MOCKSTICK NBA DRAFT 2019

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16 min readJun 19, 2019
Ilustrações: Stick 2 Sportz

Por Henrique Mathias, Jhonatas Volkov, Rafael Freire

Mal acabaram as Finais da NBA e nós, fãs/analistas/basketball nerds, já estamos submersos no universo da melhor liga do mundo mais uma vez. Praticamente sem tempo nem pra respirar, o Draft de 2019 se avizinha com a maior pompa e, muito por conta daqueles que o encabeçam, trata-se de um dos mais badalados dos últimos anos.

É comum ouvirmos dizer por aí que, mesmo com um Top 3 estelar, trata-se de uma das piores classes da década em termos de talento — o que parece um tanto exagerado. Uma classe que não tem uma grande quantidade de claros All Star upsides logo de cara não necessariamente indica que será um Draft ruim. Até porque, atualmente, a liga anda em uma direção em que pede role players de qualidade, inteligentes, que saibam defender, espaçar a quadra e impactar logo de início. Em 2019, esse é um conjunto de jovens rico nessas características. E quem sabe um desses jogadores de elenco não possam escalar ao nível de estrela?

Se não há uma diferença tão clara entre os taleNtos de fim de loteria e o early 2nd round, talvez isso seja algo bom. Vamos ver.

#1 Pelicans — Zion Williamson (SF/PF, Duke)

Todo mundo sabe o jogador que o Zion é, não só como potência física transcendental, mas como uma mente diferenciada, amante e estudiosa do jogo. Um raro caso de um atleta que desafia a gravidade, podendo impactar o ataque como roller ou handler, marcando qualquer uma das posições de quadra. As questões em relação ao seu jogo são mais ligadas à sua altura e mecânica de arremesso de perímetro (que inclusive foi um honesto 34% em 71 chutes), mas acredito que Zion seja o jovem com a melhor combinação de inteligência psicológica e tesão pelo jogo dos últimos anos. Todos seus pontos fracos serão revistos e, sem dúvida, ele vai fazer de tudo para melhorar. Tem toda a cidade de New Orleans ao seu favor, além de um time em ótima posição de reconstrução, com um David Griffin sempre ambicioso.

#2 Grizzlies — Ja Morant (PG, Murray State)

Essa é uma escolha um tanto quanto óbvia para o Grizzlies, pois tendo Morant como opção na armação, a equipe teve a liberdade de trocar Mike Conley, conseguindo boas peças para a reconstrução da equipe junto à liberação de espaço na folha salarial. Além disso, o encaixe de Ja com outra base da reconstrução da equipe, Jaren Jackson Jr., beira à perfeição. O pick n’ roll desses dois ainda vai fazer muito estrago na NBA. Sabemos a qualidade de Ja como scorer agressivo em infiltrações e destemido como primeira opção de arremesso de perímetro. Sua defesa apresenta questões, mas é justamente em Memphis que ele pode melhorar esse quesito.

#3 Knicks — R.J. Barrett (SF/SG, Duke)

Barrett é um prospecto muito interessante. Alto e com ótima envergadura, o jogador de Duke consegue estender bem as finalizações próximo a cesta. Além disso é um atleta muito forte e que consegue absorver muito bem o contato, o que faz com que seu jogo seja bem agressivo. Essas características não o fazem um prospecto raro, muito pelo contrário, mas o que chama atenção é o fato do jovem canadense aliar a isso um jogo de pés bem desenvolvido, um skillset ofensivo muito vasto e uma visão de quadra que é menos comentada do que deveria, sendo um playmaker bem honesto. Tem questões para resolver sobre seu jogo coletivo e sua consistência do perímetro.

