STICKASSONGS #6: O Bagulho é Trap

STICK TO SPORTZ
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3 min readFeb 29, 2020

por @jhonataskm

Nesta sexta-feira (28), Jé Santiago nos presenteou com seu terceiro trabalho: O Bagulho é Trap. Como o próprio nome já diz, trata-se de um álbum em que o artista busca demonstrar seu talento no trap, diferentemente dos seus dois projetos anteriores, os EPs: Jé Santiago e Re: Ciclo, Lado A (ainda espero o lado B), nos quais Jovem Santi prova ser um dos melhores cantores R&B do Brasil.

IG: @ruddvisuals

O disco consiste em 7 faixas pelas quais Jé une sua voz ao tune com excelência, discorrendo inúmeros flows nos mais diversos beats, mostrando a harmonia existente entre ele e Nagalli, seu ‘irmão branco’ — hands down hoje o melhor produtor musical no país. A versatilidade apresentada é impressionante, o Flow Djavan nos dá pitadas de emotrap, triplet flow, ad-libs marcantes e, claro, sua musicalidade memorável nos refrões. Vejamos especificamente o que algumas destas músicas nos traz:

Sua paz se foi, só existe dor no seu olhar
Então toda noite ele começa a cantar

Somos surpreendidos logo na primeira faixa, Intro (Traphouse). Nagalli combina arranjos de guitarra com um slowbeat trazendo uma vibe do emotrap característica do Lil Peep. Então Jé, recebendo a mágica, completa o feitiço: com um flow slow numa letra sincera e melancólica na qual ele nos mostra que seu refúgio é a música.

Corro contra o tempo, sem tempo
Atrás do diñero, diñero

A quinta faixa do álbum, Diñero, é hit pesado. Um som recheado de linhas em espanhol, referências, um refrão que fica na cabeça e, mais uma vez, um beat magistral do Nagalli. O segundo verso é o que mais me chama atenção, Jé manda um flow e letra nos quais mostra total domínio do trap, com direito às linhas “ Meu copo lotado do meu remédin/O trap é mó fácil/Eu só dobro o cuidado com os falso que cola no meu camarim”.

Mas só conheço dois tipos de rapper
Os que corre’ comigo e os que correm de mim

Na sexta faixa, Vida de Chefe, Jé nos traz a participação de Dfideliz, nessa música o primeiro nos mostra toda sua versatilidade ao apresentar um flow típico do segundo. Jovem Santi ostenta o triplet flow num to de voz mais grave, o qual poucas vezes nos foi exibido. O feat do Fideliz aumenta o nível do som, cuspir um flow agressivo falando de vivência é o que ele faz de melhor e obviamente não desaponta nisso.

IG: @ruddvisuals

Com ‘O Bagulho é Trap’, Jé Santiago crava seu nome como um dos melhores artistas brasileiros na atualidade. A pequena quantidade de faixas nos dá uma tristeza por querer mais sons, mas é fundamental para a alta qualidade do álbum do início ao fim. Ele avisou em 2018 que já fazia uma cota que não tava de brincadeira. O Bagulho é Trap!

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