Liderança de Dados: definindo a expertise que sua organização precisa

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7 min readJul 7, 2020

Como serão as novas lideranças num mundo orientado por dados?

Photo by Dylan Gillis on Unsplash

(Adaptação do artigo originalmente publicado aqui, em inglês).

O mundo dos dados e análises está evoluindo em um ritmo nunca visto antes, com grandes implicações para todas as organizações. A inovação digital está varrendo os setores e criando oportunidades para as empresas aproveitarem os dados como fonte de vantagem competitiva.

Dada essa mudança decisiva, até mesmo as conversas informais sobre dados e análises também foram drasticamente modificadas:

  • Cinco anos atrás, era “cada um por si”, com a maioria das organizações ainda delegando o gerenciamento de dados à área de TI, enquanto as análises viviam separadamente em silos nas funções de produto, marketing, risco e finanças.
  • Há dois ou três anos o foco começou a mudar à medida que as organizações começaram a adotar uma abordagem mais centralizada às ferramentas de gerenciamento e análise de dados. O cerne mudou-se para qualidade, consistência e inteligência comercial.
  • No mundo móvel e digital de hoje, as empresas líderes reconhecem o valor dos dados como um ativo e estão aproveitando novas tecnologias e modelos de negócios para gerar insights e fornecer valor ao cliente, monetizando dados em tempo real.

O termo “Big Data” apenas arranha a superfície do que é possível fazer com dados e análises para a maioria das organizações. Embora possa ser tentador supor que a nomeação de um diretor de dados resolverá todos os problemas de dados da empresa, a realidade é que a maioria das empresas precisará montar uma equipe de liderança com uma variedade de habilidades e áreas de foco diferenciadas para prosperar no novo mundo orientado a dados.

Uma pesquisa recente da McKinsey & Co. revelou que, entre as organizações de baixo desempenho, o obstáculo mais significativo para alcançar a eficácia dos dados é projetar a estrutura organizacional correta nesse cenário.

Enquanto isso, as empresas de alto desempenho agiram mais rapidamente para envolver líderes de negócios em atividades de análise/dados como a chave para liberar seu valor (“The need to lead in data and analytics” — McKinsey, 2016).

Os resultados dessa pesquisa ressaltam a necessidade de ter lideranças evangelizadoras, altamente engajadoras, direcionando o foco para os dados, montando uma equipe configurada para atender sua agenda corporativa específica.

Não existe uma abordagem única para a contratação de pessoas executivas de dados e análises. No entanto, nossas conversas com clientes sobre suas prioridades de negócios e necessidades de liderança revelam vários temas e considerações consistentes para o recrutamento de talentos seniores em dados.

Principais funções de cada liderança de dados

Quatro perfis principais de liderança surgiram no conjunto de talentos de dados e análises de nível sênior, cada um com responsabilidades, origens e realidades de mercado distintas.

Ao contratar talentos seniores em dados, precisamos entender as oportunidades estratégicas e os recursos atuais da organização para definir a necessidade específica de cada liderança (esse processo é essencial para o sucesso das iniciativas de função).

Chief Data Officer, ou diretor(a) de dados

O Gartner prevê que mais de 90% das grandes empresas contratarão um(a) diretor(a) de dados (Chief Data Officer, ou CDO) até 2019. Mas nem todas as funções de CDO são criadas da mesma forma, e encontramos muitas organizações atribuindo o título sem alocar os recursos ou responsabilidades necessárias para que esse profissional seja realmente bem sucedido.

Não importa como você escolha estruturar a função, ao nomear um CDO (ou Chief Data Officer), você estará dizendo: “essa pessoa é a estrategista e evangelista de dados mais graduada da nossa organização”.

Um verdadeiro CDO deve presidir um conselho de dados corporativos que inclua os principais proprietários de negócios, o CFO (Chief Financial Officer, diretor ou diretora financeiro/financeira), responsáveis legais e dos riscos, e estabeleça a política e a governança de dados corporativos, juntamente com um plano e estratégia de comunicação consistentes.

Essa liderança deve ser responsável pela governança dos dados, sua definição, seus padrões, estratégias, controles, arquitetura, ferramentas e tecnologias. Em empresas maiores e mais complexas, o(a) CDO deve usar suas habilidades de influência e colaboração para fornecer inteligência de negócios, supervisão de terceiros, recursos de relatórios e análises avançadas para uso comercial.

Ao avaliar oportunidades, CDOs efetivos(as) se preocupam menos com a propriedade das iniciativas de dados do que com a forma como agregarão valor aos negócios e se têm o apoio dos principais influenciadores do negócio. Eles querem saber, voltando ao estudo da McKinsey, se líderes empresariais estão envolvidos ou afastados da necessidade de gerar valor através dos dados.

