Driblar, passar, arremessar e… rimar

Conheça jogadores da NBA que são bons em quadra — alguns nem tanto — e também nos estúdios

STICK TO SPORTZ
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4 min readAug 22, 2019

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por Jhonatas Volkov e Tácio Magalhães

Dame D.O.L.L.A. — Run It Up (Ft. Lil Wayne). Foto: 2DopeBoyz

O racismo tornou recorrente a expressão “rap or go to the league’’ no cotidiano de jovens negros nos Estados Unidos, pois, devido à segregação e a desigualdade racial existente, era imposto a esses jovens a ideia de que eles só alcançariam o sucesso através da música, ou sendo um atleta. Sendo o basquete o esporte mais popular nas periferias, e o hip-hop o movimento cultural capaz de expressar as manifestações artísticas desse povo, a ligação entre essa cultura e o esporte, então, torna-se evidente.

Entretanto, a maior liga de basquetebol no mundo, a NBA, tinha uma cultura predominantemente branca e elitizada, na qual os negros não tinham espaço de demonstrar quem realmente eram e o que os representavam. Essa foi a realidade até a chegada de um nome especial na liga: Allen Iverson. A influência de “The Answer” vai muito além das quadras — e olha que ele era um baita jogador -, porque ele unicamente transformou o modo de se expressar dos jogadores. Iverson ia para os jogos em camisetas XXL, correntes de ouro ao redor do pescoço, tranças e inúmeras tatuagens à mostra, além de soltar umas rimas. Ele estava simplesmente mostrando quem era e de onde veio. Para saber mais dessa relação entre o hip-hop e a NBA, dêem uma olhada aqui.

Com o notório impacto representativo do “The Answer”, o espaço foi aberto para que os astros negros da liga se expressassem da forma que bem entendessem. Seja através do jogo, na maneira de agir e se comportar, com roupas, penteados e até mesmo nas suas relações extra-quadra. Tudo isso diz muito sobre a mudança que Allen Iverson promoveu, fazendo com que a música também entrasse no jogo. Why Not?

Hoje, os grandes exemplos desse envolvimento entre música e jogadores da liga são Damian Lillard, Victor Oladipo e Iman Shumpert. São desses caras que vamos falar aqui. Confira agora os jogadores da NBA que também mandam muito bem nos seus sons.

Damian Lillard

Que Dame D.O.L.L.ADifferent On Levels the Lord Allows — é um jogador diferenciado, todos sabemos. Liderou o Portland Trail-Blazers a uma pós-temporada muito além das expectativas neste ano de 2019, perdendo para os Warriors na final de conferência. E bom, ele talvez seja a melhor representação do tema desse texto, já que o atleta-cantor de Oakland já tem 3 álbuns em seu currículo e entre seus feats temos nomes como: Lil Wayne, 2 Chainz e Jeremih.

Confiram os sons do Dame no Spotify no link a seguir:

Victor Oladipo

MIP da temporada 2017–18, Oladipo tem uma das mentalidades mais interessantes e bonitas da liga que só não supera sua estupenda voz. Juntamente com Dame, o armador do Indiana Pacers tem a carreira musical mais prolífica e regular entre os jogadores da atual NBA. Victor solta sua linda voz em um marcante e envolvente R&B, com dois excelentes projetos já lançados e mais de 4 milhões reproduções das suas love songs no Spotify. Várias delas contam com participações de diversos artistas já consagrados na indústria como 2Chainz, Trey Songz, Tory Lanez e PnB Rock.

Aqui vai o link de um dos seus melhores sons do recente projeto intitulado ‘V.O.’ lançado no ano passado:

Iman Shumpert

O ala-armador dos Rockets, ̶t̶a̶m̶b̶é̶m̶ ̶c̶o̶n̶h̶e̶c̶i̶d̶o̶ ̶c̶o̶m̶o̶ ̶e̶s̶p̶o̶s̶o̶ ̶d̶a̶ ̶T̶e̶y̶a̶n̶a̶ ̶T̶a̶y̶l̶o̶r̶, é outro que também se arrisca nos microfones. As más línguas inclusive dizem que a dedicação atrapalha seu desempenho em quadra. Dentro da sua discografia temos três mixtapes compartilhadas no SoundCloud, no seu canal do YouTube, e também alguns singles disponíveis no Spotify. Ademais, Iman também já revelou ter centenas de músicas gravadas e que nunca foram ao ar.

Confiram o canal dele no YouTube que contém diversas músicas:

Lou Williams

Sweet Lou também já apostou na carreira de rapper, e isso aconteceu quando ele ainda era do Philadelphia 76ers, equipe na qual foi pupilo de Allen Iverson — sim, ele mesmo — e onde foi draftado. Em Philly, Lou fez uma grande amizade com Meek Mill, grande rapper da região, cujo incentivo foi fundamental para que Williams começasse a rimar. Os dois produziram e rimaram em duas músicas. Uma delas, inclusive, conta com a participação do 2 Chainz. Se liguem nelas:

Andre Drummond

O pivô dos Pistons é um pouco mais underground na cena do rap, mas nem por isso ele faz feio. Atendendo pelo nome gangsta-artístico Drummxnd, Andre já postou uma mixtape, “FYI”, no Spotify, bem como aparece em diversos feats. O Big Penguin — sim, esse é o apelido dele — também participou de um freestyle convidado pelo rapper Nate Nixen, de Detroit, e mandou um flow daora demais. Curtam nos links abaixo a mixtape e o freestyle do Dre:

Bônus:

Lonzo Ball

Marvin Bagley (já até mandou diss pro Lillard)

Shaquille O’Neal

Metta World Peace

E ele: Allen Iverson

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