Essen 2023: Antes tarde do que mais tarde (Parte II)
E aqui continuamos a jornada da viagem 2023 para Essen. Se você não leu a parte 1, pode acompanhar ela aqui.
Dia 2: Sexta-Feira
O pesado das compras havia sido no dia anterior então a ideia era focar mais no passeio descompromissado. O meu primeiro jogo do dia, foi uma sugestão do RMaia8, Footprints, dos mesmos caras do Santa Maria e do famosíssimo Revive que o VictorHF me sugeriu jogar algumas vezes e nunca joguei. A seguir, o breve review:
Footprints: Uma pesada na minha paciência
Basicamente o jogo é mover seu meeple da direita pra esquerda no mapa (modular) através de um deck de cartas que vai especificar que tipo de terreno você pode andar. Além disso é possível "melhorar" seu nível de locomoção nos diferentes tipos de terreno. Nessa viagem você cria algumas barracas que ajudam na pontuação e faz uma corrida com seu meeple para pegar as "pontuações de fim de jogo". Cada tribo tem um poder assimétrico bem poderoso.
Eurinho gateway genérico, mas simpático. Nada em especial, um pouco feinho demais e pouca interação para o meu gosto… mas, como sendo um jogo de 30 minutos, até pelo fato de poder fazer uns upgrades, pode ser considerado um "gatewayzinho com mais sustância". Dito isso, minha partida levou DUAS SOFRIDAS HORAS. MEU CANÁRIO, QUANTO SOFRIMENTO.
Deixa eu contar a história. Chegando no estande, que até estava razoavelmente concorrido, fiquei na fila de espera para a próxima mesa como único jogador até então. Pouco tempo depois dois Alemães cabeludos dos seus 30 e poucos anos (imagine o estereótipo nerd roqueiro/metaleiro [ops, parece que estou me descrevendo {risos}]) chegaram SUPER ANIMADOS, já tentando caçar um quarto jogador para fechar mesa. Eles meio que "tomaram a liderança", e até aí tudo bem, mas quando a explicação do jogo começou o micro-inferno começou junto. Quem estava explicando era o próprio Åsmund Svensson um dos designers, que inclusive já tinha deixado a mesa pronta para agilizar as coisas. E não é que os caras começaram a encucar dizendo que queriam refazer o setup dos tiles que já estavam prontos na mesa e jogar no modo avançado? O designer explicou que estava nesse formato, não só porque é melhor para uma primeira partida, mas porque todas as mesas estando com o mesmo setup fica mais fácil alinhar com os monitores a resolução de dúvidas. Ainda assim eles insistiram e começaram a refazer o setup avançado dizendo que já tinham lido o manual e era tranquilo, o designer sem graça acabou deixando seguir.
Após a explicação, foi uma loooooonga partida com um mar de AP misturado com o clássico "Ah, já sou eu? +10 minutos pensando.". Dor, pânico e sofrimento. Meus amigos brasileiros até acharam graça me mandando mensagem, pois tínhamos combinado de ir testar o White Castle, mas falei que ia jogar "rapidinho" o Footprints. Demorou tanto que deu tempo que somado eles jogaram o White Castle e o próprio Footprints.
Dito isso, vejo o valor no jogo pra quem curte o estilo e esta buscando aquele gatewayzinho pra jogar com os civis, mas não é minha praia. Nota 6: Não vou querer jogar sempre, mas se jogar (num grupo decente), vou me divertir.
Saindo do inferno astral, comecei a passear mais pelos estandes e me deparei com a realidade triste que já venho observando a algum tempo:
Nas fotos, como as mesas são GIGANTES, até parece pequeno, mas minha gente, esse Nucleum ao vivo é enorme. Até na mesa gigantesca com LED ultra premium, os tabuleiros dos jogadores tem que ficar do "lado" já que não daria para os 4 players colocar em baixo/cima do board principal. Sério, isso me deixa muito incomodado, vou dar um benefício da dúvida para o Nucleum que eu não joguei, mas a mesma coisa aconteceu no Cuzco (O Bora-Bora remake que eu espero fazer um review) e o espaço desperdiçado é absurdo, tanto é que tem "pedaços do board" que eu prefiro nem usar.
No caso específico do Cuzco, é revoltante saber que dava pra encaixar tudo no mesmo board e fazer os player boards bem mais compactos. É tão ruim, que quase da vontade de comprar o Bora Bora original, mas infelizmente (ou não), como jogo e tema, esse remake me soa melhor. O mesmo problema do espaço na mesa ocorreu no Civolution cujo o review e fiz no último post. O que vocês tem achado disso? Tamanho é documento? Responda essa controversa pergunta nos comentários.
Depois disso, mais passeio. Tive a audácia de tentar ver se comprava uma cópia do nosso tupiniquim World of Wonders. Claro que não deu. Sucesso absoluto de vendas. Um salve para o JoseRMendes que massageou o nosso ego Brazuca mundo a fora. Acabei jogando apenas uma partida no Brasil, mas já me encantou com a produção top e a diversão no talo. Jogaço mesmo, Nota 9 (Talvez até esse sim deveria ser o jogo do ano).
No mesmo dia, tivemos a primeira Live des Djows™ de Essen. Agradecimentos a todos que participaram (incluso aqui o THIAGO que literalmente participou como co-host já que o Djow_ se atrasou.).
Me desculpem, aqui não vai ter transcrição então só ouvindo o episódio aqui, botem ai no fundo e vão lavar louça. Mas em resumo foi:
- 1 hora e meia de filmagem de calçados para o deleite do JairoTX
- Comentários questionáveis que nos desmonetizariam se fossemos monetizados.
- Curiosidades da feira.
No fim do dia, fui jogar joguinhos da Oink, que sempre são um espetáculo visual, mas carecem de sustância pra ficar na coleção.
E antes do dia fechar, por um acaso do destino, conheci o fantástico Sky Team, outro jogaço. Quis comprar na lata, mas já tinha esgotado o estoque do dia. Spoiler: gostei, comprei e vendi para a Samaragiustina no Brasil a preço de custo. A palavra da aviação deve seguir adiante.
Conclusão do Dia 2
Caminhadas e a primeira Live des Djows™, nenhuma compra pesada e uma experiência pífia num gateway que levou duas horas. Na próxima e última parte, teremos nossa entrevista no Dice Tower, amizades nas filas, jogatina nos Hotéis e vergonheira com o Richard Breese.
- Nossa newsletter (Que não funciona xD)
- Blog independente no Medium
- Blog no BoardGameGeek
- Canal da Ludopedia
