As Empresas Que Eu Já Quebrei — ICrach

No Brasil é muito comum ser perguntado sobre o como você solucionou determinado problema, e é impressionante realmente. Porém, acredito que as experiências adquiridas em projetos que não deram certo, também são válidas.

Em 2012 junto com um amigo tivemos a idéia de monitorar o status de relacionamento dos nossos amigos, em tempos que era muito questionado a política de privacidade do facebook, nossa intenção era simples e clara: VAMOS TOMAR UM BAN DO FACEBOOK!

Para mim que estava começando a programar, a idéia de ser banido por uma plataforma do tamanho do facebook era FODA. Começamos a organizar melhor a idéia que tinha acabado de nascer e sentimos a falta de uma feature que retivesse esse usuário de maneira mais contundente, pois dentro do workflow que havíamos criado o usuário só entraria em 1, ou 2 vezes no máximo dentro da aplicação.

Foi aí que a partir de um insight que tive de algum lugar que eu não me lembro, criamos a nossa killer feature. O usuário poderá votar contra o relacionamento de alguém anonimamente.

A idéia foi ao ar em fevereiro de 2013, sem muitos acessos e adesão do público. Na verdade a idéia foi muito mais cornetada do que adorada, na época tive a idéia de validar o projeto dentro de um grupo de startups no gmail e fomos bombardeados. Acabei largando um pouco a aplicação de lado e eis que 1, ou 2 meses depois recebo algumas mensagens no e-mail e uma ligação de uma menina do Jornal O Globo querendo fazer uma matéria falando sobre o iCrach.

Nada demais a menina na verdade nem sabia muito sobre o que era um aplicativo para facebook e acabei não dando a entrevista que foi ao ar como uma notícia. Pensei agora vai, mas a verdade é que essa matéria não me trouxe muitos acessos não. As pessoas que entraram não entendiam e saiam sem saber muito o que estava acontecendo, o que foi bom porque na época ao ver a taxa de rejeição absurda que o site havia tido resolvi pensar um pouco mais sobre layout e acabei chamando um amigo para ser meu sócio no iCrach.

Após o site novo no ar, pensei que iríamos explodir de tanto acesso, lembro que estava usando o free da amazon que por sua vez estava terminando, mas que seria fundamental (na minha cabeça) para suportar a quantidade de acessos que iríamos receber. E não é que eu estava certo?

Meses depois em meu exercício matinal vejo um aplicativo chamado Lulu, aplicativo esse que dava direito a mulheres votar anonimamente em homens. E foi junto com esse “BOOM” que o Lulu teve, que começou a viralização do iCrach. Não esqueço, era um post do Casal sem vergonha que seguia e sigo até hoje que publicou: “Casal Recomenda: O App Que Avisa Se Seu Namorado Não For Boa Coisa”.

Esse post nem foi o primeiro a ir ao ar, se não me engano o primeiro post dessa segunda onda de acessos foi no Acidez feminina.

Muitos acessos, porém, enxurrada de “deslikes” chegamos a home do g1 com o titulo da notícia da seguinte maneira: “Aprenda como remover seu perfil do iCrach e Lulu”. Nos comentários era pior ainda um monte de pessoas ameaçando a processar e pouca instrução para aprender a como me comportar naquele momento de comentários bizarros.

O aplicativo acabou saindo do ar, inevitável. Foram mais de 500 mil que pessoas que passaram pelo site, e um pico de 19mil usuários simultaneamente após uma entrevista que acabei dando ao g1.

Acredito que esse foi um dos projetos que mais me ensinaram e vou deixar um pouco dos ensinamentos e erros que o iCrach me trouxe.

  • Depois que a minha idéia está no ar o que eu faço?
  • Como se preparar para gerenciar uma crise ?
  • Como preparar sua aplicação para suportar uma quantidade absurda de acessos simultâneos?
  • Por mais que seja um protótipo, sua idéia tem que estar o mais “utilizavel” possível para seus usuários. Não corte features igual um louco sem fazer testes de fluxo de usuário.

Espero que esse post os tenha ajudado e até próxima

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Lucian Fialho
Startupando o blog de empreendedorismo da Metricas Boss

CTO at Metricas Boss, Entrepreneur in iCrach and Trombone, asshole some times…