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4 min readNov 10, 2017

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O atleta flexível tem muito mais a ganhar

Inclusive quando se trata da diminuição das dores musculares, sensação de relaxamento depois do treino e prevenção de lesões

Alongamento é um tema controverso, principalmente entre os esportistas amadores ou que praticam esporte mais como uma opção de lazer. Alguns não têm paciência, acham que é perda de tempo ou desconforto e acabam
deixando os alongamentos de lado.

Pois saiba que essa atitude não é correta, pelo contrário, o alongamento é essencial tanto antes quanto depois de cada treino. Ele, inclusive, pode auxiliar no alívio da tensão muscular do dia-a-dia o que, a longo prazo, é
uma das responsáveis pelo encurtamento muscular e dores.

Segundo o Professor Doutor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Abdallah Achour Junior, desenvolver a flexibilidade na idade adulta não é
tão fácil quanto em crianças, por exemplo. Entretanto, o especialista em alongamento e flexibilidade garante que “uma pessoa mais flexível tem mais
facilidade em se posicionar no trabalho e atividades diárias, com isso amenizando a tensão muscular”.

Quando se trata de atletas profissionais então a importância é ainda maior. Além de auxiliar nos movimentos dentro da modalidade, a flexibilidade
ainda atua no relaxamento dos músculos, recuperação pós-treino e prevenção de lesões. Achour Junior cita que, nesses casos, os exercícios precisam ser prescritos levando-se em consideração a individualidade
do atleta.

Isso significa que a modalidade desempenhada, função do atleta, níveis de flexibilidade que apresenta em cada articulação e articulações mais exigidas são levados em consideração quando se prescreve uma série de alongamentos. Achour Junior, autor de livros e artigos sobre o tema, ainda
destaca que “dependendo de como se realiza o alongamento não necessariamente se desenvolve a flexibilidade”, por isso a necessidade de técnica.

A resistência em adquirir flexibilidade, segundo os estudiosos, reside no fato de que cada pessoa possui uma relação muito pessoal com essa capacidade
física. Ou seja, uns são naturalmente mais flexíveis que outros, inclusive mulheres tendo mais facilidade em alongar músculos e articulações do
que os homens.

Porém isso não é uma regra e não é por isso que os homens devem desanimar. O especialista destaca que qualquer pessoa pode desenvolver
flexibilidade, a diferença é que umas terão mais facilidade que outras. “Em geral, um músculo hipertrofiado pode desenvolver a flexibilidade, porém
terá maior dificuldade. Seria interessante desenvolver a flexibilidade
em conjunto com o aumento da massa muscular”, sugere o Professor.

A atleta e educadora física Cleuza Maria Irineu é exemplo de que esporte e flexibilidade andam lado a lado. A corredora de maratonas e treinadora de corrida incorpora os alongamentos tanto no aquecimento quanto depois do treino e ainda faz uma sessão voltada somente para esse grupo de exercícios.

Cleuza conta que ter boa flexibilidade facilita os movimentos inerentes a qualquer modalidade esportiva e, além disso, “os movimentos da vida
diária tendem a ser mais desenvoltos. Com isso há uma economia de energia e, no pós-treino, um relaxamento da musculatura”.

Um dos momentos mais marcantes da vida da atleta foi quando ela sofreu uma lesão na panturrilha envolvendo o músculo sóleo. A complicação se deu depois de uma sequência de treinos muito pesados e ausência de alongamento, o que fez com que o músculo se rompesse e ela precisasse se afastar totalmente das pistas de corrida.

“Fiquei muito tempo para reconstruí-lo e durante esse tempo de recuperação nem alongar eu podia. Depois de totalmente recuperada voltei ao treino somente com sessões de alongamento para proporcionar a elasticidade necessária ao movimento da corrida. Somente depois de 15 sessões só de alongamento fui liberada pelo fisioterapeuta para voltar a correr”, lembra
Cleuza.

A experiência rendeu mais atenção e cuidado, inclusive com os alunos. A treinadora agora não permite que eles negligenciem os alongamentos e tenta
passar, para quem está começando, a importância de se investir em flexibilidade. A engenheira civil Silvia Guimarães, de 52 anos, é prova desse cuidado. Aluna da Cleuza, ela conta que a rotina envolve exercícios de flexibilidade regularmente. Ela treina corrida de rua três vezes na semana,
sendo que uma delas é voltada apenas para flexibilidade. “Ano passado fiquei um ano sem treinar em função de um problema no nervo ciático, e o Pilates, yoga e acupuntura resolveram meu caso sem uso de medicamentos”, relembra.

A facilidade dos movimentos cotidianos e maior disposição também são dois benefícios que Silvia associa a essa capacidade de se alongar. “Considero
extremamente importante a flexibilidade e o alongamento. Evita lesões e meu corpo funciona melhor”, afirma a aluna.

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