#4 Pelicans (via Lakers) — DeAndre Hunter (SF/PF, Virginia)

Hunter é provavelmente o jogador mais pronto da classe de 2019. Ele é um 3&D tradicional, muito atlético e com boa envergadura (2,18m). Teve um aproveitamento muito bom dos 3 pontos na última temporada do College (44%), o que foi fator preponderante para conquistar o título da NCAA. O ala é a escolha ideal para o Pelicans maximizar Zion, com seus passes para o perímetro em situações de drive and kick, e formar rotações que, apesar de extremamente jovens, podem ser muito sólidas defensivamente. Difícil que seu impacto não seja sentido logo de início.

#5 Cavaliers — Jarrett Culver (SG/SF, Texas Tech)

Culver é um dos prospectos que chamam atenção pelo foco, disciplina e ética de trabalho. Com 20 anos, boa combinação de altura, peso e envergadura, encontra-se em um patamar interessante em relação aos outros. Culver não tem uma fraqueza clara de estatura ou fundamentos: não é exatamente elite em nenhum quesito, mas também não é péssimo em nada. Consegue coordenar ataques em pick and roll, marcar em infiltrações, média e longa distância, pegar rebotes, defender diferentes posições com/sem bola, tudo isso de maneira satisfatória. É um ótimo complemento a um time que precisa de um talento All-Around e um segundo criador no pick and roll, com teto e capacidade pra evoluir cada uma das suas qualidades.

#6 Suns — Darius Garland (PG, Vanderbilt)

A necessidade do Suns por um armador é um tanto quanto clara e Garland pode ser a solução para eles. Darius saiu do high school com 28–5–4 de médias (!) e desde lá desenvolveu um estilo de jogo similar ao de Lillard, um scorer nato, com um grande volume ofensivo em uma universidade pequena. Dos jogadores da classe, talvez Garland seja o único com potencial de ser dominante na pontuação da linha de três pontos. Era cotado como o melhor armador da classe, mas infelizmente sofreu uma lesão no início da temporada do college e não pôde demonstrar todo seu potencial. Apesar disso, o talento está ali, e o time de Phoenix não pode perder a chance de ter um “Dame” pra chamar de seu.

#7 Bulls — Coby White (PG, North Carolina)

Uma maquina em transição, traz consigo o combo de um atleta veloz e explosivo, com uma força física que vai além de alguém com sua altura. Cria seu próprio arremesso e é um cara bem atento no momento defensivo. Falta ao armador de North Carolina um maior refinamento em seu jogo ofensivo e sua envergadura tende a ser um problema na NBA. Contudo, tem um grande arsenal em arremessos de perímetro, podendo acertar em pull-ups, em movimento, saindo de bloqueios e saindo de dribles e stepbacks. É enigmático como prospecto, mas se cumprir o potencial, será um jogador difícil de ser contido.

#8 Hawks — Cam Reddish (SF/SG, Duke)

Jogar ao lado de Zion e Barrett não deixa muito espaço para outros atletas brilharem e mostrarem tudo que podem fazer dentro de uma quadra de basquetebol. Reddish tem muito mais do que parece e infelizmente não conseguiu colocar tudo para a fora no college. Passador eficiente e inteligente, bom arremessador do perímetro, versátil na defesa. É um potencial 3andD daqueles bons, só que com atributos em seu jogo que podem lhe fazer ir além e talvez chegar a um nível de elite. A questão real com Cam é a sua postura e mentalidade: o Reddish que entrará no Hawks será o do high school ou o de Duke?

#9 Wizards — Sekou Dombouya (PF, Limoges, França)

Um dos jogadores mais jovens a entrarem no Draft, Dombouya se encaixa no protótipo físico que chama muita atenção pela combinação de altura, envergadura e força física, aliados à velocidade. Trata-se de 104 kg de fluidez ofensiva e defensiva, com um bom arsenal à sua disposição. Tem agilidade e passadas largas que conseguem gerar boa separação. Ainda cru, precisando polir fundamentos, mas há potencial para se tornar um bom driblador criador de chutes para si e para os companheiros. Já vimos grandes jogadores da atualidade chegarem à liga mais crus do que ele, aos 18 anos.