CDO frequentemente foca no valor econômico dos dados e o reporta para o(a) CEO, alavancando a demanda do conjunto de habilidades mais técnicas de cientistas, analistas e gerentes de dados.

Data Science Specialist, ou cientista de dados

De todos os mercados de talentos no campo de dados e análises, as pessoas cientistas de dados continuam envoltas em um pouco de mistério.

Tradicionalmente chamados de engenheiras de dados, matemáticos ou estatísticos, essas pessoas altamente técnicas criam a lógica subjacente e altamente avançada que permite inúmeras soluções de dados.

As organizações normalmente buscam especialistas de ciência de dados à medida em que buscam direcionar produtos e soluções de dados complexos para o mercado, como dispositivos “inteligentes” conectados, e utilizam análises preditivas para criar serviços mais lucrativos e alinhados ao consumidor.

Esses executivos (e executivas) trabalham em estreita colaboração com as equipes de engenharia e tecnologia no desenvolvimento de algoritmos e na aplicação de inteligência artificial, aprendizado de máquina, modelagem e análise preditiva avançada. Eles costumam se reportar ao diretor de tecnologia (CTO) ou ao chefe de produto ou marketing.

As pessoas líderes de ciência de dados mais bem-sucedidas são capazes de agregar valor em termos de habilidades técnicas, além da capacidade de liderar equipes e ajudar a definir estratégias de produtos. Elas querem trabalhar nos projetos mais avançados e serão atraídas para oportunidades nas quais suas pesquisas residem diretamente no produto.

Analytics Professional, ou especialista em dados

As organizações concentram-se há anos na análise de dados para ajudar a gerar resultados de negócios.

Desde o surgimento da “inteligência de negócios”, há uma década, a análise evoluiu rapidamente entre os setores. Sem conteúdo para alavancar dados históricos para gerar insights para os negócios, as empresas de ponta adotaram o aprendizado de máquina e tecnologias sofisticadas de dados, que servem como espinha dorsal da verdadeira análise preditiva.

Com essa evolução, muitos que começaram suas carreiras em análise de marketing, operações e pesquisa em cadeia de suprimentos e análise financeira evoluíram para verdadeiros executivos de análise corporativa.

Líderes fortes em análise integram dados em tempo real de várias fontes para levantar as perguntas certas e, em seguida, encontrar as respostas nas taxas de resposta medidas em milissegundos.

Com essa sofisticação, surgiu a ascensão dos diretores de análise e vice-presidentes de análise, muitos se reportando a CEO e muitas vezes chamados a se envolver diretamente com o conselho.

Líderes especialistas em análise de dados tendem a ter repertórios mais amplos, de diferentes áreas e são menos técnicos.

Data Manager, ou gestor(a) de dados

À medida que as ferramentas e os recursos tecnológicos que suportam aquisição avançada de dados avançam, é essencial ter líderes em tecnologia focadas em manter o ambiente em que esses recursos se manterão, arquitetando o data warehouse, estabelecendo padrões técnicos e ferramentas de implementação.

A liderança de gerenciamento de dados é responsável por esse “encanamento” essencial da sua infraestrutura de dados. Frequentemente, essa pessoa se reportará ao diretor de informações e ao diretor de dados, ajudando a preencher a lacuna entre a agenda de dados e a agenda de tecnologia.

Quando as empresas têm uma pessoa executiva forte nessa função, elas ficam tentadas a dar-lhes responsabilidade por sua agenda geral de dados. Isto é um erro. Sem um assento no comitê executivo, é improvável que a liderança de dados tenha mandato, influência ou aval à empresa para avançar em uma agenda de dados real.

Resumo das lideranças em dados

Conclusão

Ao se aventurar fora de sua organização para avaliar a liderança de dados, especialmente pela primeira vez, você precisa passar por uma etapa inicial crítica para definir o conhecimento de que sua empresa precisa e entender as oportunidades estratégicas e os recursos atuais dos negócios.

Abordar as pesquisas nesse espaço de maneira flexível, com uma mente aberta para descobrir líderes capazes de desbloquear valor latente em sua empresa, tende a produzir os melhores resultados.

Além disso, lembre-se de que a principal vantagem de trabalhar com essa área consiste no seu grande potencial de mudança constante, tendendo a ver a liderança de maneira diferente de outras áreas. E isso pode ser muito valioso. Uma pessoa líder de dados competente vai contribuir muito para sua organização, por vários anos.

Veja a jornada em direção à otimização de dados como um processo contínuo e iterativo, durante o qual você aprenderá e progredirá assumindo riscos medidos e gerenciáveis. Os melhores líderes orientados a dados já vêem o mundo dessa maneira, ajudando o negócio a crescer de maneira bem mais ágil.

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