Entre Dores e Delícias

Um retorno ao meu eu

Não sei se existe como dosar. E também não tenho certeza se quero saber. Talvez seja isso: tenho que aprender a lidar com as dores e as delícias de ser uma pessoa que sente muito. Tudo é muito intenso, sempre. E na maioria das vezes eu não tenho controle. Eu sinto. Eu acredito e me jogo. Seja em qualquer circunstância (embora se aplique também ao amor, não é um texto romântico) se a coisa me pega, eu vou com tudo. Me deixo levar pela intuição e apesar de na maioria das vezes ela estar certa, ela também erra. E tudo bem. Eu prefiro descobrir o erro com a tentativa do que só ficar imaginando o tal do "e se…?". Eu já imagino demais.

É quase que como aquele meme do "O começo de um sonho// Deu tudo certo". Quase tudo é um potencial começo de um sonho e quando dá certo é uma baita de uma realização, mas quando dá errado é uma frustração do caramba. É intenso demais. Sentimento demais. E aos poucos a gente aprende a se fortalecer pra lidar com as frustrações (que sabemos que vão aparecer) mas sem deixar de acreditar e ir com tudo nas próxima vezes. E não é burrice, não. Burrice, pra mim, é não viver na intensidade total. E eu já fui esse burro.

Nos últimos anos me reprimi. Deixei de viver minhas emoções por completo. Aconteceu. Eu só percebi recentemente. Eu parei de ser o "cara que sente e se joga".

Se você me conheceu nos últimos 3, 4 anos você conheceu um Vinícius diferente. Que tinha resquícios desse cara intenso, mas que tava mudado. Hoje percebo que perdi muito por isso. Perdi muitas oportunidades na vida e me arrependo. Me contive em tantas situações que acabei me tornando uma pessoa realmente mais contida. Não me entreguei, não me manifestei, não agi. Eu sumi dentro de mim. E ainda bem quem foi por aqui, porque sei onde quero chegar, só preciso encontrar o caminho.

Eu já vinha notando essas mudanças em mim (principalmente de 2019 pra cá), mas a quarentena me proporcionou uma certa reflexão sobre alguns fatos e momentos da minha vida que deixou mais óbvia toda situação e necessidade de ação.

Eu sinceramente não sei como terminar esse texto e nem o motivo de ter escrito isso. Foi como um desabafo, uma promessa, um compromisso. Não sei. Só sei que eu precisava escrever sobre. Enfim, é isso. Me ajudou a entender.