continuar em relações abusivas, por exemplo.

E às vezes, tudo que a gente precisa é de um empurrãozinho

É necessário que nós, mulheres, tenhamos noção da importância de que ver outras mulheres falando sobre isso é o melhor empurrão. Temos essa mania de ter uma autocobrança gigante para iniciar qualquer coisa, e até foi assim com a Fora da Caixa, por exemplo. Deixamos a ideia por UM ANO no papel esperando o momento perfeito.

E não existe momento perfeito, existe o que você pode fazer agora. Se você tivesse começado a estudar sobre investimentos um ano atrás, como você estaria hoje?

“Não precisa ser “expert” no assunto, ou ter um rendimento de 200% pra mostrar. Tente quebrar um tabu. Uma pequena faísca, que você solte, pode criar um incêndio de inquietação e curiosidade em alguém. Compartilhar perfis educativos em suas redes sociais é também uma ótima ideia!” — Duda Moura.

Trouxemos esse tema para a edição de janeiro exatamente para estimular nossas assinantes a começarem o ano com o pé direito, adicionar a educação financeira na listinha de “to do” de 2020. A “você” de 2021 vai agradecer bastante por você ter começado hoje.

“Foi no começo de 2019 que tudo mudou, quando passei por uma situação machista com alguns colegas da faculdade que deram a entender que eu não conseguiria aprender sobre esse assunto. Fiquei incomodada não só com eles, mas comigo mesma também, por nunca ter me dedicado a aprender sobre isso mesmo sendo algo que desde pequena eu gostava. Fui para casa naquele dia e passei os próximos meses estudando tudo sobre o assunto. Me senti extremamente empoderada, e comecei a perceber a importância das mulheres saberem cuidar do seu próprio direito, na nossa busca por independência. Entendi como o assunto ia além de finanças, e afetava até relações interpessoais e a nossa própria autoestima. Foi a partir disso que decidi ensinar minhas melhores amigas a investir! Desenvolvi uma aula, criei um material de estudos, um método de ensino e juntei um grupo de amigas para ensiná-las. Uma aluna foi comentando com outra e cada vez mais foram aparecendo meninas mostrando interesse no curso, que hoje já atingiu mais de 120 mulheres! Recebo muitas mensagens de meninas que estão investindo e cuidando melhor de seu dinheiro, que dizem se sentir muito mais empoderadas e independentes por conta disso! Percebi que não é que mulheres não gostam de aprender sobre investimentos, elas apenas não estão sendo encorajadas a adentrar nesse mundo! Fico muito feliz de ver que cada vez mais isso está mudando com a representatividade e a inclusão do assunto nas pautas de conversas entre mulheres!” — Júlia Sâmara.

Inspirador, né?

Se você precisava de um empurrãozinho, aqui está o nosso!

Não tenha medo de ser grande. Uma grande mulher, grande investidora, grandes conhecedora. Independência é liberdade, de escolha e de experiências, e quando falo isso penso não só em tudo que poderemos alcançar, mas também em todas as situações que não precisaremos passar.

Invista em educação financeira. Sem medo de se tornar grande.

Beijos,

Gi do Time Fora da Caixa.

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Prazer: Gika e Lalá ❤ Somos o primeiro clube de assinatura voltado para o empoderamento feminino do Brasil.