O melhor amigo

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2 min readJan 27, 2020
Kobe Bryant e sua filha, Gianna, faleceram na manhã deste domingo em um acidente de helicóptero (NBA/Getty Images)

Por Matheus Meyohas

Durante muito tempo, Kobe Bryant foi meu melhor amigo. Sabe, a vida pode ser uma parada meio merda às vezes. Não é sempre que a gente está onde queria estar, ao lado de quem gostaria. Ser feliz não é uma escolha. Mas eu sabia que podia contar com ele. Porque no fim do dia, não importa o que tivesse acontecido, ele ia estar lá. De língua de fora, mordendo a camisa, dedo enfaixado, encharcado de suor… não importa. Ele ia estar lá. E era justamente essa certeza de felicidade que nos aproximou tanto.

Imagina o cenário: tarde da noite, quarto escuro, cabeça sobre o travesseiro. Todos os problemas do mundo em nossa mente. Em meio a tudo isso, vem a lembrança. Um fadeaway marcado por dois, quase três, e a cesta da vitória. Por um instante, a cabeça para de rodar e tudo fica em seu lugar. Muitas vezes, era daí que vinha a força para encarar o próximo dia.

De certa forma, sei que não sou o único. Um ídolo se permite ser amado por muita gente. Kobe foi o grande amigo de toda uma geração de meninos e meninas. Faz parte do que o transformou em um ídolo tão grande para tantas pessoas. Dentro de cada jogador de basquete dessa geração, há uma criança. Na quadra, no quarto, com uma bola oficial ou de papel, gritando “Kobe!” a cada arremesso imaginário.

É estranho. Tudo parece meio irreal nesse momento. É como se todos esperássemos a hora em que alguém vai nos acordar ou dizer que é mentira, que houve uma confusão, que Kobe e Gigi ainda estão por aí. É difícil de explicar o tamanho do vazio que se abriu em tantos de nós na manhã deste domingo. É como se tivéssemos perdido um amigo de infância. Sem Kobe Bryant, o mundo é um lugar muito mais sozinho.

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