Somos atravessados diariamente por injustiças e escolhemos se vamos observar, sentir e fazer alguma coisa com isso ou simplesmente passar para o próximo momento da vida.

Sthefany Duhz
Sthefany Duhz
Published in
3 min readJul 6, 2022

Eu escolho a presença e estar ao lado de quem se movimenta para a mudança.

Autoral | Encontro com Isaías Santana e Ana Paula Rocha em 6 de julho de 2022, Centro de Vitória/ES

Depois de dois anos eu fiz uma entrevista presencial ou eu poderia dizer que tive encontro com um papo extremamente enriquecedor, potente, e transformador.

Foram quase duas horas de escuta com o senhor Isaías e sua filha Ana Paula Rocha e eles me contaram histórias de vidas, de militância, do nosso estado, do Brasil e do mundo.

Foi uma riqueza de detalhes e de experiências que por diversos momentos eu me transportei para aquelas situações relatadas e me indignei, ou ri, ou emocionei (dei aquela disfarçada na emoção rs), ou me assustei.

Como quando a Ana comentou que logo pequena, jovem o seu pai a chamou para trabalhar no projeto que ele exercia dentro do Movimento de Direitos Humanos e eu percebi como nossos pais, nossos ancestrais são referências para quem somos hoje e as nossas escolhas de vida, de atuação, de engajamento.

Me tocou e eu recordei que nasci na umbanda e como estar presente junto aos meus pais desde pequena criou a relação que eu tenho hoje e escolha que eu faço de seguir, de acreditar e de praticar a minha espiritualidade.

Quanta riqueza cabe em uma vida dedicada à pessoas que não são ouvidas?

Quanta sabedoria é possível existir em pessoas que passam a vida inteira transformando a vida de outras pessoas?

É possível medir o legado de uma família dedicada aos movimentos sociais, aos menos favorecidos, à todos aqueles que não são vistos?

Para mim é uma honra ser escuta, ser atravessada e de alguma maneira poder contribuir para que mais pessoas conheçam essas histórias, que sejam inspiradas e, principalmente, transformadas.

São esses encontros que me tocam profundamente e fazem perceber o que eu vim fazer aqui, sabe. Onde eu estou localizada nesse mundo insano chamado planeta Terra.

Somos atravessados diariamente por uma complexidade de situações sejam positivas e evolutivas como também negativas e tóxicas. A gente escolhe se vamos observar, sentir e fazer alguma coisa com isso ou simplesmente passar para o próximo momento da vida.

Eu escolho o caminho da presença, e eu vou falar que é o caminho mais difícil. Não tem como minimizar ou disfarçar isso. Vai ser um puta desafio, vão ter riscos, vão ter dores mas também vai ter transformação. Vai ter também alegria, expansão, vai ter diversidade, vai aprendizado e crescimento e principalmente, VIDA.

Estar ao lado desses movimentos me faz perceber a riqueza da vida. Eu não conseguiria escolher não ver, não sentir, fazer vista grossa e passar por cima de questões e discussões tão importantes para a nossa sociedade.

Aliás, me atravessam não só no campo das ideias e do sentir mas no corpo. Mulher, negra, lgbt… Quando a gente vira a chavinha, não tem mais como fechar a porta, sabe? A gente só quer abrir mais portas e levar quem a gente conseguir junto.

A saída vai ser sempre pelo coletivo, pela união, pelo contato, escuta, respeito, presença. É tamo junto mesmo! “Eu sou porque nós somos!” essa é uma frase de Marielle que desde que eu escutei nunca mais saiu porque é muito representativa.

E é por tudo isso e mais um pouco rs que eu sigo no propósito de fazer a minha contribuição, de ser escuta e canal dessas histórias, de visibilizar e de propagar registros e memórias da riqueza de pessoas como nós, gente como a gente, que constrói a sociedade que vivemos hoje.

É nesse movimento que eu sigo. Sigo me conectando com pessoas que não tem como a gente medir a potência da sua existência na sociedade. É de se respeitar, de ouvir e unir.

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Com carinho,

Sthefany .

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Sthefany Duhz
Sthefany Duhz

Comunicóloga social com olhar sensível nos movimentos da vida ❇ Jornalista, mentora & criadora ❇ https://keepo.io/sthefanyduhz/