Como aproveitar seu Bootcamp de UX Design ao máximo?
Um guia completo para você ter a melhor experiência na jornada.
Por Alice Cheung (publicado originalmente aqui, em inglês)
Sexta-feira foi o meu último dia das dez semanas de imersão em UX Design na General Assembly. Dez semanas antes, eu não tinha um portfolio de design. Eu não conhecia pessoas que agora eu chamo de grandes amigos, nem tinha trabalhado em um projeto de jardins urbanos de uma startup incrível em Austin.
O final foi de sentimentos misturados, estouramos uma champagne e trocamos abraços e contatos. Estava aberta a temporada de caça ao trabalho.
Mas vamos voltar ao começo, antes mesmo de eu me inscrever para o bootcamp. Há tantos deles por aí, com a promessa de inserção rápida no mercado de tecnologia, mas eu queria escolher o que me preparasse para o tipo de designer que eu queria ser.
Eu li artigos e reviews online de gente que tinha feito os bootcamps e percebi um padrão.
Como você se envolve é o que vai definir se vale a pena o tempo e o dinheiro investidos.
Determinada a fazer só isso, eu me dispus a dedicar as dez semanas do programa a comer, respirar e dormir UX Design. Agora que acabou, eu posso dizer que você vai aproveitar muita coisa das aulas e projetos. Mas vai aproveitar muito mais se fizer um esforço extra.
Aqui vão 3 dicas de como você pode fazer isso.
Se aproprie da sua própria educação
Não dá pra acompanhar tudo que é distribuído nas aulas dentro de um período de 10 semanas. E, mesmo que você fosse capaz de se aprofundar e cobrir uma área enorme de conhecimento sobre UX em um bootcamp, a área de tecnologia muda muito rápido e diariamente.
Para ser uma UX designer de sucesso no longo prazo, é importante que você seja uma aprendiz motivada - então comece a trabalhar essa habilidade o quanto antes.
Aprenda a linguagem dos códigos
Não vou entrar agora no debate sobre se designers precisam saber ou não escrever códigos, mas todas as pessoas da minha classe disseram que gostariam de ter aprendido como trabalhar com desenvolvedores.
Desenvolvedores são as pessoas que vão dar vida a seu design - e a melhor forma de começar aprendendo como você poderia colaborar melhor com eles é aprendendo a falar sua língua.
Há toneladas de linguagens de códigos por aí — HTML e CSS para o front-end dos websites, Swift para os apps de iOS, Python para fazer o trabalho de back-end, etc. Você não tem que sair por aí aprendendo como escrever em todas essas linguagens, mas é útil ter uma fluência se você planeja trabalhar num ambiente de tecnologia.
Eu tinha um caminho de 2 horas de ônibus até as aulas todas as manhãs, então usei esse tempo para praticar a linguagem com um app chamado M1m0. Eu não me aprofundei muito a ponto de me sentir confiante de construir nada com isso, mas aprendi o suficiente para entender um pouco do que os programadores da minha equipe estavam fazendo quando eu trabalhava com eles em um app.
Ouça podcasts
Outra coisa fácil de fazer no trânsito, tomando café ou se preparando pra dormir. Eu aprendi muito ouvindo os podcasts — aqui vão alguns dos meus favoritos.
Wireframe. Estes episódios são mais curtos e tem menos de meia hora cada. Eles exploram tópicos diferentes, todos relacionados a design, e todos atuais e relevantes.
High Resolution. Com cerca de uma hora de duração, cada episódio vai fundo na mente de um designer de sucesso. É uma ótima forma de aprender com profissionais bem estabelecidos em suas carreiras e a quem normalmente você não teria acesso.
Awkward Silences. Episódios de entre 25–45 minutos. É bem parecido com o que o High Resolution faz, exceto que eles focam no lado de pesquisa de UX.
Faça seu toolkit
No meu bootcamp, eles começaram nos apresentando o Sketch e o InVision como ferramentas de design. Por sorte, eu já tinha trabalhado alguns anos com a Creative Cloud Suite da Adobe, então eu já tinha familiaridade com alguns elementos comuns em softwares de design.
Mas se não é seu caso, é importante que você pratique o quanto puder para aprender os atalhos de teclado e ficar bom usando essas ferramentas para trazer os designs da sua cabeça à vida real.
Uma vez que você dominou uma ferramenta, continue procurando outras para acrescentar em seu toolkit. Para o nosso terceiro projeto, alguns dos grupos, incluindo o meu, começaram a usar o Figma como ferramenta primária de wireframe e prototipagem. No quinto e último projeto da classe, todo mundo estava usando o Figma. Foi uma coisa que nós decidimos por nós mesmos, fora das aulas.
Enquanto você estiver no bootcamp, procure por anúncios de emprego e veja quais são os softwares que eles listam na descrição da vaga. Se você sabe que esse é o tipo de trabalho que você quer quando terminar o programa, veja quais são as ferramentas que eles querem que você use nessa empresa e comece a aprender a usá-las também.