#10 Hawks (via Mavericks)— Jaxson Hayes (C, Texas)

Um jogador instintivo até a alma, para o bem e para o mal. Apostar em Hayes é confiar de que seu feeling o fará um jogador especial e não um jogador perigoso. Apenas 18 anos de idade, uma capacidade incrível para defender jogadores mais baixos, muito bem trabalhado finalizando jogadas de PnR e um reboteiro ofensivo muito eficiente. Precisa ganhar massa muscular, trabalhar melhor a defesa em pivôs físicos e que usam muito o post up. Ainda há muito uso para eficientes rim-runners e Hayes pode se tornar um dos melhores.

#11 Timberwolves — Brandon Clarke (PF/C, Gonzaga)

Clarke é o prospecto mais pronto da classe. O “big” man foi o melhor defensor da NCAA na temporada, sendo um cara com muita inteligencia e feeling para os tocos, que faz a ajuda defensiva com consistência. O pivô de Gonzaga tem um QI de basquete bem acima da média, é bem ágil lateralmente e evoluiu muito o seu trabalho ofensivo, finalizando com finesse próximo à cesta e principalmente com caprichados spin moves. É o jogador ideal para a posição 5 na era do small ball, mas foi criado como ala-pivô e seu encaixe com Karl-Anthony Towns parece perfeito. Falta consistência arremessando do perímetro, mas demonstra evolução (tinha um dos arremessos mais feios da história em St Jose State e agora tem uma mecânica aceitável). Não há tanto o que somar em seu jogo, porque está perto do teto, mas é um jogador com sede pelo aprendizado.

#12 Hornets — Bol Bol (C, Oregon)

Talvez seja o prospecto mais complicado de se avaliar em toda a classe. 2.21m de altura, 2.34m de envergadura, com qualidade e consistência no mid range e nos chutes de fora — seja recebendo um handoff ou após o drible — , com um potencial assustador enquanto rim protector. Essas coisas o fariam uma escolha certa na loteria, contudo existe muito o que pesar negativamente na balança, como sua durabilidade na liga devido ao fato de ser muito leve e esguio para o tamanho, ter tido uma lesão grave no college e ser muito desligado em certas ações defensivas. Bol Bol é puro risco e recompensa. Quem o escolher aposta em um jogador insano e que pode marcar época na NBA, mas sabe que também pode acabar recebendo um atleta que jamais vai conseguir produzir com eficiência no mais alto nível.

#13 Heat — Nassir Little (SF, North Carolina)

Little é um dos prospectos mais intrigantes de toda a classe. Físico de elite, com a junção de alguns atributos assustadores como sua agilidade lateral,explosão e impulsão. Contudo, tem lacunas grandes no que diz respeito à sua única temporada no college, mostrando que precisa de muitos ajustes em seu jogo e, por enquanto, é mais um atleta de alto nível apresentando-se como um jogador comum. Quem apostar no jogador de North Carolina vai apostar alto em seu coração, sua entrega absoluta e num atleta que defende em 4 posições, mesmo sabendo que pode precisar de tempo na liga de desenvolvimento e de muita paciência. O Miami Heat, já experiente nisso, não tem problemas em liderar esse tipo de desenvolvimento.

#14 Celtics (via Kings)— Romeo Langford (SG, Indiana)

Langford é um jogador que ainda precisa ser muito lapidado para a NBA, mas ali claramente há talento. É um jovem scorer prolífico em isolation, com boa finalização próxima ao aro, controle de bola e instintos inatos, mas propenso a tomar decisões questionáveis. É bom reboteiro pra posição, com rapidez pra sair em transição e ser ameaça. Ainda despreparado, por isso, a paciência da franquia vai ser um dos fatores ideais para seu crescimento na liga. Celtics, com outros jogadores consagrados na armação, está numa posição em que pode ter calma no desenvolvimento de Langford.

