Educação com Design Thinking
Atualmente o Brasil passa por um momento bastante complicado ao que se trata educação (1) no presente ano o mundo passa por uma pandemia com alto poder contaminação (2) em consequência do vírus as atividades escolares foram suspensas (3) ao que se trata das instituições públicas de ensino a infraestrutura e metodologias em grande parte são precárias. Sendo assim grande parte dos estudantes encontram-se sem aulas e posteriormente, os números não mentem, a probabilidade de um déficit do aprender é altíssimo e escalar. Tal cenário exibe a necessidade de mudança nos ambientes de aprendizagem de forma rápida e tem provocado várias discussões. Isso é ótimo para os rumos da educação no país.
Antes de iniciar a discussão sobre a metologia de design que ficou bastante conhecida por sua efetividade em alguns processos em ambientes corporativos, é fundamental analisar a história ao que se trata da educação e seu cenário no mundo atual. O modelo que conhecemos nos dias atuais de escola surgiu na Prússia, atual região de boa parte da Europa, no século XVIII em um período conhecido como Despotismo Esclarecido, sinônimo de total absolutismo. A finalidade do estabelecimento dessa forma de ensino com bastante disciplina, regras e a submissão a um regime autoritário, semelhante ao sistema espartano, cujo fim era o poderio militar somado ao domínio e controle das pessoas. — é importante observar ainda no contexto educacional que o líder da reforma protestante Martinho Lutero, defendeu e foi o responsável pela educação pública, todavia não com a perspectiva prussiana, ele defendia que a educação deveria ser para todos e não apenas ao clero, entretanto nossa discussão é o modelo atual de ensino e sua origem.
O modelo de escola prussiana encontrou lugar confortável e perfeito nas revoluções industriais com o processo de produção em linhas de montagens. A escola ofereceu isso e durante o período foi a principal preparadora de operários para suprir as necessidades das indústrias, logo é possível perceber que (1) não existia nem uma preocupação com o indivíduo, (2) a formação que recebiam era com o fim de atingir metas e (3) submissão sempre muito importante. É perceptível semelhanças nos dias de hoje, não?
Décadas passaram, mudanças ocorreram na sociedade em vários níveis e setores, mas a escola permaneceu com muitas semelhanças: uniformes padronizados, submissão, filas, provas e por aí vai — é claro que há algumas escolas onde sua forma de ensinar tem mudado, mas infelizmente é uma realidade mais comum em escolas de iniciativa privada. — . Algumas instituições insistem em manter os currículos e dinâmicas semelhantes a do século passado, enquanto os problemas hodiernos se modificaram. Ora soluções antigas não resolvem obstáculos novos. A escola precisa ser um ambiente que estimule a criatividade, o pensamento sistêmico e lógico, a colaboração, a criticidade e também as capacidades emocionais. À medida que a preocupação dos governantes não estiver na educação a dominância por parte de déspotas e regimes autoritários que privam a liberdade das pessoas há de permanecer.
“A sorte do governantes é que os homens não pensam” -Adolf Hitler
Afirmação do ditador Adolf Hitler deixa claro o que ele sabia e sua forma de ditadura foi assegurada por tal verdade.
Perfeito, depois da análise das origens na qual o atual modelo que é conhecido por educação pública contemporânea foi importado, de que maneiras ou ferramentas poderiam ser utilizadas para que nos ambientes de aprendizado seja estimulado o prazer em aprender?
O design thinking, como citado anteriormente, é uma abordagem e metodologia utilizada para resolver problemas centrada no ser humano e possui pilares como: empatia, definição, idealização, prototipação e teste. Dessa forma, no contexto educacional a centralidade do aprendizado está no estudante, utiliza a criatividade para a resolução de problemas e mãos na massa ou learn by doing. Para narrar a eficácia do pensamento de design numa escola, a Design Tech High School pode ajudar a ilustrar o cenário.
A Tech School é um colégio de ensino secundário situado no Vale do Silício, Califórnia, local na qual se localiza grandes empresas no ramo da tecnologia. O escopo dela está todo voltado no design thinking e os educandos são desafiados a sair da zona de conforto, debater, trabalhar em equipe além de executar o aprendido.
A preocupação não está em entregar atividades, sentir-se na obrigação de absorver tudo falado pelo professor e no final do bimestre realizar provas com conteúdos que parecem desconexos da realidade, antes são instigados emocionalmente a empatizar, se relacionar por estar em um ambiente com outras pessoas mediados pelos educadores. Todos têm o potencial de resolver problemas. Isto lhes dá confiança.
Os resultados foram os melhores possíveis: alunos engajados, preparados para o mercado e para a vida com capacidade de resolver problemas reais além da boa desenvoltura nos processos avaliativos da escola e externo.
“estudar não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e de recriá-las” -Paulo Freire.
O nosso cérebro é a região responsável em comandar todo o resto do corpo e o faz com uma capacidade incrível! Ele gosta de resolver problemas. Os seres humanos gostam de resolver problemas, é sua natureza. Alguns em escalas micro já outros numa escala macro. O ensino tradicional vem e cria barreiras durante 15 anos (ensino primário, fundamental I e II e ensino médio) da vida do cidadão — sem levar em consideração o ensino superior.
Enquanto o ensino tradicional está focado no resultado, o pensamento de design no processo. Sendo um dos motivos que levam os educandos das escolas brasileiras a encarar as aulas como chatas.
“Quando entra na escola, a criança é um ponto de interrogação; quando sai, é um ponto final.” -Neil Postman
Uma pesquisa do movimento Todos pela Educação mostrou que 4 a cada 10 jovens desistem do ensino médio e entre os motivos é o “estudar para quê?” e relevam que este é o pensamento dos alunos no sistema de ensino do Brasil.
É com felicidade, ainda que com resistências, que o ensino tradicional, no qual ninguém quer a escola, na qual ela é chata tem perdido forças. Portanto, transformar as escolas em um ambiente que os estudantes se preocupam com outros no processo, estão equipados emocionalmente e preparados para solucionar problemas além de transformar o mundo com o pouco que há é fundamental para o futuro do país. Este é o ensino criativo baseado no pensamento de design que pode ser aplicável.
É possível pôr mãos na massa sem precisar de muito com produtos recicláveis, aparelhos eletrônicos, lego, robótica e uma infinidade de coisas. A chave é ressuscitar o lado criativo presente na espécie homo sapiens.
Sinta-se convidado(a) a pesquisar, ler e aplicar junto ao design thinking uma educação do futuro que começa hoje.
