Aprendizagem, programação e robótica

Vinnicius Rodrigo
Cordel
Published in
4 min readAug 10, 2020
(imagem: IT Brief)

Esta proposta de texto tem por objetivo apresentar os benefícios que o ensino de programação possivelmente traria nas escolas do país.

Levando em consideração os avanços tecnológicos que o mundo atravessa, as modificações nos relacionamentos proporcionadas pelo uso das inovações digitais, as modificações das linguagens como forma de comunicação que sempre estão em movimento e as necessidades socais do Brasil, é importante perceber, que atualmente na federação brasileira o currículo das escolas do ensino fundamental ao médio encontra-se limitado por encontrar-se fora de sintonia dos padrões técnicos e comportamentais que regem o mundo contemporâneo e que no que tangem à relação interpessoal, a comunicação e o raciocínio lógico.

Claro que, este fato dá-se pela realidade do sistema educacional do país em consequência da importação da educação prussiana por grande parte das nações do mundo, a má administração dos órgãos públicos desde o nível municipal ao federal e outras questões que pode ser abordada nesse outro artigo aqui.

Os reflexos dos problemas citados são apresentados nas instituições públicas de ensino que vemos hodiernamente que gera um ciclo vicioso de cidadãos sem a mínima capacidade e habilidades que o presente século necessita.

Ora, é válido observar que as escolas, que são o primeiro lugar a preparar a criança e o adolescente para tornar-se apto e proativo para a sociedade, realizem a instrução do cidadão e, tal assunto tem se tornado pauta de discussões nacionais e regionais por meio de congressos, meetups, conferências, feiras, debates públicos etc.

Outro problema ligado ao baixo desempenho dos estudantes às novas tendências globais é encontrado no déficit do mercado de trabalho interno, visto que, grande parte das profissões e empresas possuem um modelo automatizado e exigem do futuro profissional, habilidades técnicas como também comportamentais além do índice baixo no aprendizado refletido pelo Programa Internacional de Avaliação (PISA), em que ocupou o 58º lugar no ano de 2019.

Como uma possível solução do obstáculo narrado, alguns pesquisadores e educadores como o matemático estadunidense Seymour Papert e o professor brasileiro da Unicamp João Vilhete, defendem o estudo dos algoritmos computacionais dentro dos ambientes de aprendizagem como forma de “ensinar a pensar”, desse modo ressignificando-o e atribuindo mais valor para o educando tornando eficaz o conhecimento adquirido.

Se o ensino for semeado na infância as possibilidades no futuro são mais mensuráveis de acordo com Jean Piaget que diz que as experiências da infância são primordiais para o desenvolvimento do conhecimento humano apontado por sua teoria construtivista.

A adoção da disciplina de programação e robótica no ensino pode trazer vários benefícios entre os quais, pensamento computacional, criativo, sistemático, lógico, flexibilidade cognitiva, trabalho em equipe, criticidade além do auxílio e incentivo da aprendizagem de matemática, inglês e física, facilitando o acesso da ciência e da tecnologia, apontado como resultado de pesquisas do Massachussets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Baseado na identificação da análise dos benefícios da programação e robótica, fica perceptível que esses pontos estão inseridos nas competências do século XXI que esperam das pessoas capacidades cognitivas, intrapessoal, interpessoal e inter artificial, tanto que países como o Reino Unido adotaram o ensino obrigatório nas escolas públicas da Inglaterra que passou a vigorar em setembro de 2015, de acordo com o portal de notícias BBC, tomando como referência a relevância do tema.

No Brasil, como país em desenvolvimento, a carência por profissionais com conhecimento em tecnologias também são elevados e polos dessa área , como o Porto Digital em Recife, indústrias, empresas de grande e médio porte sentem pela ausência desses profissionais, tendo como consequência o impacto direto na economia, pois não há quem ocupe os cargos. Assim, a contemplação de programação no sistema educacional é um ponto de partida considerável, visto que exibirá o compromisso da nação com seu futuro.

Programação nada mais é que o homem comunicar-se com a máquina utilizando uma linguagem que ambos entenderão. Dessa forma, proponho-lhes através dessa lei o maior contato dos estudantes com as máquinas, porém é válido ressaltar que a aprendizagem do conteúdo aqui exposto não se dá apenas por aparelhos eletrônicos, mas pauta-se também em aspectos do cotidiano vividos pelos próprios educandos, segundo o matemático e educador Seymour Papert que defende o ensino da programação e robótica educacional.

Além de instruir acerca da programação e robótica nas Instituições de Ensino, permitirá autonomia para os próprios educandos construir possíveis tecnologias para seu próprio conhecimento que é fruto da prática e resultados reais, ou seja, de forma a possibilitar que o sujeito tome para si sua própria formação, seus objetivos e fins seguindo a linha de pensamento do educador e sociólogo Paulo Freire que afirma que

“ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

Com esse cenário criado, a garantia de inclusão e letramento digital para os estudantes brasileiros com subsídios para solucionar problemas além da contribuição na social torna-se favorável. É precípuo também entender que esse ensino expande-se a ser multidisciplinar trabalhando aspectos de reflexão, depuração, produção e execução. Sendo assim, os educandos estarão preparados segundo a demanda do presente século juntamente como protagonistas da criação de diálogo em seu aprendizado.

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