Eu usei os tutoriais do Lynda.com para aprender a animar no Principle porque eu tinha acesso livre com o cartão da biblioteca. E eu pratiquei com a versão gratuita de testes. Aprender coisas novas não tem que ser caro, você só tem que ser criativa(o) e ver o que tem por aí.
Conheça pessoas interessantes
Meus instrutores falavam muito sobre a importância de ir a eventos importantes para começar a fazer networking dentro da indústria. O programa só exigia que nós fôssemos a 3 eventos nas 10 semanas, mas eu me desafiei a ir a um por semana.
E não foi porque eu adoro fazer networking. Honestamente, a ideia parecia um pouco esquisita pra mim. Mas eu estava muito pilhada com a possibilidade de conhecer pessoas interessantes, que estavam trabalhando no mercado que eu queria fazer parte!
E também, conhecer gente nova não tem um jeito certo de acontecer. Eu fui atrás de uma pessoa no Twitter que ficou feliz de me contar a história dela por telefone.
Entrevistas informativas também são úteis para quando você é novo em um lugar, e funcionam como uma grande oportunidade de construir uma relação de mentoria se você se dá bem com a pessoa depois do primeiro café ou telefonema.
Então faça boas perguntas e seja grato pelo tempo que a pessoa dedicou a você. Você também pratica formas de contar sua história, porque provavelmente eles vão perguntar.
E não se encontre só com UX designers, encontre pessoas que trabalham com UX designers. Fale com programadores e gerentes de projeto, pergunte a eles sobre sua experiência trabalhando com designers para identificar áreas de oportunidade para construir eu skillset e se tornar uma colaboradora melhor quando começar a trabalhar.
Algumas perguntas que você pode fazer
- Como era o seu background quando você começou a trabalhar com design?
- Quais são as 3 coisas mais importantes que você aprendeu como UX designer profissionalmente?
- Qual foi a parte mais desafiadora do seu trabalho quando você começou? E agora?
Você pode encontrar um monte de perguntas na internet, mas faça sua pesquisa sobre a pessoa para que você possa fazer perguntas específicas também! Se você agendar uma ligação de 30 minutos ou uma reunião de 1 hora em um café, talvez você não consiga fazer todas as perguntas — isso é um bom sinal de que a conversa está fluindo.
Isso também abre a porta para perguntar se eles estão dispostos a continuar a conversa no futuro para falar mais a respeito.
Faça muita coisa (ruim)
Também conhecido como “deixe de ser perfeccionista”.
Uma das razões por eu amar desenhar é porque você pode rapidamente rascunhar um monte de ideias. Você pode ver como uma ideia na sua cabeça se transforma no papel, e não força tanto seus olhos e mãos como ficar olhando para uma tela de computador ou clicando em um mouse.
A dura realidade é que as pessoas não ficam boas nas coisas se elas não falharem muito no caminho.
Quando eu era criança, adorava escrever histórias. Os créditos são do meu pai, que nunca me dissuadiu de nenhuma das minhas fantasias de criança. Pelo contrário, sempre que eu tivesse um bloqueio criativo ele me dizia a mesma coisa. Algo como ter que escrever 100 páginas de lixo para tirar 1 página boa.
Mas é só no começo. Eventualmente você acaba escrevendo 50 páginas de lixo, depois 30, depois 10.
Eu via isso na minha fotografia. Na minha primeira sessão profissional, eu tirei provavelmente umas 200 fotos. Eu acabei entregando 20 dessas fotos, mas não porque elas eram boas (apesar de eu ter achado que sim na época), mas porque aquelas eram as únicas fotos decentes que sobraram.
Hoje, eu posso tirar 200 fotos em uma sessão e entregar metade. E geralmente tem algumas poucas realmente boas no conjunto.
Pense nisso como um gráfico. A quantidade de esforço que você tem que fazer é o eixo X. O nível da sua habilidade é o eixo Y. É uma curva logarítmica onde você pode colocar muito esforço no início para se aprimorar rápido. E já que você está no começo da jornada, é o momento certo de dar tudo de si.
Esses foram só alguns dos métodos que eu usei para aproveitar ao máximo as 10 semanas do bootcamp. Levou um tempo para entender muitas dessas coisas que eu falei, então se você leu até aqui, você tem uma boa vantagem na largada.
Porque é exatamente verdade que o maior retorno do investimento nesse bootcamp não é o dinheiro que você gastou para fazer o necessário para conseguir o certificado no final.
É fazendo as coisas que ninguém te diz para fazer, gerenciando bem seu tempo para encontrar um espaço onde suas tarefas são completadas e você tem tempo para se motivar a aprender sozinha.
Deixe suas ações refletirem sua paixão. Eu sempre soube que gostava de design, mas não sabia o quanto eu realmente amava isso até que eu me senti emocionada fazendo apresentações pela primeira vez na minha vida — porque o assunto sobre o qual eu iria falar me dava tanta alegria.
Então, adote um mindset de crescimento o quanto antes, se emocione com tudo o que você está prestes a aprender, as coisas que você vai falar, as pessoas legais que você vai conhecer.
Faça isso e você vai sair no final da imersão com projetos que te orgulham e um fim de semana de descanso muito merecido — antes que a temporada de caça ao trabalho comece a todo vapor.