#15 Pistons — Kevin Porter Jr. (SG, USC)

Kevin Porter possui uma mistura de atleticismo, explosividade e controle de bola que se encaixam muito bem no estilo de jogo da NBA atual. Além disso, seu leque para criação de arremessos possui movimentos com altíssima qualidade, como stepbacks, hesitations e eurosteps. Essas habilidades tornam KPJr um jogador que agregará muito para o Detroit Pistons, cuja dependência de Blake Griffin para a pontuação e produção ofensiva da equipe se tornou evidente na última pós-temporada. Tem um swag natural de estrela que eu não consigo ignorar. Isso deve significar alguma coisa.

#16 Magic — Keldon Johnson (SG/SF, Kentucky)

Magic provavelmente terá a chance de selecionar um dos mais promissores wing defenders sobrando na escolha 16. Keldon Johnson não é o ala-armador mais plástico, ou polido, mas talvez seja o mais esforçado de toda a classe. Com uma prototípica combinação física dos atletas de Calipari, Johnson é do tipo de jogador que promete, ao menos, ter uma sólida carreira na NBA por um bom tempo. Sua defesa de perímetro promete traduzir bem a nível profissional, embora ainda peque pelo excesso de vontade em muitas ocasiões. Na fase ofensiva, é agressivo — e, por que não, bruto — em relação à cesta e tem um aproveitamento honesto da linha de três universitária, que ainda precisa ser lapidado pra impactar na NBA. Pode ser o motor que a backcourt do Magic precisa nas suas rotações.

#17 Hawks (via Nets) — Tyler Herro (SG, Kentucky)

Um dos melhores shooters do Draft, se não o melhor. Demonstra um arremesso de gatilho rápido e é ágil o bastante pra correr em transição e se posicionar nos seus espaços mais prolíficos. Entra na NBA com muita semelhança a Devin Booker, até nos defeitos. No Hawks, dentro de um estilo de jogo que valoriza arremessadores de 3 pontos offball, tem tudo para ser uma ótima opção para manter a produção ofensiva da segunda unidade. Há potencial, mas sua envergadura baixa e pouca presença física são fatores que lhe fazem cair até essa posição. Mas é um jogador esforçado e com muito hustle na fase defensiva do jogo — mesmo não sendo necessariamente um bom defensor — que somado a uma boa produção do perímetro, já são o bastante pra manter um atleta na NBA por um bom tempo.

#18 Pacers — Rui Hachimura (PF, Gonzaga)

Jogador forte, de boa estatura e braços longos. Tem um bom entendimento do jogo, aplicação tática e sabe dos seus pontos fortes e fracos. É prolífico em cortes em direção à cesta, tem domínio no post e pode operar o ataque com a bola nas mãos. Sou, pessoalmente, apaixonado por sua mecânica de média distância. Potencial defensivo existe, mas suas leituras de jogo ainda são lentas e seu desempenho em marcação homem-a-homem e nas trocas defensivas não refletem as suas capacidades físicas. É um jogador cru, cujo encaixe na NBA atual é incerto, mas vem crescendo muito a cada ano, podendo valer o investimento mercadológico — oi, Japão! — e também o que vale pra dentro da quadra. É o tipo de jogador que pode ser irrelevante para uma franquia, mas o tesouro de alguma outra.

#19 Spurs — Goga Bitadze (C, Mega Bemax, Geórgia)

Apesar de se tratar de um pivô internacional e isso, por muito tempo, ter significado uma aposta mais tardia no Draft, Bitadze tem atributos que vão lhe render uma escolha logo no primeiro round. Braços longos, agilidade defensiva, boa proteção de aro, altura ideal para a NBA atual, refinado para finalizar próximo a cesta, com uma visão de quadra em franca evolução. Vai sofrer num primeiro momento para defender pivôs que espaçam a quadra, falta melhorar a leitura nesse tipo de situação de jogo. Contudo, com o espaço que a liga dá pra pivôs que movimentam o ataque com passes do post, Goga pode ser uma boa aposta.

