Vesting Na Prática, Como Funciona?

Vire e mexe ao conversar com outros empreendedores me deparo com a falta de informação sobre como funciona o vesting. Na maioria das vezes as pessoas não fazem idéia do que se trata, pensando nisso resolvi escrever esse post para tentar sanar a dúvida de outras pessoas.

O que é vesting?

Tentando ser o mais prático possível vesting até porque não sou advogado, rs. Vesting é um modelo contratual para assegurar os sócios na hora da abertura da sua empresa. Usando essa modalidade contratual os sócios ganham muito em segurança em caso de um sócio sair da empresa, mas calma, se ainda não entendeu vamos a prática.

Imagine que…

…Você acaba de ter uma idéia, decide que quer ter uma loja online que aluga caixas para mudanças. Depois de analisar o mercado e ver um grande potencial no seu projeto você resolve tirar essa idéia do papel, como você não tem conhecimentos em desenvolvimento de software você acaba precisando chamar um amigo para ser seu sócio. Até aí tudo ok?

Em um cenário comum essa pessoa entraria como sócio e vocês dividiram entre si a empresa, ou nem isso fariam. Agora como o vesting entraria nesse cenário? Bem imaginem que você tenha oferecido 20% da sua empresa para esse sócio, seria injusto após 3 meses de projeto esse desenvolvedor sair e ficar com 20% do seu sonho, não concorda? Aí que entra o vesting!

Seu sócio ao entrar para sua empresa passa a ter direito a ter os 20%, mas como assim? Bem como disse acima o vesting é um modelo de contrato que assegura as partes envolvidas no projeto, correto? Pois então, o direito de ter os 20% será usado da seguinte forma:

Ao entrar nessa modalidade seu sócio invés de ter os 20%, ele entrará em um período probatório que pode ser divido de diversas formas, aqui nesse exemplo usaremos o tempo. Digamos que o vesting que você estipulou para seu sócio seja de 1 ano, 12 meses correto? Ou seja, durante o período de 12 meses seu sócio ganhará proporcionalmente os 20% que lhe são de direito.

Como podemos ver na imagem acima, seu sócio ao completar 100% do seu vesting ele chegará ao 20% que lhe é de direito, mas só isso ainda deixaria algumas brechas concorda? E se ele chegar em janeiro e sair março, ainda você estaria muito a merce do acaso, por isso existe um período dentro desses 12 meses que seu sócio estará em risco total. Ou seja, caso ele saia da empresa o mesmo não terá participação ou vinculo algum com a empresa. Chamamos esse período de Cliff, veja abaixo como funciona.

Bem agora ficou fácil né? Neste período de cliff o seu sócio ficará em risco total, caso ele queira sair, ou seja de comum acordo que ele saia devido a algum outro problema o mesmo não receberá nada.

O que acontece se meu sócio sair no meio do vesting?

Graças a Deus todas as vezes que isso aconteceu comigo, o sócio em questão estava no período de cliff saindo sem maiores problemas. Sem tentar complicar muito, se um sócio sair logo depois do cliff você pega o quanto ele atingiu do vesting (Vamos supor que ele tenha completado 50%) e divide pelo total de direito que ele teria. Ou seja 20% / 2, sendo assim você compraria as ações, ou ele ficaria (depende do contrato que você tiver) com 10% da empresa diminuindo os prejuízos gerados pela saída do mesmo.

Conclusão

Acredito que o vesting deixa as coisas mais justas para ambos os sócios, em algumas experiências que tive utilizei o vesting e inclusive me inclui no mesmo. No vesting em que me coloquei junto com meus sócios, além do tempo adicionamos metas que somavam ao tempo de vesting, nos dando ainda mais segurança quanto a saída de um sócio.

Quanto mais as coisas estivem as claras entre os sócios melhor, muitos empreendedores deixam para fazer a divisão da empresa em um segundo momento e acabam se complicando. Não deixe para depois o que vai te dar dor de cabeça!

Espero que este post os ajude a organizar melhor seus projetos, até a próxima :D

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Lucian Fialho
Startupando o blog de empreendedorismo da Metricas Boss

CTO at Metricas Boss, Entrepreneur in iCrach and Trombone, asshole some times…