Mais um hackathon pra conta

Beatriz Yumi Simoes de Castro
Somos Tera
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5 min readMar 31, 2020

Durante todo este final de semana rolou o #CodeVSCOVID19, um Hackathon apoiado pelo governo federal suíço. Eu decidi participar, assim como devo participar na maior parte dos hackathons envolvendo o coronavírus enquanto estiver disponível. Acredito que devemos tentar criar soluções e nada melhor que um ambiente com um time multidisciplinar e competente pra fazer isso. Você ainda sai ganhando, aprendendo muito — a cada participação.

A página inicial do aplicativo desenvolvido pela minha equipe este final de semana

Eu decidi entrar em uma equipe que queria fazer análises através de um modelo baseado em agente. Neste tipo de modelo, consideramos entradas de agentes autônomos que impactam um sistema. Os resultados que queríamos obter era uma curva de projeção de propagação da doença, levando em conta os critérios que o time escolhesse, bem como entender qual o período ideal de uma quarentena, a fim de evitar uma segunda onda de COVID-19. Depois de terminadas as análises, a ideia era transformar os resultados em algo amigável e bonito para que pessoas pudessem entender a necessidade da quarentena através de um site e um aplicativo para IOS e Android.

Um dos gráficos disponível no app, que mostra as relações da modelagem baseada em agentes

Eu fiquei muito interessada porque eu queria muito aprender a fazer esse tipo de modelagem em Python e a oportunidade de ter referências de cientistas de dados com experiência nisso para me ajudar seria incrível. Estava tudo certo para mim, estava crente de que seria parte do time de ciência de dados. Só que, como em todo hackathon, a gente tem que aprender que as coisas não saem como gostaríamos e temos que nos adaptar.

Outra visão do aplicativo, onde a curva de projeção do vírus é apresentada

A equipe ABM COVID19 (nosso nome) tinha inicialmente mais de 20 pessoas. Era uma empreitada grande, precisávamos de um time pra fazer a modelagem, definir premissas e fazer o data visualization dentro dos notebooks; um time para fazer preprocessamento das bases que seriam utilizados; um time para fazer a parte web; um time para fazer a parte mobile; um time de design; um time para fazer o vídeo do pitch, que deveria ser de no máximo 2 min. Sem um gerente de projetos, nada seria conquistado, e como nenhum dos outros participantes tinha experiência com projetos, hackathons ou gestão de projetos, eu acabei como gerente de projetos dessa empreitada. Além de gerente de projeto eu também fiquei responsável por fazer o pitch, porque as outras pessoas não teriam tempo e o foco seria melhor utilizado no nosso produto em si.

Menu do nosso app

Nossa rotina foi composta por muitas reuniões ao longo do dia para verificar o quanto de avanço foi alcançado, se alguém estava com dificuldades, se precisávamos de mais membros e muito, muito trabalho.

Utilizamos uma plataforma que é similar ao Google Sheets, que descobri no último hackathon que participei, o Airtable. Com ela foi possível garantir que houvesse ordem e a cadência necessária para conseguirmos apresentar uma versão inicial do que queríamos.

Os pontos mais positivos dessa experiência foi ter conseguido terminar o projeto, mesmo que em versão inicial, com todos os elementos que nós propusemos. Outro ponto foi todo o trabalho colaborativo, conseguir que (no final ficamos em 10 pessoas apenas) todos os membros colaborassem, em todas as frentes. As nossas reuniões eram conjuntas, não dividindo cada um dos times, e todos davam inputs, insights e feedbacks para os outros. Eu particularmente gostei muito de conseguir coordenar tantas pessoas, recrutar mais pessoas, colocar todo mundo na mesma página e animado, porque as horas foram extremamente longas. Outro ponto positivo foi que existiram muitas sessões de conversa com outros participantes de outros grupos, pra falar sobre outros projetos, e conheci projetos maravilhosos também. Um exemplo, meu favorito, é esse jogo aqui, que cada vez que você joga você ensina uma IA a criar uma vacina pro COVID-19.

Parte da equipe ABM COVID-19

Uma das dificuldades que nós enfrentamos foi o tempo. Tanto quando falamos de tempo para execução, que era curtíssimo, como é o normal de um hackathon, quanto de fuso horários. Nossos membros eram do mundo todo, Brasil, Alemanha, Suíça, Sri Lanka, entre outros. Por isso, todo mundo quase não estava dormindo, eu dormi cerca de uma hora cada dia entre algumas das reuniões por exaustão mesmo. Agora, acredito que a maior dificuldade que enfrentamos foi a perda de membros de forma inesperada, especialmente membros que estavam com códigos em andamento e que não haviam compartilhado a sua versão com os demais. Isso nos atrasou muito, porque nós tivemos que ir atrás de outros membros que pudessem nos ajudar em tempo para entregar o projeto. Só que depois que o hackathon começa, muitas vezes todos já estão em um projeto e não tem o tempo pra se dispor a ajudar outro time. Ainda bem que não foi o nosso caso.

O resto da equipe ABM COVID-19

Resumindo, foi uma experiência incrível, extremamente cansativa, exigiu muito de mim como gestora (e editora de vídeo), mas que trouxe muito aprendizado. Vou deixar aqui o vídeo do nosso pitch, que está em inglês, bem como o link pra todos os nossos repositórios, caso você tenha ficado interessado no código por trás de tudo que fizemos.

Quer conhecer mais? Que tal visitar o nosso site? tem uma parte interativa SUPER bacana na aba Analytics, onde você pode simular como quiser e o gráfico de redes se atualiza sozinho.

Aqui seguem os repositórios:
Modelagem
Web
Mobile
Backend

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Beatriz Yumi Simoes de Castro
Somos Tera

ela/dela | data analysis | entusiasta de data science e machine learning