#20 Celtics (via Clippers)— Bruno Fernando (C, Maryland)

O pivô angolano tem excelente envergadura e um porte físico que pode-se considerar pronto para a NBA. Bruno destaca-se pela capacidade de pegar rebotes e possui fundamentos na finalização ofensiva e como protetor de aro, apesar de ainda ser muito cru nos dois aspectos. Aí é que o Boston Celtics entra em ação ao selecioná-lo: Tendo o pivô Al Horford, 5x All-Star, para ser mentor de Bruno Fernando, este terá a possibilidade de desenvolver seu jogo e atingir seu potencial sob a batuta de um dos melhores e mais subestimados da posição. Mas para isso, primeiramente, Al precisará renovar contrato e, aparentemente, isso pode não acontecer.

#21 Thunder — Nickeil Alexander-Walker (SG, Virginia Tech)

Alexander-Walker é um dos melhores jogadores desse Draft quando o quesito é off-ball movement. O ala-armador demonstrou grande capacidade de pontuar saindo de screens, catch and shoot, e cutters. E bem, num time que tem Paul George e Russell Westbrook monopolizando as ações on-ball, e um dos principais fatores para a eliminação nos Playoffs de 2018–2019 foi a falta de poder de fogo dos seus coadjuvantes, o encaixe de Nickeil é simplesmente perfeito. No Thunder, o primo de Shai Gilgeous-Alexander pode ser um dos melhores fits logo de início.

#22 Celtics — Talen Horton-Tucker (SG/SF, Iowa State)

Jogador intrigante e diferente, com artifícios físicos interessantes. Pequeno (6'4), móvel e potente fisicamente, com uma envergadura maiúscula de 2,13m comparável às dos enormes Bitadze e DeAndre Hunter. Consegue, só pela sua estatura e capacidade físicas, ter versatilidade defensiva em quase todas as posições. Tem uma honesta capacidade de enxergar o jogo e uma mecânica crua que já dá um resultado interessante do perímetro. Por ainda ter 18 anos, chega no Draft com um upside teórico muito interessante, o que pode fazer com que o Celtics aposte nele cedo. Com a iminente saída de Kyrie Irving e com Marcus Smart podendo ser envolvido em ofertas de troca, a aposta em Horton-Tucker é útil para manter o ímpeto defensivo de segunda unidade, sem abrir mão do talento.

#23 Grizzlies (via Jazz)— Cameron Johnson (SG/SF, North Carolina)

Mais um shooter de elite do Draft. Bem mais alto que a média da posição e sem perder a mobilidade, com um footwork incansável. Tem experiência de múltiplos anos em um dos melhores programas da NCAA. Acredito que poderia sair na loteria, se não já tivesse 23 anos. Mas ele está numa escala Landry Shamet de jogador experiente do late first round que pode contribuir com chutes offscreen e defesa versátil desde o início. Talvez estejamos falando de um jogador All Rookie saindo bem tarde. Pode ser um dos steals e certamente, a parceria com Ja Morant será um dos motivos para estar ligado no NBA League Pass toda noite.

#24 76ers — P.J. Washington (PF, Kentucky)

PJ é a própria definição do 4 moderno na NBA: bom defensor no 1x1, com agilidade e braços longos; bom passador no short roll e uma ameaça ofensiva no catch and shoot do perímetro. No time de Ben Simmons e Joel Embiid, é fundamental ter bons arremessadores e defensores, então PJ é uma adição excelente para o 76ers, que busca a coroa do leste, podendo até cobrir, na medida do possível, uma possível saída de Tobias Harris na free-agency.

