O que o UX mudou na minha vida

Larissa Yuri Yamassaki
Somos Tera
Published in
5 min readOct 5, 2019
Foto de toda a turma e mentores após as apresentações finais de cada grupo no Google Campus em SP

Há algum tempo eu vinha me sentindo estagnada, sem muita motivação perante o meu trabalho. Sempre gostei da parte de criação (ainda gosto), mas algo em mim se perguntava: “é isso? Alguém me dá a tarefa e eu executo? Sou um mero robô? Alguém pesquisou para ver se essa é a melhor abordagem?”.

Me incomodava o fato de eu não saber todo o caminho que aquela demanda percorreu até chegar em mim. Isso refletia em apenas executar e não ter espaço para questionar o que me era pedido. Por isso, deixo aqui para você, que pode estar passando por algo parecido, meu relato sincero sobre como tem sido essa minha caminhada para o UX em busca de um sentido mais inspirador para minha carreira e vida.

Depois da faculdade (sou formada em Design pelo Mackenzie), comecei a ouvir sobre uma nova área (para mim): UX (User Experience).

Percebi que, mesmo que minimamente, eu havia tido contato com a mesma em uma disciplina em que fazíamos o redesign de placas, com base no que ouvíamos dos frequentadores do local e em nossos aprendizados adquiridos no curso. Lembro-me de ter gostado dessa interação com o público e entender com quem realmente "usa" o produto, o que eles precisavam. Fizemos na época as placas de sinalização do SESC Consolação. Foi uma boa experiência e me deixou propensa a gostar dessa parte investigativa do design.

Ao pesquisar sobre UX, descobri o UI também. Comprei dois cursos (um de UX e outro de UI) na Udemy quando vi ambos em promoção.

Pensei "melhor pegar um baratinho com boa recomendação do que já ir em um caro de uma vez. Vai que eu não gosto, né?". Não gostei do curso de UX de lá e acabei até não fazendo o de UI, embora fossem de instrutores diferentes.

Por que eu não gostei? Gosto de ser avaliada e ter aprendizado constante. No curso que fiz (até mais da metade) não havia avaliação do instrutor (só se você pedisse), só de alunos, assim como você, validando seu exercício. Isso, para mim, não vale muito já que os outros alunos estão aprendendo ainda e não têm muito embasamento para falar se o que você fez está certo ou não. Além disso, achei as aulas monótonas e não me instigavam a "ir mais atrás" dos assuntos.

Depois de um tempo insistindo nesse curso percebi que, além dos fatores ditos acima, eu também não me sentia absorvendo os conteúdos tão bem quanto em cursos presenciais. Sendo assim, procurei um na área que eu julgasse bom, tivesse boas recomendações e com boas experiências por parte de ex-alunos.

Nessa busca, encontrei: Tera, Mergo, Digital House e algumas outras instituições. Decidi por cursar na Tera, o Bootcamp de User Experience Part-Time (8 a 10 semanas). Isso porque queria uma duração de curso razoável para que eu pudesse absorver melhor a experiência, aprendizados e tempo para projetos/pesquisa pós-aula.

Após terminar o curso, posso dizer que imagino o ritmo insano que deve ser cursar a versão full-time. São tantas coisas a se fazer e pesquisar que creio que deve ser bem complicado assimilar tudo em tão pouco tempo (1 semana).

Entrei, e não me arrependo. Publicarei um artigo aqui separadamente sobre o projeto que fizemos porque ele merece ser contado com calma.

Desde que fiz o curso, percebi que, mesmo tendo uma tendência natural a ser empática, seja com as pessoas a minha volta ou desviando meu caminho para não pisar em uma lagarta que passava à minha frente, não sabia o que, de fato, era me colocar no lugar do outro e perguntar a ele se aquele era mesmo seu lugar.

Digo isso porque muitas vezes julgamos achar o que o outro pensa ou que gostaria que fizéssemos por ele, sendo que, na maioria das vezes, é só suposição nossa que nada tem a ver com a realidade do outro.

Quantas vezes você já escreveu ou desenhou algo que para si próprio parecia óbvio mas que, ao questionar alguém, para a pessoa parecia algo totalmente diferente?

Nossa realidade e experiências durante a vida nos fazem únicos de verdade, e isso afeta diretamente nossa percepção de mundo. Por isso, uma das maiores lições foi tentar entender o raciocínio do próximo sem um pré-julgamento. É difícil, sim, mas tento exercitar todos os dias.

Na Tera, tive contato com colegas de sala muito esforçados e dispostos a se ajudar. Assim como nosso facilitador (obrigada por tudo, Edu) e os experts que tão gentilmente respondiam a tudo, davam aulas super explicativas com adição de suas experiências do que funciona ou não e sempre solícitos quanto a qualquer coisa que precisássemos.

Crachá do Evento sobre VUI

Como desafio do Bootcamp, foi dado um projeto em parceria com ONGs para que desenvolvêssemos um projeto de UX com base em um problema que a organização vivenciava.

Foi bem corrido para terminar, então não se preocupe caso sinta que não vai dar tempo. Vai sim. Você vai perceber que o que vai contar mais será o desenvolvimento e o fato de colocar o que está aprendendo em prática com algo real.

Além do curso, a Tera sempre avisava os alunos sobre eventos relacionados à área para que pudéssemos participar. Exemplo disso foi o evento de VUI (Voice User Interface), em que o mundo da interface conversacional nos foi apresentado, e seus avanços já em terras tupiniquins para personalizar cada vez mais o atendimentos aos clientes, não deixando o cansaço (mais do que compreensível) dos atendentes possa afetar o atendimento ao problema do cliente.

Após o término do curso, continuo a aplicar o que aprendi (como se colocar mais na pele do outro sem muitos julgamentos, por exemplo).

Pretendo continuar a seguir por esse caminho? Sim. Cada evento, palestra ou artigo que leio sobre o tema só me lembra que é esse o caminho que quero. Quero continuar a questionar, investigar e organizar todas as informações para que quem vier depois possa aprender ou mesmo modificar tudo com algo que venha a agregar no futuro.

Quero aprender com a sociedade e conhecer visões de vida que eu jamais teria a oportunidade de conhecer sem uma entrevista com um usuário. Quero seguir nessa transição para o UX e não pretendo parar tão cedo de me esforçar ao máximo para desbravar cada vez mais desse mundo do usuário.

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