O Houston Rockets tem o direito de quebrar a cara

Por Matheus Meyohas

Como nascem as ideias? O que faz brotar, na cabeça de um ser humano qualquer, algo novo? Não sei exatamente a resposta dessas perguntas, mas precisamos dessa gente com a mente inquieta. Que não se limita a repetir o que está posto e tenta fazer algo por conta própria.

Você pode estar se perguntando porque vim com esse papo estranho em um blog de esportes. É porque o esporte, como parte da sociedade, não está alheio a novas ideias, conservadorismos, tradições e falsas modernidades.

Dentro de sua área, o técnico Mike D’Antoni, hoje no Houston Rockets, sempre foi uma mente inquieta. Há quem o considere pai do estilo frenético da NBA atualmente. E ele está propondo um novo paradigma à liga: e se não houver pivôs? E se corrermos tanto que eles não conseguirão nos punir no garrafão? E se elevarmos ao quadrado o modelo que a NBA vem aplicando?

Não é fazer por fazer. Há uma estratégia. Dobras no post, maior espaço para infiltrações, cortes e movimentações específicas dentro de quadra. Pode dar certo. Pode dar muito errado. Mas isso não deveria invalidar a tentativa. Diante de um time que parece incapaz de dar o próximo passo, D’Antoni decidiu sacudir o estilo de jogo.

O italiano está longe de ser meu técnico preferido. Questiono o estilo dele, acho que não é feito para os playoffs. Ele obviamente não pensa dessa forma. Já teve trabalhos marcantes na NBA. Em outros, decepcionou. Nunca foi campeão. Nunca chegou às Finais da NBA.

Se ele pudesse escolher, claro que preferiria ser campeão. Mas a obsessão pela vitória não pode se transformar em um conservadorismo cego. Só um time é campeão entre 30 com estilos diferentes entre si. Por que ficar refém do caminho que os outros criaram? Não propor novas ideias é confortável. E é por isso que tão poucos o fazem. Infelizmente. Porque pior do que se arriscar por algo novo é limitar-se por covardia. E porque por trás de toda grande ideia, há uma mente disposta a quebrar a cara.