#25 Blazers — KZ Okpala (SG, Stanford)

Okpala é um wing que a NBA gosta cada vez mais. Extremamente atlético e explosivo, muito veloz, com uma envergadura assustadora para a altura que possui, muito inteligente para se movimentar sem a bola, um finalizador agressivo próximo ao aro e tudo isso chutando 37.5% do perímetro. Resta saber se vai ganhar massa muscular suficiente para ser um fator defensivo dentro da liga e se seu jogo de pés vai acabar ficando mais ajustado. Pode passar algum tempo aprendendo no banco antes de jogar.

#26 Cavaliers (via Rockets)— Mfiondu Kabengele (PF/C, Florida State)

Apenas o sobrinho de Dikembe Mutombo. Mas seu ponto alto não é só a proteção de aro: ele pode espaçar a quadra com um bom touch do perímetro, servindo como opção de pick and roll ou pick and pop. Embora tenha uma boa estatura, atleticismo e força física, pode pecar por ser muito instintivo com e sem a bola, faltando uma maior disciplina tática. Em Florida State, participou de uma das defesas mais sólidas de toda a NCAA. No Cavs, ele vai precisar chegar impactando em um time com prévias dificuldades em conter adversários.

#27 Nets (via Nuggets) — Grant Williams (PF, Tennessee)

Provavelmente um dos Q.I.s mais altos do Draft e eu não falo apenas do basquete. Filho de uma engenheira de segurança da NASA e de um figurão da indústria musical, Williams tinha escolhas: teve um escore acadêmico alto o bastante para entrar para uma faculdade da Ivy League, estudar música e aperfeiçoar os 10 instrumentos que toca, ou tentar carreira no basquete. Cá está ele com a possibilidade de reforçar o Brooklyn Nets, com uma imensa facilidade em ler a quadra no post, como se fosse um Nikola Jokic pequeno, distribuindo a carga ofensiva para seus colegas de equipe.

#28 Warriors — Matisse Thybulle (SG, Washington)

22 anos. Muito bom em suas melhores qualidades e preocupante em seus maiores defeitos. Tem uma habilidade defensiva incontestável e uma necessidade de ganhar consistência do perímetro. O wing de Washington é um jogador que coloca o coração em cada jogada e pode vir a ser uma aposta que vai render frutos muito produtivos num contexto adequado. Se movimenta lateralmente com a velocidade de um armador e a explosão física de um ala-pivô, tem muita agressividade defendendo e sabe utilizar isso no ataque em termos de finalização perto do aro. Resta saber o quão alto pode voar na NBA com seu jogo defensivo brilhante. Essa provavelmente será a pick mais importante do Warriors nos últimos anos, após as lesões graves de Thompson e Durant e a escassez de cap que as renovações destes dois podem gerar.

#29 Spurs (via Raptors) — Luka Šamanić (PF/C, Petrol Olimpija, Slovenia)

Šamanić é um jogador para se observar com muito carinho nos próximos anos. Apenas 19 anos e muito para trabalhar, seja em evolução física, com o aumento de sua força, explosão e capacidade de movimentar lateralmente; seja ajustando o modo que comete ainda muitos turnovers e não tem consistência em uma sequencia de jogos na temporada. Raro ver um pivô de 2.11m com a habilidade que ele tem para driblar, a visão de quadra que tem para passar a bola e a mecânica que tem para arremessar de fora. O potencial é inegável.

#30 Pistons (via Bucks) —Ty Jerome (PG/SG, Virginia)

No experiente Ty Jerome, o Pistons teria uma maior espaço de manobra, numa backcourt ainda inconsistente. Ty tem uma ótima leitura de quadra e capacidade de armação de jogadas, partindo da posição 1 ou 2. É inteligente, com uma média muito eficiente de assistências por turnover. Apesar de não ser um jogador necessariamente veloz, tem um bom trabalho de pés que o auxilia na busca por espaços do perímetro, uma das suas principais forças ofensivas. Mais um prospecto 3&D, com capacidade de criar pra si e para outros, perfeito para tirar a exagerada carga de armação de Blake Griffin.

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