Sthefany Duhz
Sthefany Duhz
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3 min readOct 17, 2022

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Photo by Anton Darius on Unsplash

A verdade é que eu não sei fazer nada grandioso e extraordinário. Tudo o que sei é comunicar sensibilidades.

O caminho da insuficiência e inadequação imposta, quando aceita e interiorizada é bem doloroso e devastador.

Você vai achar que nada do que faz se encaixa em uma criação ou em um trabalho socialmente aceito com reconhecimento de sucesso.

E vai entrar nesse martírio que é um looping do horror. Se tiver lunando a coisa só potencializa. Como é que sai disso?

Eu olho toda vez para o céu e clamo: vó Maria, como é que saio disso?

Photo by Anna Hecker on Unsplash

Abro o caderninho que a Lu me deu na única viagem que conseguimos fazer esse ano. São Paulo, Liberdade. Meu pequeno caderno de afirmações positivas. E as primeiras palavras são:

“Não importa o que eu fizer hoje, ou o que eu deixar de fazer, eu tenho o meu valor”.

Já não me recordo de quem é a fala mas me toca profundamente.

O valor que encontrei hoje foi arrumar a loucura que estava o escritório. Desde que a campanha, eu não consegui organizar e o que me deu prazer no dia foi encontrar o lugar para cada coisa. Tirar o pó dos livros, criar o meu pequeno altar na prateleira do armário, jogar tudo fora que não cabia mais aqui, abrir espaço para o novo.

Tudo isso pode não soar como trabalho ou extraordinário nos altos padrões sociais. O mais simples e cotidiano é o que me preencheu profundamente, me deu ânimo, esperança, energia para seguir uma nova semana que está por vir.

Photo by Nicole Baster on Unsplash

Comunicar sensibilidades é o meu servir. É de onde sai as minhas grandes inspirações e também as avassaladoras fragilidades. É o espaço-tempo que ocupo e dou voz aquilo que me atravessa e toca.

Não há com fugir disso (como eu tentei!). Diariamente sou atravessada e convocada a me encaixar em muitos padrões e caixinhas sociais, mas a verdade é que nada disso me pertence.

Não é apenas uma comunicação sensível, é TUDO. E a sensibilidade não está só na doçura e beleza mas na raiva e na angústia também. Nos sapos que a gente engole para continuar seguindo, no preconceito de todo o dia, na negligência e não escuta, na falta de atenção e cuidado.

TUDO é comunicação sensível.

Photo by Guilherme Stecanella on Unsplash

E toda vez que eu me deparar com a insuficiência e o (auto)julgamento, eu vou lembrar que o que faço, ou deixo de fazer, tem valor e comunicar sensibilidade é o meu servir mais valioso.

É tudo que sou, de onde vem a abundância da minha potência e eu não vou negar ou encaixotar isso.

Por mais expansão, potência e fé.

Com carinho,

Sthe.

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Gratidão!

Com carinho,

Sthefany .

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Sthefany Duhz
Sthefany Duhz

Comunicóloga social com olhar sensível nos movimentos da vida ❇ Jornalista, mentora & criadora ❇ https://keepo.io/sthefanyduhz/